14 | Fugimos das Harpias, Valeu Muito A Pena

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POV WILL

Eu não tinha a mísera ideia de para onde Nico estava me levando. No entanto, na hesitei em segui-lo enquanto me agarrava a ele e cambaleávamos sorrateiramente (se é que isso era possível) pelas sombras do acampamento tentando, utilizando de todas as nossas habilidades muito bem lapidadas após tantos confrontos contra monstros, Deuses, Titãs... é a lista é bem extensa... enfim, tudo isso havia servido para nos preparar para este momento.

Para passarmos despercebidos pelas harpias que já desempenhavam sua ronda entre os chalés, se certificando de que semideuses arteiros não burlassem o toque de recolher... o que era o nosso caso... Cara, se uma delas nos pegasse a gente iria estar muito ferrado, picadinho de Nico e Solace, era o que seria servido no café da manhã. Principalmente depois da bagunça que havíamos feito no refeitório. 

Sorri com a lembrança. 

- Cale a boca, Solace, ou eles vão nos pegar. – Nico sussurrou com falsa irritação.

- Não vai mesmo me contar para onde estamos indo? - Sussurrei em contrapartida.

- Não.

- Você é um ser maligno Di Angelo. - Não pude deixar de pontuar.

- Me conte uma novidade, Raio de Sol.

- Eu te odeio. – Fiquei emburrado, e ainda agarrado a sua cintura fina, apoiei o queixo em cima das madeixas escuras dos cabelos dele.

- Você costuma transar com as pessoas que odeia? – Mesmo sem poder enxergar o rosto dele naquele breu todo, podia sentir um sorriso petulante em seus lábios, revirei os olhos.

- Continuo te odiando. – Ele deu um risinho. – Cale a boca, Di Angelo, ou eles vão nos pegar. – Repeti as palavras dele e o senti abrir mais o sorriso.

Ele andava cada vez mais sorridente nos últimos tempos, e isso me alegrava de uma maneira indescritível, porque eu tinha a certeza que havia contribuído para alguma forma parte dessa felicidade.

Eu estava tão envolvido em nossa conversa e em meus pensamentos, que não tive a percepção de para onde estávamos indo, até o instante em que ouvi a voz rouca de Nico, dizer:

- Chegamos. – Assim, no momento em que olhei para a frente, acabei por me deparar com o último lugar que eu poderia ter imaginado, nós estávamos de frente à tenda da enfermaria. Na minha enfermaria.

- Eu não acredito. Você é louco di Angelo, e é por isso que eu te amo tanto. – Tirei minhas pernas de sua cintura e fiquei em pé ao lado dele, me segurando bastante para não soltar uma gargalhada sonora e denunciar nossa posição.

- Há menos de cinco segundos atrás que você estava dizendo que me odiava. – Ele fez uma careta para mim, sorri e dei um selinho estalado em seus lábios finos, me virando de costas para ele logo em seguida e o puxando para dentro.

No instante em que entramos na tenda mal iluminada eu já estava me virando para ele, não perdendo um segundo sequer para selar nossos lábios novamente, agora já não em um gesto singela, mas com fulgor e intensidade. Nossas cabeças se viravam em direções opostas e meus pés o guiavam cambaleante até uma das macas ali dispostas. Puxei a cortina de plástico azul nos dando um pouco mais de cobertura e logo me dispus a sentar em seu colo, tomando sua boca mais uma vez.

O desejo constante que nossos corpos emanavam um pelo outro se alastrava facilmente no pequeno espaço gerando calor e respirações ofegantes. Eu um trejeito adquirido nas últimas semanas, meus olhos buscaram pelos seus negros, e com esse simples contato, eu já sentia que estava me perdendo novamente na imensidão que era Nico di Angelo.

The BeginningOnde histórias criam vida. Descubra agora