III - A Sinfonia

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E se por outrem levantei-me;

E se em outrora encerrei os prantos;

Por ti chafurdo-me no chão,

E por ti ponho-me a chorar.


Ao enxotar-se o espírito,

Chega aos ouvos um canto longínquo.

As lágrimas fosforescem em meu rosto,

E caem sobre a face trémula das águas.


O múrmuro dos ventos

Paira sublime sobre a paisagem,

E alcança sua plenitude ao tocar-me.

E convida-me à paixão!


Minha alma como harpa vibrante,

Enlevada em arroubos invisíveis,

Canta a si mesma

Reconditamente uma canção de trovador.

Canção extasiada,

De beatitude infalível;

A lira de minh'alma agora soa...

Como um grito de "eu te amo!"

E como o amargor de minha poesia.


O som da orquestra de tua face,

Da sinfonia de teus lábios e deu teu sorriso,

O som do meu amor por ti,

O som do meu coração...

Será que um dia você escutará esta canção?

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaWhere stories live. Discover now