Capítulo 02: Uma ligação e uma notícia inesperada

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     A noite estava fria e o clima continuava chuvoso. Eu não gostava nem um pouco da ideia de ter que ficar sozinha em casa, na verdade nunca gostei, principalmente em noites como esta. A casa estava muito silenciosa o que me causava arrepios.
     Como não tinha nada para fazer, fui até a cozinha para preparar um lanche. Quando passava pelo corredor vi que a porta do quarto de hóspedes estava entreaberta, caminhei até ela e quando parei em sua frente fiquei congelada.
     Vi uma forma estranha que parecia ser de uma pessoa no canto do quarto, estava com medo mas decidi acender a luz. Quando acendi a luz me aliviei, era só um casaco pendurado no cabideiro. Entrei no quarto e fui até o cabideiro, peguei o casaco, dobrei e o guardei no armário, saí do quarto e fechei a porta.
     Ao chegar na cozinha preparei um sanduíche e peguei um copo de leite, em seguida voltei para a sala. Sentei no sofá e comecei a comer o sanduíche.

[...]

     Já eram nove horas da noite, eu estava deitada no sofá pensando na vida, nos meus pais e em Dean. Sim, eu estava pensando em Dean, meu melhor amigo desde a infância.
     Dean era maravilhoso, sempre me ajudou quando precisei, estava comigo nos momentos tristes e nos momentos felizes. Lembro de todas as nossas brincadeiras quando crianças, do quanto ele foi importante e especial para mim, e do quanto eu o amava.
     Sim, eu o amava, mas não era apenas um amor de amigo, eu o amava mais e não sabia explicar esse sentimento. Minha mãe sempre dizia: "você não deve esconder seus sentimentos". Mas era tão difícil, eu tinha medo de falar o que eu sentia e ele não entender ou não sentir o mesmo. Tinha medo disso acabar com a nossa amizade. Era melhor guardar só para mim.
     De repente ouvi um trovão muito alto que me fez pular do sofá e sair dos meus devaneios. Eu já estava assustada demais. Olhei no visor do celular e vi que tinha uma mensagem da minha mãe, a mensagem dizia: "Oi, querida. Seu pai e eu decidimos ficar em um motel essa noite, voltaremos amanhã de manhã. Se cuida, qualquer coisa ligue para nós. Te amo."
     Respondi apenas um "Ok" e um "Eu também te amo". Eu olhava ao redor da sala e sentia uma sensação estranha de estar sendo vigiada, balancei a cabeça na tentativa de parar de pensar nisso.
     Peguei meu celular e liguei para Dean, eu precisava falar com alguém e ele era a pessoa perfeita:
     - Oi, Dean. Como você está? - perguntei assim que ele atendeu a ligação.
     - Oi, Elena. Estou bem, melhor agora ouvindo a sua voz. - sorri do outro lado da linha. - Estou com saudade. - disse ele.
     - Também estou com muita saudade.
     Fazia tempo que a gente não conversava pessoalmente por conta do seu trabalho.
     - E você, como está? - perguntou ele.
     - Mais ou menos. - respondi.
     - Porque mais ou menos? Aconteceu alguma coisa? - perguntou Dean.
     - Bom... não. É que meus pais e meu irmão saíram e só voltam amanhã. E você sabe que eu odeio ficar sozinha. Estou com uma sensação estranha. - respondi rápido demais.
     - Medrosa. - disse Dean, dando uma risada alta.
     - Dean, não brinca, é sério. - eu o cortei.
     - Tá bom. - disse ele, recuperando o fôlego. - Meu horário de serviço acaba daqui uma hora e meia, se você quiser eu passo aí na sua casa e fico com você essa noite. - ofereceu ele.
     - Você faria isso por mim? - perguntei.
     - Sim, claro. O que eu não faria por você, Eleninha?!
     - Obrigada, Dean. Você é o melhor!
Quando encerrei a ligação ouvi um forte estrondo que me assustou.
     - Odeio tempestades! - falei alto demais.
     Sentei no sofá e liguei a TV, fui mudando os canais para ver o que estava passando. Foi quando parei em um canal que me chamou a atenção. Era uma notícia urgente. O jornalista dizia:
     "Acaba de fugir da penitenciária de Detroit, um de seus detentos mais perigosos. Segundo a polícia seu nome é Eldon Styne, ele foi preso por crimes como: homicídio, tortura, sequestro, estupro, roubo, entre outros. Para o FBI ele é considerado um psicopata. A polícia determinou o toque de recolher para toda a região de Detroit, até esse assassino ser encontrado. Não saía de casa para sua própria segurança. Voltamos depois com mais informações."

Continua...

Sozinha Com Um Psicopata Onde as histórias ganham vida. Descobre agora