III - Como tudo terminou

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Bem mais dói o coração quando

As feridas são frutos de uma paixão.

Bem mais ardem as lágrimas quando

São lástimas, memórias ácidas.

Tudo o que você me disse,

Tudo o que você me fez e escondeu;

Se até o final do dia,

Não me matarem as tristes memórias,

Deixarão cicatrizes incuráveis.


As 50 fotos que guardei,

Os poemas que te escrevi e dei,

Os desenhos que para ti desenhei,

E quando te desenhei;

Essas lembranças, tão belas seriam,

Se não fossem, agora, pesadelos.


Os momentos que tivemos,

Os cigarros que fumamos,

As cicatrizes que criamos,

Eu condeno todas essas lembranças.

Eu te condeno, e amaldiçoo.


Você sangrou com meu sangue,

Você chorou com minhas lágrimas,

E agora sou eu quem está chorando.


Me levou ao seu paraíso,

Me levou ao seu inferno,

E me fez queimar.


Olhe para mim agora,

Me diga o que vê;

Uma alma destruída,

Enganada.

Chorando e escrevendo.

Um poeta,

Que perdeu o dom de rimar.


Estou indo embora,

Levando comigo

Os pedaços do meu coração,

O coração que você quebrou

E mutilou.


E espero, espero mesmo,

Que consiga amar de verdade.

E que não machuque ninguém,

Pois, a dor que agora sinto

Não desejo para nenhuma

Outra alma humana.

Um Jardim no Inferno - Antologia PoéticaWhere stories live. Discover now