Capitulo 4: O músico

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Senti minhas pernas ficarem um pouco bambas e eu nem sabia o porque, começara a suar frio e ainda não estava entendendo o por que o meu corpo estava reagindo daquele jeito.
Roger virou o rosto e mexendo apenas os lábios "Tá vendo o que eu tô vendo?" e eu acenei a cabeça positivamente que o fez ele rir.
- Olá, boa noite a todos! Quero que todos se divirtam com a minha presença. - disse sr May, que naquela noite era Brian. Apenas Brian.
Ele começou uns acordes em sua guitarra e começou a tocar let it be dos Beatles. Sua voz era doce e calma, meu coração disparava cada vez que ele dedilhava nas cordas e eu estava hipnotizada.
Freddie me puxou para dançar que me fez sair do transe e eu sorri envergonhada para ele.
- Por que está tão vermelha, darling?
- Eu não sei, a gente quase se beijou de novo.- Meu rosto ardia e eu sentia as minhas mãos coçarem.
- Não seja por isso.- Ele veio e me beijou. Seu beijo era doce e quente, tinha gosto da marguerita e mesmo sendo meu amigo, Freddie beijava tão bem e eu sentia sua entrega aos beijos que ele sempre me dava.
Freddie estudava design na faculdade e a gente se conheceu através de uma vez que ele, com John que na epoca não o conhecia e com o Roger. O trio começou a fazer uma vaquinha para arrecadar dinheiro para uma ONG e Freddie fazia caricaturas de algumas pessoas por 2£ e eu caloura aceitei a ser desenhada por ele e desde ai se tornamos amigos inseparáveis.
A música terminou e todos aplaudiram, inclusive a mim que estava um pouco sem fôlego por conta do beijo.
- Soube que tem aniversariantes no pub, por favor, poderiam vim aqui? Faço questão de parabenizar. - disse Brian colocando o microfone no pedestal e Swen deu um pulo que me fez rir um pouco.
Subiu no palco Swen, uma moça ruiva e um outro rapaz. Nos aproximamos mais do palco e senti Freddie me abraçar de lado, que fiquei até um pouco tensa.
- Só gente bonita fazendo aniversário, que honra! Eu desejo muitas coisas lindas na vida de vocês e que tenham juízo e amor sempre no coração de vocês. - Swen estava tão radiante que sua energia transbordava.
- Swen está quase chorando.- sussurrou Freddie no meu ouvido e eu concordava, Swen era muito emotivo.
- O nome de vocês, por favor! - Brian tirou o microfone e passou para a moça ruiva.
- Claire. - ela respondeu bem timida e dava para entender.
- Victor.- respondeu o rapaz que acenou para um pessoal, que acho que eram os amigos dele.
- E você meu caro com chapéu de mariachi?
- Eu sou o Swen. - disse ele erguendo as sobrancelhas e que fez o Elton soltar um uivo.
- Então vamos cantar parabéns à vocês!
Cantamos parabéns e Swen parecia muito empolgado pois até pular no palco ele pulava. Roger gargalhava junto com Dominic e realmente, Swen estava uma graça pomposa como ele diz.
Quando os olhos do Brian olharam para a minha direção, ele até arregalou os olhos e eu fiquei até um pouco constrangida para ser sincera.
Os aplausos serviram para esconder minha vergonha pois uma simples música de Parabéns a você nunca foi tão constrangedora e embaraçosa.
Os três desceram do palco e Swen me abraçou e acenou para o restante se aproximar.
- Atenção, galinheiro, vamos beber até sair álcool pelas nossas narinas, okay? Amanhã começa às férias.
David acendeu um cigarro e finalmente pude ouvir sua voz que era um pouco rouca.
- Vamos, só quero dizer que estou muito feliz de estar aqui contigo e muito obrigada pela sua amizade de sempre.
Swen foi e abraçou forte David e todos inclusive eu abraçamos o Swen num abraço grupal e foi a coisa mais linda.
- Vamos todos beber por que está tudo pago. - gritou Roger e todos riram.
O garçom passou entre nós com vários canecas cheias de cervejas e cada um pegou a sua que erguemos no ar.
- Feliz aniversário, sua puta! - Disse Elton erguendo a caneca no ar e que todos ergueram também. - A Swen.
- AO SWEN.- todos disseram e que em seguida todos deram goles em suas respectivas bebidas.
Começou a tocar uma outra música que não estava reconhecendo, porém ela era bem agitada e todos dançavam. Olhei para o Brian e ele estava conversando com o dono do pub com uma caneca também de cerveja.
