Capítulo 7: Cante para mim, por favor! Parte 1

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Nem terminei minha sopa direito e eu menti a ele dizendo que precisava fazer uma ligação, sentia meu rosto queimar e meu peito apertar toda vez que lembrava dá foto dele com a namorada. Era muito errado eu pensar em ter sentimentos por ele e ate por que primeiro: ele era meu professor e segundo: ele tinha uma modelo, princesa e maravilhosa namorada como sua, ele jamais iria olhar para mim e ate por que eu acho que seria ridículo e muito improvável disso acontecer.
... algumas horas depois
Coloquei minha mochila nas costas e fui para a biblioteca esperar por ele, ainda ia ter que encara-lo nas aulas particulares, uma dose de sorte e azar ao mesmo tempo.
Quando cheguei por lá, ele já me esperava e ele estava de fones de ouvido. Sr. May era lindo até mesmo de costas e que homem, ate porque eu estava lembrando do sonho e toda vez que lembrava do sonho me dava um calor na minha nuca fazendo os pêlos do meu braço ficarem arrepiados.
- Olá, sr May!
- Oi, Mel, já preparei alguns exercícios para você fazer e separei alguns livros sobre o assunto que iremos abordar hoje. - disse ele retirando os fones e desligando o seu toca-fitas.
- Okay!
Lemos juntos os comandos e as questões e ele lia que nem eu, usando o dedo indicador para acompanhar e não se perder na leitura.
- O x sempre vai ficar desse lado, para que depois vem a soma do produto. - eu olhava para ele e a musica "let it be" ecoava na minha mente.
- Vou fazer!
- Eu acredito no seu potencial e eu sei que você é muito inteligente.
Eu sorri e ele sorriu junto. Se encaramos e eu senti meu coração palpitar forte era como se ele tivesse em minha garganta.
Ele pigarreou e eu abaixei minha cabeça para responder os meus exercícios e para ser honesta, hoje estava ate mais fácil que no primeiro dia.
...
- Uau até que você acertou 4 de 5. Viu só como você é inteligente?
- Eu achei até mais fácil que naquele dia, Brian, sinceramente.
- Se eu te dizer que é o mesmo assunto, o que você diria?
- Eu me sentiria horrível.
- Eu lamento lhe dizer, mas é  o mesmo assunto e eu acho que o arruinou sua mente naquele dia foi o nervosismo.
- Pode ser, estava nervosa e ainda estou e você sabe o porque, só queria que tudo passasse mais rápido e eu logo pegasse a minha nota.
- Calma, tudo em seu tempo certo? Eu não gosto de pressa e ate porque a pressa é a inimiga da perfeição.
- Tá ok.
- Vai fazer o que amanhã?
- Vários nadas, sábado compete com domingo por serem dias muito tedioso.
- Gosta de ópera?
- Um pouco.
- Bom, eu irei amanhã num concerto musical e você gostaria de ir comigo?
Sua testa estava começando a formar um suor e eu não sabia se era de nervoso ou de calor.
- Como um encontro ? - Minha voz estava um pouquinho rouca e ele riu.
- Como dois bons amigos, para você não se sentir tão sozinha, prometo que não faço nada de mais. - Ele coçava seu queixo.
- Como dois amigos então. - Dei um suspiro longo e ele notou pois ele soltou um estalo com a boca.
- Quero muito que você entenda esses módulos para que a gente possa avançar e subir mais um degrau.
- Okay, eu irei ler e aprender.
- Preciso que você pratique, além do mais ainda queres o canudo não é mesmo?
- Quero e preciso.
- Pois bem, você terá seu canudo e ainda vai me agradecer muito.
- De alguma forma algo a minha instituição diz para eu confiar em você.
Ele pos seu indicador em minha testa e eu senti o seu dedo gelado.
- Então a ouça.
Dei um sorriso fraco e ele apertou minha mão.
- O que se veste em um concerto?
- Eu não sei, eu visto qualquer coisa.
Olhei ele da cabeça aos pais e fiz uma cara de desdém.
- Você sempre está de blazer ou de colete, para você é fácil pois sempre está bem vestido.
- Eu? - Ele gargalhou alto. — Eu tenho que manter a postura pois eu trabalho aqui e também é conduta do professor que está nas normas da instituição.
- Ah, tá! Eu não sei me vestir direito, a Veronica disse que sou uma vergonha as vezes.
- No dia do pub sobre o seu vestido estava muito bonito, combinou com você.
Eu senti o meu sangue ferver e minhas bochechas queimaram de tanta vergonha.
- Eu só tenho dois vestidos, aquele e um vermelho.
- Então vai com o vermelho, venho te buscar as 20h00 e não se atrase.
- Com certeza.
Ele olhou para seu relógio de pulso e arregalou os olhos que em seguida fez ele fechar os livros.
- Nossa aula hoje acabou, por favor, leia esses artigos, Mel! Semana que vem vai ser essencial que esteja afiada para estes módulos.
- Está certo, te dou a minha palavra que irei estudar.
Apertamos as mãos e a dele estava suada e eu ri um pouco nervosa para ele.
...
Mal adentrei no quarto e o telefone estava "gritando" e eu corri para atende-lo.
- Alô?
- Finalmente, darling!
Dei um suspiro e finalmente pude ouvir a voz que mais me animava quando estava para baixo: Freddie.
