Bem mais dói o coração quando
As feridas são frutos de uma paixão.
Bem mais ardem as lágrimas quando
São lástimas, memórias ácidas.
Tudo o que você me disse,
Tudo o que você me fez e escondeu;
Se até o final do dia,
Não me matarem as tristes memórias,
Deixarão cicatrizes incuráveis.
As 50 fotos que guardei,
Os poemas que te escrevi e dei,
Os desenhos que para ti desenhei,
E quando te desenhei;
Essas lembranças, tão belas seriam,
Se não fossem, agora, pesadelos.
Os momentos que tivemos,
Os cigarros que fumamos,
As cicatrizes que criamos,
Eu condeno todas essas lembranças.
Eu te condeno, e amaldiçoo.
Você sangrou com meu sangue,
Você chorou com minhas lágrimas,
E agora sou eu quem está chorando.
Me levou ao seu paraíso,
Me levou ao seu inferno,
E me fez queimar.
Olhe para mim agora,
Me diga o que vê;
Uma alma destruída,
Enganada.
Chorando e escrevendo.
Um poeta,
Que perdeu o dom de rimar.
Estou indo embora,
Levando comigo
Os pedaços do meu coração,
O coração que você quebrou
E mutilou.
E espero, espero mesmo,
Que consiga amar de verdade.
E que não machuque ninguém,
Pois, a dor que agora sinto
Não desejo para nenhuma
Outra alma humana.
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Um Jardim no Inferno - Antologia Poética
Poetry"Onde se plantaram tantas flores do mal nasce um Jardim, e onde se vivencia o torpor máximo do sofrimento se encontra o Inferno. Dito isso, o que é o Jardim no Inferno senão uma antologia de sofrimentos?". Trecho retirado do prefácio do livro. Insp...