Capítulo 04: Pressentimento ruim

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     Eram quase dez e meia da noite quando alguém bateu na porta. Meu coração parou e eu fiquei imóvel. Bateu na porta novamente. Saí do transe, peguei o taco de basebol e caminhei em direção à porta. Abri lentamente, vendo um homem todo molhado pela chuva.
     - Oi, sou eu, Jack. - disse o homem, então eu abaixei o taco de basebol o colocando atrás da porta. - A chuva está muito forte, eu posso entrar? - perguntou ele.
     Eu pensei por um instante, não sabendo se devia deixar que ele entrasse. Respirei fundo e pensei: ele entra, entrega a caixa, espera a chuva passar e vai embora. É isso, Elena, não precisa ficar preocupada. Minha mente queria que eu acreditasse que ele era apenas uma pessoa normal fazendo o seu trabalho de entregar uma encomenda em meio a uma tempestade. Mas no fundo, eu ainda sentia uma leve desconfiança. A chuva ficava cada vez mais intensa e o vento trazia os pingos direto para a porta, e eu acabei me molhando também.
     Ele me olhou com uma cara de quem estava morrendo de frio e então eu percebi que não havia respondido a sua pergunta. Então autorizei que ele entrasse, prometendo a mim mesma que seria um jogo rápido e que logo tudo ficaria bem.
     - Sim, entre. - indaguei.
     Foi a maior burrice que eu já fiz.
     O homem passou rapidamente pela porta, parando no meio da sala.
     - Aqui está a encomenda. - disse, estendendo uma caixa para mim.
     Eu peguei a caixa, ela estava um pouco leve demais, achei estranho mas não questionei. Então a coloquei em cima do balcão.
     - Elena, você poderia me trazer uma toalha?
     - Como você sabe meu nome? - perguntei.
     - Seus pais me disseram. - ele respondeu.
     Olhei para ele com um olhar de dúvida. Se isso fosse mesmo verdade porque meus pais não me avisaram? Pensei.
     - Vou buscar a toalha. - eu disse.
     Ele concordou, então fui até o banheiro.

[...]

     - Aqui está a toalha. - disse, entrando na sala.
     Me deparei com ele no canto da sala, olhando um porta retrato meu que estava em cima do balcão. Achei isso muito estranho, pois ele fitava a minha foto com um olhar malicioso.
     Então ele olhou para mim e disse:
     - Esta na foto é você? - ele perguntou, me mostrando uma foto em que eu era pequena.
     - Sim. - respondi
     - Você sempre foi muito linda. - indagou ele.
     - Obrigada. - respondi seu elogio. - Aqui está a toalha. - entreguei a ele.
     - Obrigado. - respondeu. - Este na foto é seu irmão?
     - Sim, é meu irmão. - respondi.
     - Onde ele está?
     - Ele foi dormir na casa de um amigo.
     Fiquei com receio ao responder essa pergunta.
     - Entendi. - disse ele. - Como seus pais têm coragem de deixar uma moça tão bonita como você sozinha em uma noite como esta? Não é perigoso, Elena?
     Quando ele disse isso meu coração acelerou e eu suava frio.
     - Ah... você não disse que teria que viajar o mais rápido possível? - perguntei nervosa e com medo.
     Eu estava apavorada com a sua presença aqui. Dean, porque você não aparece? Pensei.
     - Você tem razão. - disse ele. - Mas com essa tempestade não tem como, todos os voos foram cancelados.
     Não tive outra escolha a não ser deixar ele ficar até a tempestade passar.
     - Posso me sentar? - perguntou ele, se referindo ao sofá.
     - Sim, fique à vontade.
     Eu estava muito nervosa, e acho que ele já estava percebendo. Eu sentia que alguma coisa iria acontecer, e não seria uma coisa boa.

Continua...

Sozinha Com Um Psicopata Where stories live. Discover now