05 | Trevas e Sol se Enfrentam na Batalha Mortal de Travesseiros

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POV WILL


  Eu me lembro detalhadamente da noite do jantar um dia após nosso beijo.

  Não havíamos nos encontrado no café durante o café da manhã naquele dia pois tive que resolver algumas coisas na enfermaria já que sou o conselheiro chefe do Chalé de Apolo e pelo que soube, Nico estava treinando na colina onde anteriormente ficava a árvore de Thalia.

  Durante a refeição que compartilhávamos aquela noite, Nico está sentado mais perto do que de costume, o dedo mindinho dele roçava levemente contra o meu por baixo da mesa, e por mais chocante que possa parecer ele perguntou se eu queria provar sua comida.

  Assustado e um pouco confuso com seu pedido repentino apenas acenei em confirmação já que aquele macarrão no prato dele parecia estar saboroso. Meu talher já estava indo em direção ao prato de Nico quando ele simplesmente empurrou uma garfada da comida na minha boca, na frente de todos!

  Paulo Montes, que estava a três mesas de distância começou a tossir loucamente, engasgado, o rosto tomado em surpresa, pavor, – desespero por estar praticamente sufocando com um pedaço de frango preso na garganta – diante da cena que presenciava.

  Entendo totalmente, eu mesmo estava bastante chocado com o ocorrido.

  Não esperava que Nico fosse agir tão normalmente, já que ele não estava surtando e ainda era capaz de manter uma conversa e me olhar nos olhos. No entanto, tão diferente ao passo que agora trocávamos carícias por baixo da mesa e ele me dava comida na boca em frente a todos os campistas.

  Não estou reclamando, Deuses, eu estou extremamente feliz. Só é algo totalmente diferente do que eu esperava depois do beijo que trocamos um dia antes.

  Confesso que imaginei Nico me evitando por um tempo, tentando assimilar o fato de que eu o beijei sem mais nem menos e depois o deixei sozinho, estupefato, em um ponto da floresta que ele nem conhecia direito.
 
  Mas aqui estamos, sentados lado a lado, causando diabetes em alguns campistas, lê-se, Paulo Montes que ainda tenta desesperadamente desengasgar.
 
  O restante do jantar foi calmo, sem nada de anormal acontecendo pelo refeitório. A não ser que você considere um filha de Éos¹ colocar fogo no cabelo de uma das filhas de Afrodite por causa de um dos filhos de Hermes, algo incomum.

  Ao fim do jantar, Nico se despediu com um selar rápido em minha bochecha e um acenar tímido em direção aos meus irmãos que nos encaravam com as sobrancelhas arqueadas em questionamento.
 

  Me recusei a responder qualquer uma de suas perguntas enquanto íamos em direção ao nosso Chalé, pois nem eu entendia completamente a situação em que eu e Nico nos encontrávamos.

  Chegando ao nosso dormitório, apenas fui ao banheiro escovar os dentes logo após correndo diretamente para minha cama na parte superior da beliche que dividia com Austin, fingindo dormir instantaneamente.

  A verdade é que eu mal consegui dormir esta noite nem na noite anterior, minha mente estava em looping, a sensação de nossas bocas juntas se repetia incontáveis vezes em minha cabeça, a textura de seus dedos contra minha pele e o gosto mágico de seus lábios molhados.

Posso estar soando como um garotinho encantado, vendo a neve cair em flocos contra a palma da mão pela primeira vez, mas é como eu me sinto, totalmente e irrevogavelmente encantado por Nico Di Angelo.

  Me levantei cedo, o sol mal aparecia no horizonte quando fui em direção ao banheiro do Chalé carregando todos os produtos de cabelo que pertenciam a minha irmã de forma desajeitada em meus braços.

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