- Eu estava em aula, Bulsara! - Disse rindo e ja imaginava as reviradas de olhos dele.
- Stewart como esta ? Está bem?
- Eu estou bem, acabo de ter 1 hora de aula deliciosa de ordem e produtos, e você?
- Acabei de tomar chá com a minha mãe, nosso tour esta começando pois a Kash fez a gente se atrasar no aeroporto.
" Eeeei." Ouvi no fundo e eu tinha certeza que era ela. Kashmira Bulsara.
- Que otimo para vocês, aproveitem por mim.
- Darling me conte mais o que você foi esses dias e em detalhes por favor.
- Não aconteceu nada de extraordinário, Freddie. Apenas Brian me convidou para irmos assistir em um concerto amanhã pela noite.
- Agora é Brian é? Antes era sr. May.
- Freddie é o nome dele.
- É assim que começa, depois é coração e bla bla.
- Mais repeito, Freddie. Ele... bom, ele é um cara legal e ele esta se tornando um amigo.
- Eu não simpatizei com ele, Mel e ele tem cara que seduz as alunas para dar em cima delas.
- Que horror, Freddie.
- É sim, eu não gosto dele.
- FREDDIE BULSARA! — Dei um grito no telefone e ele ficou mudo.
- Tá, depois não diga que não lhe avisei.
- Ele é super gente boa, conversou comigo e ficou sensibilizado por eu estar sozinha aqui. Já é triste eu ficar só e ele apareceu, ai quando você finalmente me liga é para falar asneiras. — eu ja estava chorando no telefone.
- Melina, oh droga! Porra! Ei não chora, ai merda.
Eu soluçava enquanto ele xingava a si mesmo do outro lado da linha.
- Freddie, você é um egoista as vezes.
- Eu sei, me desculpa!
- Eu só queria que você me entendesse que eu estou sozinha aqui e vou sair com ele como se ele fosse meu melhor amigo, pois eu preciso me divertir.
- Desculpa, Mel, desculpa do fundo do coração. Não tenho mesmo ideia que ficar sozinho em algum lugar, ate por que eu divido o apê com o Roger e o Deaky.
- Pois é.  — ainda choramingava e eu lembrei um pouco do sorriso de Brian.
- Não fique puta comigo, por favor!
- Eu não estou, acontece que Freddie tem vezes que você é um escroto do caralho, mas acontece que também eu não consigo ficar com raiva de ti.
- Eu sei disso, pois eu sinto o mesmo por ti.
- Mande um beijo para os meus tios ai e para a Kash, preciso tomar um banho, Freddie.
- Eu te ligo novamente mais tarde ou amanhã.
- Vou esperar, beijos, my dear.
- Beijos, my darling.
- Bulsara.
- Stewart.
Desligamos o telefone e eu limpei mais um pouco os meus olhos que as lágrimas ainda escorriam dos meus olhos. E se Freddie tiver razão em relação de Brian querer seduzir alunas? Meu Deus, minha cabeça latejava só de imaginar.
...
Depois de um banho frio, enrolei uma toalha na cabeça e envolvi outra em meu corpo e olhei um pouco minha aparência no espelho.
Eu estava com algumas olheiras, não tão profundas, aquelas superficiais e que me fez ter a ideia de fazer um mini spa e até porque iria sair com o Brian, queria me sentir bonita naquela noite.
Depilando minhas pernas ouvir o telefone tocar, corri para atender e ja torcia muito para que fosse Roger, estava sentindo falta de meu loirinho.
- Alô? — ouvi uma respiração um pouco mais pesada no telefone. — Alo? Roger Meddows Taylor se for vocevoc, irei lhe matar.
- Não, não é o Roger! É outra pessoa.
Eu não reconhecia a voz, fiquei até imaginando se fosse algum parente meu.
- Quem é?
- É o Brian!
A gilete caiu da minha mão e eu senti minha garganta secar.
- Como soube meu número?
- Eu tenho acesso aos arquivos dos estudantes, esqueceu? — ouvi um ruído, ele estava rindo.
- Bom, você me assustou.
- É assim que trata seus amigos ?
- Não, eu sou muito carinhosa com eles, acontece que teve uma vez que o Roger ficou pentelhando a porra da paciência com trotes. — achei graça e ele riu junto.
- Bom, eu não vou passar trote, juro.
- Mas sim o que você deseja?
- Eu estava tocando guitarra e lembrei de você.
- Ah sim, sim.
- Pois bem, eu sei que iremos sair amanhã, mas acontece que estou entediado nessa noite.
- Eu também estou entediada, acontece que realmente sexta feira não é tão empolgante quanto está só.
- Bom, quer me ouvir tocar?
- Como assim?
- Sim, você vem aqui e a gente se diverte como pode, pede umas pizzas e daí a gente toca.
- Não sei se é uma boa idéia, Brian.
- Ah por favor, vai.
Eu lembrava daquela frase do Freddie e eu sentia meu peito se apertar e eu ficava entre meu coração e a razão. O coração queria ir e a razão queria que eu ficasse.
- E como eu iria então?
- Ótimo! Vou te buscar daqui a 30min. Esteja prontinha no portão.
- Ok.
Desliguei o telefone e eu me sentia leve com o coração um pouco apertado.

O professor Where stories live. Discover now