Capítulo 06: Descoberta

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     Depois de algum tempo me prendendo no balcão, ele se afastou de mim. Então apressadamente eu fui até o armário e peguei um copo, enchi de água e comecei a beber. Minha mão tremia muito e eu pensei que iria derrubar o copo.
     - Você parece nervosa. - disse ele.
     - Eu? - perguntei, me fazendo de desentendida.
     - Sim, por que você está com medo Elena? - perguntou com um sorriso sínico.
     Porque eu estou com medo? Deve ser porque tem um estranho na minha casa que pode me matar a qualquer momento. Pensei ironicamente.
     - Eu... eu não estou com medo... é só a chuva. - menti. - A tempestade me deixa assim. - expliquei.
     - Não é o que parece. - disse ele.
     - Pode acreditar... eu estou bem. - eu disse com um sorriso falso.
     - Que tal a gente relaxar um pouco? - perguntou ele. - Assim a gente esfria a cabeça e esquece um pouco essa tempestade.
     Fiquei em silêncio, não entendendo onde ele estava querendo chegar.
     - Você tem alguma bebida? - perguntou ele, nesse momento ele me olhava do mesmo jeito que olhou para minha foto na sala. - Uma bebida mais adulta.
     - Nós estamos nessa categoria? - perguntei, tentando entrar no seu jogo.
     - Pode se dizer que sim. - disse ele, agora ele me olhava de uma maneira que meu corpo todo estremeceu.
     - Vou dar uma olhada na geladeira. - eu disse caminhando até ela.
     Ao abrir a geladeira eu encontrei um vinho que meus pais haviam aberto mais cedo.
     - Tenho este vinho aqui. - falei mostrando para ele.
     Caminhei até ele lhe entregando a garrafa.
     - Aqui está.
     - É para beber... no gargalo? - perguntou ele, me olhando com uma expressão risonha.
     - Ah... me desculpa, eu esqueci as taças. Vou pegar. - respondi. - Olha, me espera lá na sala enquanto eu sirvo a bebida.
     - Ótimo. - disse ele, saindo em direção a sala.
     Quando ele saiu, respirei fundo.
     - Calma Elena, vai ficar tudo bem. - eu dizia para mim mesma.
     De repente comecei a pensar em Dean, onde ele estava? Porque estava demorando tanto para chegar? Eram perguntas que não saíam da minha cabeça, e eu ficava irritada por não ter a resposta delas.
     Será que ele não vai mais vir? Será que ele desistiu de mim? Ou será que aconteceu alguma coisa com ele? Eu tentava eliminar essa última hipótese, mas era quase que impossível.
     Então fui tirada do transe por um barulho vindo do meu celular. Era meu pai que estava ligando, rapidamente atendi:
     - Oi, filha. - disse ele, me senti segura ao ouvir sua voz. - Como você está, querida? Está tudo bem?
     - Oi, pai. - sussurrei com medo.
     - Porque você está sussurrando, filha? - perguntou ele.
     - Pai, porque você não me avisou que a sua encomenda chegaria hoje?
     - Encomenda? Que encomenda filha? Eu não encomendei nada.
     Nesta hora eu fiquei desesperada, senti minhas pernas perdendo a força e uma lágrima desceu sobre meu rosto. Agora eu tinha certeza de que quem estava comigo era o psicopata fugitivo.

Continua...

Sozinha Com Um Psicopata Where stories live. Discover now