O OBJETO PODE TER ESCOLHA

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Os governos até podem limitar o pensamento humano, mas será que pode manter isso até o final, o tempo todo? Será que podem transformar toda uma sociedade numa coisa, em seres moldados pelo behaviorismo? É como se seres pensantes pudessem ser mudados em máquinas apenas submetendo-os, mesmo que inconscientemente a uma obediência cega e duradoura.

A pessoa, no fundo de seu ser sabe que pode fazer escolhas e essas escolhas podem ir de encontro ao que desejam aqueles que têm poder sobre eles. Podem até ser levado por um tempo dessa forma, como se totalmente dominados, mas chegará um momento que o espírito será tomado por algo que o materialismo jamais poderá explicar e desejará ser liberto dessas amarras dos infernos, de um modo tão forte que nenhum poder poderá impedir. O poder se molda ao mais puro desejo humano de liberdade, embora demore um bom tempo para que esse desejo exploda.

Talvez cheguemos até a ignorar isso, mas é  o forma o ser humano, alguns pensam que é apenas conjunto de moléculas e proteínas. A vida mostra que não, pensar é mais do que ter um cérebro, é ter um mente que se manifesta através do cérebro.

Observar isso é tão peculiar do ser humano, pensar sobre o que ele é, sobre si mesmo. é uma capacidade natural, só  o homem tem. Se ele não pode pensar sobre si mesmo e o potencial que tem, como pode conhecer o potencial dos outros? A pessoa sabe o que é e o que pode fazer observando o que os outros são e  o que podem fazer. Não existe outra maneira de fazer isso. Ainda não inventaram. Não pode ser grande por si mesmo, porque é limitado. As coisas e as outras pessoas é que fazem o ser humano grande, as circunstâncias ajudam muito.

Observando a sociedade é que se vive bem, pois os parâmetros naturais de ética e respeito se espelha nela, na sociedade. Tudo aquilo que é observado pode ser imitado e até rejeitado. É a prova de que o ser humano não é um robô.

Eu penso sobre isso deitado no sofá de minha casa ou sentado na minha cama, viajando de ônibus e fazendo outras coisas. Andando pela beira-mar e observando as interações das pessoas.

Não me sinto um objeto para que seja tratado como um; se acham isso, problema, não me sinto um. Eu penso, se não pensasse até me sentiria uma coisa. Descartes estava certo. eu existo.

Eu fico observando as pessoas fazendo exercícios na academia e reparo na grande contradição que é estudarmos para não nos cansarmos muito e depois irmos para academias para nos cansarmos porque nos esforçamos mais por causa das máquinas que trabalham para nos poupar esforços. Isso quer dizer que se esforçar é uma característica humana eficaz. Às vezes dá medo em alguns. Como não poderia não dar?

O objeto pode escolher não ser um objeto; não é isso que dizem, que coisificaram o ser humano? Eu afirmo que essa "coisa" pode se libertar dessa pecha escolhendo não ser mais isso. Pensar é algo intrínseco ao ser humano e pode ser despertado nele. Isso pode durar até anos, mas numa hora é despertado. Pode até levar anos para que isso ocorra, mas pode ser libertado.

Eu ando pelas ruas do centro da cidade; andei mais pela noite e vejo o quanto os objetos são apreciados para dar a outros que não se acham objetos a lucrarem com isso. É natural que alguns tenham uma visão mais acurada das coisas. Isso não quer dizer que sejam melhores, apenas alguém mostrou outro caminho a eles.

Outros já se conformaram tanto em ser objetos que não podem mais ver a vida deles de modo diferente. Gostam de ser isso. Sentem-se bem.


MEU SER AO VENTOWhere stories live. Discover now