Capítulo 35: O morango

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Finalmente havia chegado domingo e foi combinado que eu iria contar para o loirinho após a missa que iria contar a verdade para ele. Veronica arrastou John para a missa e a Dominique arrastou o Roger, parecíamos distantes da igreja e eu me sentia até um pouco vergonha.
...
Após ao fim da missa o loiro colocou novamente seu óculos escuros e caminhamos direto para o Diner's comer panquecas e café com leite.
— Eu gosto de sentar próximo a janela, me deixa muito confortável. - Apontou Roger para o único lugar vago daquele estabelecimento.
Nos sentamos e fizemos os pedidos para ficarmos aguardando um pouco mais.
— Então? Estamos reunidos por que? - Roger deu um sorriso que parecia um pouco desconfortável e a Dominique me olhou com uma cara bem amável e eu respirei bem fundo pois eu precisava contar para o loirinho toda a verdade.
— Roger, eu serei mamãe e daqui alguns meses esse bebê virá ao mundo.
Sua expressão de sorridente sumiu e ele ficou sério a ponto de tirar o óculos e me olhar sério.
— Melina, fala sério, por favor!
— Eu estou falando sério, Roger! Você está sendo promovido como titio Meddows Taylor.
Seus olhos azuis se encheram de lágrimas e ele amava crianças, espero que no mínimo ele tenha ficado feliz com a notícia.
— Bom, o Freddie já sabe? - Disse ele e eu balancei a cabeça negativamente.
— Em outro momento conto ao Freddie e você o que acha?
— Você é a minha protegida, Mel e é óbvio que fico feliz com essa notícia.
Se levantamos e ele me abraçou bem forte que não aguentei e derramei algumas lágrimas em seu ombro e eu estava um pouco aliviadissima.
— Amor, você já sabia? - Roger perguntou a Dominique e ela assentiu.
— Soube ontem e todos nós seremos tios desse baby da Mel e estamos todos felizes.
— É verdade.
— Mas como você engravidou, Mel?
Todos nós olhamos para o Roger e todos nós rimos dele.
Roger Meddows Taylor, conhecido como Rog e sim, meu amigo era um cara incrível. Pela as minhas contas Roger também estava para se formar, pois ele cursava Biologia.
Toda boa garota queria ficar com o Roger, pois ele era um cara bonito, tinha os olhos bem azuis e tinha o cabelo loiro. Quando fomos no baile dos calouros e enchemos a cara de cerveja e antes dele sofrer o acidente que quase o matou e sim, por pura imprudência desse loiro, mas voltando ao meu raciocínio Roger e eu demos um selinho, só que ele queria mais e eu o rejeitei. Sim, fiz algo que todas queriam naquela universidade, rejeitei um beijo de Roger.
— Ela transou né, cabeçudo! - Disse Ronnie dando um tapa no braço de Roger que todos riram.
Foi chegando nossos pedidos e comiamos nossa refeição em silêncio até o Roger quebrar o gelo novamente.
— O Brian já sabe ?
Mastiguei meu cereal e balancei a cabeça na negativa e Roger me olhou um pouco apreensivo que depois tomou um gole de seu chá.
— Ele ainda não vai saber, ok? E o Freddie também não. Quero que você guarde este segredo, Roger! Por favor, nessa hora você tem que fazer boca de siri.
— Não se preocupe com isso, minha boca é um túmulo.
John que estava ao meu lado me abraçou de lado e fez carinho na minha barriga e eu me sentia mais uma vez culpada por ter aquele filho.
— Amanhã irei no médico com a Veronica, iremos no intervalo das aulas e eu tô um pouco até zonza com isso.
John deu um beijo no meu rosto e Roger apertou minha mão e depois olhou fraternalmente para Dominique e Veronica.
— Estamos com você, Mel! Somos seus amigos, ok?
Me emocionei e deixei uma lágrima cair e eu queria por um breve momento que a minha gravidez fosse mentira pois eu não sentiria um peso na consciência.
...
O dia correu muito rápido e eu estava sentindo falta de Brian mais que nunca. Geralmente nos domingos ia para a casa dele e ficávamos o dia assistindo filmes e sim, era um programa que eu amava fazer com ele e até que o telefone tocou.
— Alô?
— Oi meu amor, boa noite!
