47° Aquela Mulher de Vestido Preto.

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Um vestido preto tubinho, seus lindos cabelos para trás graças ao vento dá tempestade e salto alto na cor vinho. Ela caminhou até a frente da multidão. Ele não sabia se corria, chorava, sorria, gritava mais, ou ficava parado apenas a encarando com uma expressão receosa, bom ele esperou pela sorte, ficou parado no mesmo lugar, como na última opção.

Depois de ambos se encararem, ela sob o teto do hotel, e ele a mercê da tempestade. A tensão estava no ar, parte dos que "assistiam" passaram a perceber que algo pendia entre eles. Após segundos -sim, foram apenas alguns segundos- ela fechou a bolsa, e calmamente andou até Murilo, passos lentos, assim que chegou perto, eles mantiveram o silêncio por um tempo, se olhavam, ambos profundamente, cada expressão, meios sorrisos, o franzir da testa ou, as lágrimas dos dois misturadas a chuva, quase imperceptíveis:

-Murilo, entra, você vai ficar doente. -Ela diz com um leve ar de preocupação.

-O que importa? Nada pior pode acontecer. -Responde docemente.

-Você vai ficar gripado. -Diz o óbvio com um leve sorriso nos lábios. -Olha e-eu, não tenho o porque me preocupar, se vira. -Ela volta a sua expressão séria e passa a caminhar de volta a parte onde poderá se esconder da chuva.

-Ei, espera. -Murilo gritou a vê-la se afastando novamente. -Thaís.

Ela apressou um pouco o passo, assim que ele a alcançou a mesma tirou os saltos discretamente e bem rápido, sem que ele previsse sua "fuga", ela correu com os saltos na mão e quase escorregou ao voltar para o piso do hall.

-Para Thaís. -Ele gritou após agarrá-la pelo braço.

-Não encoste em mim. -Disse e se soltou.

-Me escuta. Olha eu sei que nenhuma desculpa, pode melhorar o que fiz, mas... -Ela o corta.

-É realmente, Murilo, nada vai melhorar, então volte a desabafar mentiras com a chuva, atraia a atenção de todos, mas saiba que mesmo seu eu fosse pressionada a te desculpar e me recusaria. -Ela ia sair, mas ele a segurou novamente.

-Mentiras? Você acha que eu queria atrair atenções? Que eu estava gritando coisas aleatórias para você sentir pena ou me ajudarem a te reconquistar?

-E não era? -Cruza os braços o encarando com desdém.

-Claro que não, eu nem sabia que todos estavam me vendo até eu... Até eu me virar, olhar os rostos depressa e focar minha visão em você.

-Por favor, pare com essas mentiras, você estava de moletom na chuva, gritando para Deus e o mundo o quanto se sente mal. Mais o mais interessante foi que... -Ela por si só se interrompe.

-Eu não estava lá atoa, sabe o que eu fui pegar? -Coloca as mãos dentro do bolso da calça e percebe que a mesma estava com um rasgo, por sua vez, anteriormente ele havia posto a caixinha dentro do mesmo. -Não, não, não! -Volta a correr para a chuva e ela o segue incrédula.

-É isso vai fugir? Meu Deus, como eu sou idiota. O que eu ia dizer é que por um minuto seus olhos me disseram que se arrependia de verdade, eu fui solidaria, me preocupei com você, o homem que mesmo tendo ferrado com a minha vida, por amá-lo, me senti a culpada na história.

-Acontece que o idiota na história fui eu, eu fui hipócrita, egoísta, um verdadeiro canalha. E você não tem que se culpar eu estraguei tudo. O pior foi achar que estava tudo ótimo, sendo que esse amor ficou como uma farpa, machucava sempre o mesmo lugar, ou melhor, sempre a mesma pessoa.

-Murilo eu também e-eu... -Ele a interrompe.

-Olha, para. -Diz com a voz doce, um pouco mais alto e segura as mãos dela. - Chega, sim, foi tudo minha culpa, primeiro a Lisandra, depois o Nicolas, eu os trouxe para nossa vida junto, eu estraguei o que tínhamos. Thaís, eu não te mereço, eu ia fazer a coisa certa, mas fui pelo caminho errado.

-D-do que está falando Murilo?

-Não importa, o que eu fiz, resultou na nossa situação de agora. O casal que diziam ser tão belo, termina frente a câmeras, com a cena mais triste. -Fala com um tom irônico.

-Ei, agora quem tem que parar é você. Do que está falando? Nicolas? Coisa certa, caminho errado? E principalmente, terminar na frente das câmeras?

-Bom os primeiros não vêm mais ao caso, agora. Essa confusão não começou quando a Lisandra me beijou? Então... Agora, que estamos colocando as cartas na mesa e encerrando esse falso conto de fadas, novamente tem câmeras aqui.

-Murilo... -Ela acabou não terminando o que ia dizer, sua boca paralisou quando percebeu tudo de que se tratava.

-Obrigado, por todos os momentos. -Ele fala, beija o topo de sua cabeça e sai andando ainda sob as gotas d'água de costas para ela.

-Não. -Sussurrou para sim mesma. Estava triste, tudo se encaixava, e por conta de uma mal-entendido eles não estariam mais juntos?

Ela correu em sua direção e o puxou para que se virasse para ela. Thaís pôs suas mãos no rosto de Murilo, acariciando o mesmo até que desceram em seu ombro e pararem no mesmo.

Continua...

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