LIMITES SÃO COISAS BOAS

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Se eu mudo, que tem isso? Sou ser humano e seres humanos mudam sempre, apesar do ser humano achar que suas convicções parecerem eternas. Isso é normal.

Eu gosto de mudar meus hábitos, principalmente se essa mudança for necessária para melhorar meu relacionamento com meu semelhante ou com meus parentes para ser mais específico. Deixei de ser tão radical como era antigamente. Não aceitava que as pessoas falhassem com algo, não só falhas morais, mas falhas por alguma coisa tipo errar em fazer coisas que eu achasse que não  deveria ter feito, como deixar de fazer o que eu pedisse. Era radical e gostava de ser assim, até que eu percebi que não estava agindo certo comigo mesmo e com os outros. Aprendi que as pessoas não podem ser perfeitas e que eu não passava de um ser humano tão falho como os outros.

Eu cansei de querer parecer o perfeito, achando que eu poderia me passar por uma pessoa impecável. Isso é loucura demais. É muita presunção também alguém pensar assim ou achar que pode menosprezar os erros dos outros como se a pessoa não pudesse errar de alguma forma.

Conviver com as pessoas me ensina sempre; olhar até seus trejeitos me deixam mesmo admirado. Cada um tem uma forma de ser peculiar. E é interessante que esse agir de cada um seja único. É grande a variedade de pensamento das pessoas.

Não sei porque adquiri esse hábito de  ficar vendo o que as pessoas faziam e  o que elas poderiam fazer, até  as expressões do rosto eu olhava. Cada gesto me falava muito. principalmente as garotas de minha idade de vinte e poucos anos. Adorava ver as dissimulações delas, sugerindo os desejos que tinham , para não parecer que também eram humanas com medo de parecerem fáceis. Parece que hoje em dia elas não pensam mais assim, se querem algo, mesmo sexo, mostram mesmo.

Eu não gostava de mulheres vulgares, gostava das mais recatadas, mulheres vulgares não mereciam meu respeito, eu pensava. Não eram confiáveis como as outras. Mas veja só isso. Todos nós somos falhos e a Bíblia diz que todo homem é pecador e dominado pelo pecado, mas algumas pessoas tinham mais luz que outras, não por serem boas em si mesmas, mas por não se entregarem facilmente ao mal. Pelo fato de não se entregarem ao mal tão facilmente, elas relutam em facilitar o acesso do mal ao seu mais íntimo ser, ao pensamento, ao  domínio das vontades. Acho que essa pode ser uma das diferenças entre uma pessoa má ou uma que pareça má ou seja mesmo má.

As pessoas jamais serão perfeitas mas elas podem ser menos ruins do que outras que a sociedade repudia, mesmo sendo essa sociedade formada por pessoas tão imperfeitas quanto qualquer uma, mas há atos que uma pessoa não pode fazer sem que a sociedade repudie ou castigue. Alguns atos são apenas repudiados, enquanto outros são tão moralmente errados que não podem ser aceitos. Há níveis de erros e níveis de castigos; uns podem até ser tolerados por um tempo, outros jamais o serão, tão baixos e violentos que são. É assim que a sociedade continua a viver. É preciso ter essas leis.

O que seria de uma sociedade sem limites ?Não existiria nada de bom numa sociedade assim. Haveria sociedade, se não houvesse  limites? É ilusão pensar o contrário disso.

Viver em sociedade então é autolimitar-se. Quem quiser viver nelas não aja assim, como se não tivesse que respeitar os limites dela. Cada um no seu limite consciente até onde pode ir e até onde pode se relacionar com o próximo. Assim a sociedade vai se aguentando, apesar de muitas vezes esse limite ser ultrapassado.

MEU SER AO VENTOWhere stories live. Discover now