— Brian? Oi, bem!
Ele riu e o telefone deu um chiado e eu não via a hora dele chegar e eu abraça-lo com toda a minha força.
— Como é que você está? - Perguntei a ele.
— Bom, estou ótimo! Comi uma massa fantástica com um vinho sensacional e você? Está bem? Está se alimentando direito?
— Estou bem, amor! Não se preocupe! Acontece que dia de domingo o restaurante da facul não funciona e então fui com a Ronnie no mercado para comprar algo para fazer de microondas.
— Ah sim, caso você queira ir em casa, tem uma chave extra embaixo do carpete, ok?
— Não irei invadir sua casa, Brian!
— Não considero invasão, Mel! Mas se precisar de algo, pode ir lá.
— Okay, vou comer toda a sua comida.
Rimos juntos e eu senti novamente a cosquinha na minha barriga e eu já havia percebido que só mexia quando eu falava com o Brian, será que esse bebê já sabia quem era o pai?
— Encontrei o Tim por aqui e ele lhe mandou lembranças e até porque foi com ele que eu jantei.
— Oh que divino! Tim é um cara legal! Só lembrei daquela nossa fuga.
— Foi incrível mesmo, combinei que quando terminar as provas finais iríamos visitar ele e a esposa dele e isso se você quiser ir comigo é claro.
— Mas é claro que eu quero, Brian! Que besteira de achar que não iria.
— Ótimo e a propósito, amanhã tem aula de reforço, não falte, okay? Lois é uma boa pessoa.
— Já sei, Bri!
— Estude, amor!
— Irei... Eu estou com saudade.
Ele riu um pouco e um nó na garganta foi formando e eu queria chorar.
— Também estou morto de saudades!
— Brian... Eu vou ter que desligar. - eu já estava chorando por mais uma vez omitir a gravidez. — A Veronica precisa ligar para o John.
— Ok, baby! Dorme bem e boa noite.
— Idem!
Desliguei o telefone e comecei a chorar. Quando teria coragem para contar a verdade para ele? Acho que nunca pois era medrosa demais para isso.
Ainda chorando fui dormir até porque ainda sim teria aula pela manhã e trabalho pela tarde e eu já me sentia esgotada.
...
Mais três aulas de matemática financeira e eu juro queria me afundar de tanto tédio. Parece coincidência, mas eu me sentia mais preguiçosa e sonolenta após descobrir que estava grávida.
Pedi licença para meu professor para ir ao banheiro e ele gentilmente deu. Passeando pelo corredor esbarrei com Laís que tinha os olhos inchados pois parecia que estava chorando.
— Laís, está tudo bem?
— Tá, eu acho!
— Tá com o olho inchado, que houve?
Seus olhos se encheram de lágrimas novamente e ela me extendeu um cartão de visitas e era um cartão preto.
— Que cartão é esse, Laís?
— Eu fiz... Eu fiz... Eu fiz... - Ela chorou mais ainda e eu a abracei sem saber o que ela havia feito e então caminhamos até o banheiro.
No banheiro ela jogou água no seu rosto e respirou bem fundo e olhou fundo em meus olhos.
— O que você fez, Laís?
— Eu abortei o meu bebê... Eu sou uma monstra.
Senti uma pontada na garganta e que me deu logo uma vontade de chorar. Jamais pensei em querer tirar esse filho que espero e olha que para mim foi uma total surpresa.
— Como assim? Você estava grávida? - Ela começou a chorar novamente.
— Foi o comentário do mês nessa universidade de merda, após o aniversário do Swen eu saí com o David e nós transamos no carro dele.
Daí puxei lá na memória que David realmente saiu com uma moça do pub, mas não dava para ver com quem até por que eu tinha o Freddie em meu colo que bebia feito um gambá e do meu lado tinha Roger, John e Elton que competiam quem bebia mais tequila.
— E aí?
— E daí que aconteceu... Eu estava de três meses e meio... Não aguentei a pressão, não poderia criar uma criança agora... Ainda estou no meu segundo ano e... - Ela chorou de novo e eu chorei junto.
— Não irei julgar você, não se preocupe!
Ela sorriu e limpou os olhos e saímos do banho e por minha sorte o intervalo bateu e eu já tinha que sair com a Veronica, tinha a minha consulta.