Ele estava com uma camisa branca de mangas cumpridas e uma calça de tecido preta. Ele era bem magrinho e alto.
- Mel o sr May toca bastante, ne? - olhei para o lado e era Roger que vinha em minha direção ficando ao meu lado.
- Realmente, não irei ficar tão surpresa, conheci ele hoje, aliás, ontem por que já passou da meia noite.
- Eu não sabia que o nome dele é Brian. - rimos juntos e realmente, me surpreendi com o nome dele.
- Você irá viajar com a Dom nesse verão?
- Sim, iremos para a casa dos pais dela nesse verão.
- Boa sorte para você meu amigo.- dei um gole em minha cerveja que em seguida limpei meus lábios por conta da espuma.
- Obrigado, acho que nesse verão que eu morro também. - gargalhamos a ponto de sair um pequeno ronco de nossas narinas.
- Que horror, Roger! E eu também fico feliz por vocês, ela é muito bonita e vocês formam um casal lindo também.
- Agradeço,  mesmo. - ele me abraçou de lado e eu ouvi ele sussurrar em meu ouvido.
- Que nem você e o Freddie .- ele me olhou fixo e eu já havia entendido o recado.
- Somos amigos, Roger e seremos sempre assim.
- Eu sei, mas quem sabe um dia vocês ficam juntos, não é mesmo?
- O futuro a Deus pertence. - disse num tom de frieza e ele percebeu.
O Brian ainda conversava com o dono do pub e eu queria por um breve momento saber o que eles tanto conversavam, nem para ser intrometida nem nada, só tinha curiosidade.
- Quer um cigarro? - olhei em volta e era David se aproximando, sua voz me dava arrepios.
- Aceito! .- Ele gentilmente acendeu e me entregou.
- Desculpa, sou um pouco introvertido. - ele acendeu outro para ele e eu traguei um pouco do meu.
- Relaxa, não se preocupe! E a propósito, eu amei seu terninho. - ele olhou para mim e sorriu um pouco.
- Muito obrigado, eu adoro ele, me deixa muito sexy e valoriza meu bumbum.- disse ele inflando o seu ego é estufando o peito.
- Aham, lavanda é uma cor linda mesmo. Me conte mais sobre como ser andrógino, ainda não entendi.
- É um conceito em que eu me visto como quero. Roupas masculinas e roupas femininas isso é balela, são apenas roupas, apenas tecidos. Chega a ser ridículo no mundo de hoje ainda a moda querer fazer padrões do que uma mulher ou um homem tem que vestir.
- É verdade, século 20 e as pessoas querem obrigar como deve-se ou não se vestir. - disse revirando os olhos e ele sorriu.
- Infelizmente, mas eu protesto assim, do meu estilo.
Rimos juntos e Freddie foi se aproximando, estava até um pouco cambaleante, acho que estava até um pouco porre.
- Vamos, dançar!
- Vem, David!
Fomos para a pista de dança e começou a tocar Dancing queen do Abba e aí mesmo que todos se reuniram mesmo para dançar.Eu costumava fechar os olhos para dançar e quando uma coisa esbarra em mim, abri os olhos e era o Brian.
- Me desculpa... hey, srta Stewart?
- Oi... sr May. Disse um pouco envergonhada enquanto coçava minha nuca.
- Que coincidência, não é mesmo? - Perguntou ele enquanto ele sorria.
- Verdade, sr May.
- Meu nome é Brian, aqui você pode me chamar pelo meu nome de batismo mesmo.
- Está certo! Eu sou a Melina, você sem está por aqui?
- Nas quartas  e domingos estou aqui tocando um pouco com o Harry, uma forma de relaxar.
- Está certo, além do mais começou às férias. Suspirei um pouco e continuei: — Para mim não, tenho que tirar A+ no exame.
Ele pegou no meu braço e sua mão estava fria e fez alguns pêlos se arrepiarem.
- Ei já disse a você que tudo irá dar certo, você vai tirar essa nota e eu vou cobrar de você, certo?
- Certo, mas não estou confiando em mim mesma.
- Olha, confie em mim!
Eu sorri que ele automaticamente sorriu também e ele tinha um sorriso muito bonito.
- Sou indelicada de perguntar sua idade? - perguntei a ele com uma dose de coragem
- Claro que não! Melina, ne ? .- perguntou ele e eu assenti com a cabeça. - Eu tenho 30 anos, eu sei sou um coroa, perto de vocês tão jovens.
