III - Morto-vivo

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A boca que um dia te beijou,

Hoje baila, reconditamente,

A dança que a morte decretou

Ao pávido seio dormente!


O corpo um dia meu,

Que alojou minh'alma,

Chora ao silêncio teu;

Que diz que não me ama!


A lira do meu cantar

Soa como minh'alma partindo.

Foi por dizer te amar

Que um dia estive sorrindo...


Ah! Por que me deste um fim desses?

As larvas que comem os lábios meus

Têm beijos doces...

Tão doces quanto os teus!

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora