Capítulo 39: O baile - Parte 3 / Final

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Freddie ria sem graça e ele retirou sua mão de minha barriga e seu rosto ficou vermelho.
— Como é, Stewart?
— Sim, Freddie, eu estou grávida e de três meses para ser exata.
— Melina? - Olhei para trás e era Brian e num movimento rápido Freddie avançou para cima dele que me assustou.
— Você engravidou ela, seu idiota! - Quando menos esperei Freddie acertou Brian com um soco que o derrubou no chão.
— FREDDIE, PARA COM ISSO!!
— Ele te engravidou, Melina, não posso aceitar isso!
— Aceite, ok? Nos amamos e vamos ter essa criança.
— Qual é Freddie? Está louco? - Perguntou Brian ainda muito assustado.
Segurei Freddie para acalma-lo até porque ele estava fora de si.
— Se acalme, Freddie. - Comecei a chorar e Freddie foi acalmando.
O labio inferior de Brian estava sangrando e eu dei o meu lenço para que ele enxugasse o sangue.
— Ja está calmo, Freddie?
— Um pouco, como deixaram acontecer isso?
— Freddie aconteceu, ok? Não posso prever o futuro.
— Espero que ele nunca te abandone porque aí eu quebro o resto.
Brian me olhou no canto do olho como se realmente tivesse arrependido de ter aparecido naquele exato momento.
— Eu nunca irei abandona-la, eu sou homem e se for para ter essa criança, nós teremos, mas agora nada justifica você ter vindo e me dado um murro na boca, eu posso te mandar suspender, sabia? Estamos formando uma banda e se você for assim sempre impulsivo, eu prefiro não fazer mais parte.
— Desculpa, é que o sangue ferveu na hora, foi mal.
— Agora se cumprimentem em sinal que vocês me amam bastante.
Freddie e Brian se abraçaram de lado e deram um sorriso. Mesmo Brian com o lábio inchado ele deu um sorriso e Freddie respirou fundo.
— Eu amo vocês, certo? Se tratem com respeito, aqui dentro de meu ventre tem uma criança e ela vai ter o pai e o padrinho presente na vida dela, ok?
Eles ficaram em silêncio e eu assenti com a cabeça.
— Se na próxima vez rolar uma briga entre vocês, eu sumo e vocês nunca mais me veriam, ok? Agora vamos para a festa.
Freddie foi na frente e Brian me puxou e me deu um selinho.
— Não sabia que você era tão braba. - Disse Brian.
— Tenho que ser, vocês parecem crianças.
Ele revirou os olhos e eu coloquei novamente a máscara e entramos novamente ao salão. Estava tocando uma música bem animada que todos dançavam animadamente e eu fui procurar meu grupo de amigos que fui puxando Brian junto.
...
Os meninos subiram mais uma vez ao palco e já era a última deles e Freddie em frente ao teclado pegou o microfone do pedestal e riu um pouco. Pela linguagem corporal ele estava visivelmente nervoso.
— Bom... Essa composição é minha autoria e eu fiz em um momento atípico, vai ser só eu no piano e ela é um pouco melodiosa. - Disse ele e eu sentia o coração na garganta. — O nome da música é It's a hard life. - não pode ser... A música que ele escreveu para mim.

I don't want my freedom
There's no reason for living
With a broken heart
This is a tricky situation
I've only got myself to blame
It's just a simple fact of life
It can happen to any one

Meu coração veio até a minha boca que ele desceu do palco e foi até mim segundando a minha mão e cantou olhando fixamente aos meus olhos.

You win, you lose
It's a chance you have to take with love
Oh, yeah, I fell in love
But now you say it's over and I'm falling apart
Yeah, yeah

Minhas lágrimas desciam de meu rosto de forma copiosa e ele me deu um beijo em minha bochecha que em seguida voltou para o piano e continuou a cantar.

It's a hard life
To be true lovers together
To love and live forever
In each others hearts
It's a long hard fight
To learn to care for each other
To trust in one another
Right from the start
When you're in love

Freddie cantava com a voz embargada e eu já tinha desidratado de tanto chorar e eu sei que ele estava de coração partido, talvez tenha decepciona-lo com a minha gravidez e ter contado aquelas coisas sobre a Mary, ele precisava saber o quanto antes.
...
A música havia acabado e Freddie foi aplaudido fortemente e eu aplaudi tanto que minha mão ardia. Eles desceram do palco e Brian estava com uma expressão séria e mesmo com o lábio inchado, parecia que algo o incomodava.
— Querido, que houve?
— Tenho a leve a sensação que o Freddie compôs essa música para você. - Eu engoli seco e sim eu sabia que era para mim, só não iria dizer a ele.
— Bobagem, meu bem! Todo mundo escreve quando está triste e Freddie é só mais um, ok? - Era nítido o ciúme de Brian, porém achei a coisa mais fofinha do mundo ele de braços cruzados e sério olhando para o nada ao invés de me encarar de vez.
— Está com ciúme, Brian?
— Não, não estou.
— Está sim, sua cara está tão dura quanto este chão.
Ele me olhou ainda sério e ele não conseguia sorrir.
— Pare, amor, por favor! - Pedi abraçando o seu quadril e ele continuava de braços cruzados.
— Eu vou tomar algo, ok? Licença.
Brian tirou meus braços de sua cintura e foi para uma direção, seria a primeira vez que ele demonstra seu ciúme e eu quis tanto vê isso algum dia, mas na prática era tão amargo.
...
Tocou mais uma música dançante e eu estava abraçada com Dominique e Veronica pois sempre sobrava a gente em algumas ocasiões pois os meninos iam sempre para o pátio fumar.
— Vocês são as melhores amigas que eu tenho nesse planeta e eu mato e morro por vocês. - Disse Dominique e eu sentia meu coração apertar.
— Dom, eu sinto o mesmo, sou muito grata. - Acabei dizendo e continuamos a dançar.
...
Resolvi tirar meu sapato que apertava muito meu pé e resolvi ir lá fora tomar um ar fresco e andar um pouco no gramado para relaxar e então me encaminhei para a minha ala secreta.
Sentei-me no banco e fiquei olhando as estrelas e eu senti aquele cheiro daquele perfume cítrico de longe.
— Melina... Sabia que ia ter problemas com você logo de cara. - Olhei para o lado e era Mary que logo apagou seu cigarro. Seus olhos estavam inchados e sua make borrada até a bochecha.
— Que susto, porra!
— Pois bem, Brian não é confiável... Ele já me traiu uma vez, sabia? Ele tinha ido para Irlanda e por lá conheceu um Chrissie e lá transaram e toda vez que ele viajava, eu ficava receosa.
— Acontece Mary que não acredito em suas falavras, Brian já confirmou que ele me ama e...
— Ele te apresentou ao Tim, não foi?
— Porque?
— Foi o Tim que apresentou ela para ele e eu só soube depois.
— Mary, me poupe do seu veneno, ok? Mulher, você é bonita e deve ter um trabalho maneiro e então vai procurar ser feliz.
— Você arruinou meu rolo com Freddie e além do mais... Eu acho que ele nem curte a coisa.
— Que?
— Eu acho que ele é gay.
Respirei bem fundo pois a vontade era de esganar aquele pescoço magricela.
— Primeiramente, Freddie assim como todos odeia rótulos, ok? Se ele for ou não e até mesmo se ele gostar dos dois sendo bi, qual seria o problema? Ele é um ser humano incrível, bem capaz dele tirar a roupa e dar para quem está precisando, tem uma compaixão enorme pelo próximo e uma energia incrível. Você não o merece, ele é fabuloso, meu melhor amigo e por ele ponho a mão no fogo.
— Vão se foder todos vocês, espero que sinceramente... Bom... Você principalmente se foda.
Levantei-me e avancei para cima dela queria esbofetear a sua cara, porém não quis perder também a minha razão.
— Cala boca, cacete! Não se cansa, não! - Ela deu um sorriso irônico aos lábios e me empurrou forte ao chão que cai sentada no gramado e que bati forte a cabeça no ferro do banco que fez tudo apagar imediatamente.
...
Acordei um pouco zonza e sentia minha cabeça pesada que quando passei a mão senti alguns curativos. Estranhamente eu não reconhecia o local até então.
Parece que tinha passado um borrão na minha cabeça e eu só lembrava que havia ido tomar um ar fresco e daí já não lembrava mais de nada.
Me sentei na cama e eu vi os lençóis azuis celeste e ao ver a logo estampada naquele lençol e pude perceber que estava em um hospital.
Chamei a enfermeira pelo sinal e eu já queria embora para a minha casa, não queria ficar ali, pois só lembrava daquela vez que entrei em coma e aconteceu tudo aquilo.
A porta se abriu e um enfermeiro deu um sorriso ao me ver acordada.
— Que bom que acordou srta Stewart!
— Ótimo, por que estou com curativos?
— Você levou três pontos na cabeça com esse pequeno corte que fez por acidente.
— Nossa!! Mas tá tudo bem com meu bebê?
— Está tudo, ok!! Seu namorado está preenchendo a sua ficha e já está vindo lhe ver, fique tranquila. Se não se sentir zonza ou desorientada, talvez o médico lhe dê alta hoje mesmo.
— Tomara que sim.
Ele ajustou mais meu soro e entrou na sala o Brian que já estava de colete com uma camiseta por baixo e com uma rosa vermelha nas mãos.
— Oi amor! - Disse ele selando meus lábios.
— Oi, querido!
O enfermeiro saiu do quarto e eu pude ficar asós com Brian.
— É para mim?
— Sim!!
Peguei a rosa e ela tinha um perfume maravilhoso que me deixou um pouco com coceira no nariz (quem tem rinite vai entender).
— Eu não lembro, que houve, amor?
— Eu não sei, Mel! Fui atrás de você para que fôssemos juntos pra casa e daí John voltava do pátio te encontrou caída perto do banco da ala noroeste.
— O John?
— Sim, ele veio com sangue nas mãos e pediu ajuda, ele só não pode vim porque precisava de um banho. Mas todos vieram, inclusive Freddie que não parava de chorar lá fora. Orientei todos irem que em breve iria dar notícias.
— Eu não lembro de nada... Faz quanto tempo isso?
— Acho que umas três horas atrás.
— Nossa, eu acho estranho que nem me lembro, acho que com certeza fiquei nauseada e desmaiei.
— Pode ser!
Brian ainda tinha essa cara de preocupado comigo quando de fato já estava bem e eu só queria que ele soubesse o quanto sou grata por ter ele ao meu lado.
— Brian, eu aceito morar com você!
Ele abriu um sorriso tão grande que me encheu de beijinhos pela a minha bochecha.
— Oh meu bem, me faz tão bem aceitar... Fico mesmo muito feliz.
— Mas antes temos que contar para meu pai sobre minha gravidez.
Seu sorriso desapareceu e ele fez uma cara de preocupado, aliás, eu também até porque certamente acho que meu pai mataria Brian.
...

Nota da autora: Perdão a demora, tô tendo problema em salvar no word :( fica dando erro. Espero que gostem.

O professor Onde histórias criam vida. Descubra agora