- Não é tanto, eu tenho 23 e os meus amigos são tudo na mesma faixa de idade. Só é esquisito pois você já é professor e ainda por cima de exatas.
- Eu amo o que eu faço, comecei muito novo na faculdade e lecionar é uma das minhas paixões. Exceto tocar guitarra, eu amo tocar guitarra.
- Eu sei tocar um pouco de piano pois minha avó me ensinou. - tomei mais um gole de minha cerveja que já estava até um pouco quente.
Senti uma mão em minha cintura e virei-me e era Freddie que estava com o sobreiro que o Swen estava usando inicialmente.
- Oi, que você está fazendo? - Perguntou ele e ignorando totalmente Brian.
- Conversando, posso não?
- Vem, vamos comer bolo!
- Freddie esse é o Brian, ele que é o meu professor de reforço.
- Oi. - eles deram um aperto de mão e o rosto do Freddie endureceu e ele praticamente fuzilou Brian com os olhos.
- Vai lá, Melina! vai se divertir com os seus amigos. - disse ele de uma forma muito educada.
- Vamos, Mel!
Dei um tchauzinho para Brian que retribuiu o aceno e eu tive vontade de socar o ombro de Freddie.
- Você foi muito deselegante agir daquele jeito, Freddie.
- De que jeito?
- Eu te apresentei o meu professor na esportiva e você foi rude.
- Ah tá, daquilo? Esquece, na próxima eu vou tentar ser educado. - disse ele com um tom de ironia e sarcasmo no tom de voz.
- Você foi educado e civilizado, não se comporte como não fosse. - disse segurando seu rosto e ele sorriu.
- Desculpe, darling! Desculpe, mesmo.
- Você vai viajar nesse verão?
- Pior que tenho que ir mesmo, meus pais precisam de mim neste verão.
Meus olhos de excheram de lagrimas e eu pude notar que iria ficar sozinha, praticamente todos iam viajar e até mesmo Veronica iria viajar com o John.
- Ei, irei voltar! Eu sei que vai ter saudades, pois eu irei ter também.- ele disse apertando minhas bochechas.
- Manda um abraço pra Kash e um super beijo na dona Jer.
- Eu vou mandar e eu quero que estude bastante.
No verão passado passei as férias com a família do Freddie, nunca havia viajado para outro país e a primeira vez que fui foi com eles. A Índia é muito bonita no verão e eu me apaixonei pela comida e os temperos, só que tinha um porém, eles comiam muita pimenta e eu não era tão habituada assim.
Nos abraçamos e eu senti ele beijar minha testa e eu estava triste, meus amigos todos iam viajar, quem não iria ficar triste?
....
Eram 3hrs da manhã e praticamente o pub estava vazio, só havia os sobreviventes da noite: Freddie, Swen, Elton e eu. Mas eu estava com muito sono e também um pouco tonta.
- Freddie eu já vou, não aguento mais.
- Vem... Eu te levo.
Sua voz estava pesada e eu sentia o cheiro longe de cerveja. Ele levantou-se e vinha andando em minha direção.
- Vamos, Mel. - sua língua enrolava que dava até medo dele estar desse jeito.
...
Quando já estava perto do dormitório Freddie me puxou pela cintura e me beijou bem forte. Suas mãos apertaram meu bumbum e eu interrompi o beijo.
- Para, Freddie!
- Qual é? Sempre trocamos amassos por aqui mesmo.
- Acontece Freddie que estamos porres, beleza? E não da pra ficar trocando amassos aqui.
- Para com isso, por favor.- ele me beijou me pressionando contra a parede e ele foi passando a mão em minha coxa que apertava a mesma e  eu soltei um gemido fraco.
- Freddie... hun... por favor. - ele me olhou um pouco frustrado.
- Você sempre gosta que eu aperte suas coxas e seu bumbum, você está esquisita hoje.
- Freddie, acontece que quando duas pessoas estão porres ela fazem merda, entende?
- Eu só quero te deixar a vontade. - ele ainda dava beijos em meu pescoço e eu apertava os lábios para não soltar outro gemido.
- Chega, Freddie! Não quero mais, ok? Eu não tô legal!
Ele revirou os olhos e parou com os beijos tirando as mãos de mim.
- Boa noite, antes de ir passo com você, ok?
- Boa noite.
Ele seguiu no corredor e eu fui para meu quarto, um pouco magoada com a atitude dele, uma atitude bem escrota na realidade.

O professor Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz