VII - Uma Ode ao Dedo do Meio

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Divino presente esse que nos veio,

E que reside solene no corpo nosso!

Não falo do coração, falange ou dos ossos,

Estou falando mesmo é do dedo do meio!

Claro! Poderia eu querer algo mais?

Num levantar de músculos: um ás!

O poder de mandar você ir se foder!

Ah! Que dom, que belo poder!

Veja! Veja o meu dedo do meio!

Não é sonho e tampouco devaneio!

E eu o uso à vontade e a mercê.

Que se foda a moral, as instituições,

Os deuses, os adultos e as orações!

E que se fodam os idiotas, a sociedade,

Os preconceitos e as pré-verdades!

Ah! Eu mando todos irem se foder! Veja!

Mostro meu dedo do meio também para você!

Amo esses dedos do meio tão meus!

Mas são tantas as coisas que desprezo,

Que guardo uma pergunta em mente:

      "Será que só dois dedos do meio

       Me são o suficiente!?"

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaWhere stories live. Discover now