...
No consultório não aguentava de esperar e Veronica lia uma revista de fofoca e que parecia até um pouco concentrada.
— Melina Stewart, pode entrar.
— Vamos, Veronica.
Veronica entrou comigo na sala e a médica era uma mulher de meia idade, ruiva e cheia de sardas pelo rosto e com um sorriso nem seu rosto indicou para que fôssemos sentar.
— Quem é Melina? - sua voz era doce.
— Sou eu.
— Bom, Melina, qual foi a data da sua última menstruação, querida?
— É... Lembro que veio em julho, mas não lembro o dia.
— Ok, então iremos fazer uma ultrassom e ver o tamanho do bebê, ok? Daí eu poderei mais ou menos ter uma ideia de quantos meses você pode estar.
— Porque assim doutora minha menstruação nunca foi certa e as vezes ela descia e as vezes não, só que a primeira vez que ela parou e eu estranhei e daí fiz o exame e deu positivo.
— Você tem um parceiro fixo?
— Tenho, porém ele está viajando.
— Então vamos fazer essa ultra-som e dar de presente uma fotinho, que acha?
— Acho bom.
Nos levantamos e Ronnie foi segurando minha mão que estava gelada e um pouco suada. Veronica estava mais nervosa que eu.
A doutora foi ajustando a maca e ao me deitar me sentir um pouco nervosa e apreensiva.
— Por favor, querida, levante a sua camiseta.
— Ok.
Levantei a minha camiseta e ela despejou um pouco de um gel transparente que até então estava bem geladinho.
— Muito bom, Melina!
— Da pra ver algo?
— Da sim e muito!
Ela virou a tela e eu não conseguia enxergar nada apenas alguns borrões.
— Esse é seu bebê, srta Stewart!
Ela deu uma ampliada na tela e sem que eu pudesse segurar derramei algumas lágrimas e a Veronica apertava mais a minha mão.
— Tem só um mesmo?
— Apenas um e pelo tamanho é de 10 semanas.
— 10?
— Dois meses e duas semanas, quase três meses.
— Ah sim sim.
— Bom, seu baby tem um tamanho de um morango maduro e está muito bem.
— Nossa!
Meus olhos brilhavam e a minha ficha finalmente caiu, tinha um bebê a bordo.
— Querem ouvir os batimentos cardíacos?
— É possível? - perguntou Veronica.
— Sim, é possivel.
A doutora digitou algo no teclado e de repente a sala foi invadida por um barulho alto e sim era os batimentos cardíacos do meu filho, que coisa linda.
— Aqui uma foto do seu bebê para você e aqui lenço para se limpar.
Segurei a fotinho e eu comecei a chorar um pouco pois eu queria contar logo ao Brian de uma vez por todas pois não aguentava mais esperar.
— Ainda não dá pra saber o sexo, doutora? - Perguntei enquanto ia me limpando.
— Provavelmente quando fizer uns 4 meses e daí dará para ver, ok? Sem ansiedade, pois os órgãos do bebê ainda estão se formando aos pouquinhos.
Levantei e fui me sentar de novo e eu estava feliz pelo meu filho e sim, sentia vontade mais do que nunca ter essa criança.
— Vou passar um cardápio que você tera que se alimentar muito bem daqui para frente e até porque queremos um bebê saudável.
— Sim, senhora!
Nem ligava se o Brian fosse querer ou não, se seria comentário na faculdade, de meu pai implicar, eu tinha uma vidinha em meu ventre e eu queria mais que tudo já ter em meus braços.
...

Notas da autora: Galera eu perdi uma parte da minha fic por isso demorei séculos para atualizar :( nem sei que aconteceu, mas eu acho que havia esquecido de salvar e sem querer dei log out na minha conta da Microsoft e a fic fechou sem salvar automaticamente.
Bom espero que isso não se repita :s
Espero que gostem e perdão pelo atraso.
Agora a fic vai falar da gravidez, a prova finalmente da Melina e a tal possível formatura da mesma e até porque a ideia dessa prova que ela tem que tirar A+ é de extrema importância.
Beijos e apreciem a fic.
Boa leitura!! Se gostarem podem comentar e votar a vontade 🙏🏻❤️ aí sempre ajuda

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