MEU SER AO VENTO

A INFLUÊNCIA ESTÁ AO ALCANCE

Eu que jamais achava que podia ser uma pessoa dada a pensar e a entender as pessoas. Eu nem era de pensar muito também. Tinha medo das conclusões que pudesse chegar.  Sempre evitei enfrentar logo a realidade, fugia sempre até não ter mais jeito e ficar de frente para ela forçadamente. Até hoje sou um pouco assim.

Pensando, a pessoa analisa e procura entender a verdade das coisas. Mas essas verdades não precisam ser somente aquelas que gostamos. Talvez por isso algumas pessoas se fecham, como minha amiga. Por muito tempo ela não falou essas coisas que disse a mim. A família dela não era dada a isso. Seu pai trabalhava na Prefeitura de Recife, na saúde, no atendimento no hospital municipal. A mãe deixou o emprego como vendedora em loja de roupas e virou dona de casa.  Não eram de conversar muito do modo que eles não conversavam se aprofundando nas coisas, apenas comentavam as coisas como todo mundo, superficialmente, não procurando entender a razão, não tinham aquela observação ampla.

Será que isso pode ser considerado um dom, isso da pessoa saber se expressar e entender as coisas bem? Há bem pessoas que leem tanto, conversam tanto, têm opiniões muito boas, mas falta alguma coisa nelas, não conseguem entender certas coisas da alma, pensam não muito profundamente. Talvez seja impressão minha. 

Tenho comigo que a tristeza pode ajudar a entender as coisas. Talvez a sensibilidade ajude nisso, quanto mais sensível mais compreensão de alguns sentimentos, mais visão sobre  o homem, se isso for visto com inteligência, nem todos sabem lidar bem com essas coisas.

Tenho essa impressão comigo. Posso dizer por ler coisas tão profundas de coisas tão diversas. Salomão escreveu que, "com a tristeza de rosto se faz melhor o coração". Concordo com isso e acho uma grande percepção dele sobre a natureza humana.

É por isso que gosto de observar as pessoas, aprender com elas pelo modo delas agirem. Se a pessoa não tivesse livre arbítrio, poucas coisas teriam a aprender e a ensinar. O livre arbítrio é a chave para o aprendizado humano, pelas decisões que o homem toma. Cada decisão que ele toma, mesmo as mais insensatas, pode trazer grande aprendizado.

Queila gosta de me ver falando sobre essas coisas e eu vejo o brilho de seu olhar quando eu falo e olho para as coisas com um olhar perscrutador. Ela diz que eu seria chato se não fosse assim. A maioria me acha chato exatamente por ser assim! Ela brinca dizendo que até me divertindo eu aprendo com as coisas e procuro aprender com isso. Mas ser racional não é ser assim? Um quase chato?

Causa-me espanto, sempre causou, ver as pessoas apenas pela beleza e pelo dinheiro que possuem. E muitas mulheres principalmente vêm assim, pela beleza. Eu não olho assim, a essência é melhor que a aparência. É como se pegar com algo inútil, sem sustentação.

A razão de eu ser assim  pode ter sido aquela sensação de tristeza que me dá toda as vezes que  o dia vai entardecendo, principalmente quando vejo aquela luz do sol alaranjada. Aquelas nuvens banhada pelas luzes do sol, perto da noite. É fascinante.

Se não observarmos as coisas, como aprenderemos a pensar, a ficar curioso com tudo, a busca do o significado do que a pessoa vive e como seus atos podem influenciar a vida dos outros?