08| Como Um Deus Foi Parar Na Minha Privada?

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  POV WILL

  - Olá, mortal. - Hades, o Deus do Submundo, pai de Nico Di Angelo e provavelmente, meu futuro sogro, gesticulava um cumprimento com as mãos de dedos longos incrustados por anéis de prata e sentado na privada do banheiro do Chalé de Apolo. Nada fora do comum. - William, certo? - O Deus deu uma risadinha enquanto levantava as sobrancelhas duas vezes. Eu só posso estar alucinado. - Sabe, quando me disseram que eu seria o Deus do Submundo, não imaginei que acabaria dando conselhos homossexuais para semideuses excitados.

Ainda atordoado, e sem entender nada, apenas encarei os olhos de Hades. Eram iguais aos de Nico, duas orbes negras e profundas, mas enquanto os do filho sempre me olharam com carinho, o pai me olhava apenas com curiosidade e divertimento.

Me desesperei, eu só posso estar ficando louco, é isso, totalmente maluco. Tomei fôlego, pronto para gritar por Austin e Kayla, qualquer coisa para não enfrentar sozinho o deus do Mundo Inferior sentado na minha privada. Ou talvez a alucinação dele que minha mente perturbada materializou.

- Nem se incomode. - A voz dele era calma, como se nunca tivesse tido que lidar com uma preocupação sequer. - Seus irmãos sentiram uma súbita vontade de dar uma volta. Somos só você e eu, querido genro.

- Por que você está na minha privada? Quer dizer, o senhor. Vossa majestade. - Coloquei as mãos na cabeça, e olhei aflito para o teto de telhas acima de mim. - Socorro.

Ouvi Hades rir do meu desespero, enquanto eu, bom, só buscava uma maneira de me afastar ainda mais e me fundir com a pia, tarefa impossível pelo tamanho daquele maldito cubículo que chamavam de banheiro.

Meus pés estavam a menos de dois passos de distância do manto negro e perturbador que ele usava.

Meus pensamentos iam de "SOS" para "NICO APAREÇA E TIRE SEU PAI DO MEU BANHEIRO" e ainda "AAAAAAAAAAA".

- Temos um assunto a tratar, mortal. - Hades passou a língua pelos lábios como se estivesse saboreando meu medo evidente.

Meu estado era tão critico que só faltava eu me jogar contra a porta e sair correndo, gritando de uma maneira nada máscula pelo colo da minha mãe. Deplorável.

- T-temos? - Gaguejei vergonhosamente. - Olha, se é pelos semideuses que eu não deixo ir para o seu reino, é o meu trabalho, sabe? - Tentei me justificar. - Ninguém gosta de mortes aqui, sabe? Quer dizer, gostam de sangue mas não de morte. - Eu nem sei mais do que estou falando. - Acho que vou desmaiar.

- Cale a boca, Raio de Sol. - Abri a boca espantado com aquele apelido sendo dito por ele. - Estou aqui para falar sobre o meu filho. O cercado de escuridão, espantosamente pálido e meio emo. - O Deus fazia gestos exagerados enquanto descrevia o filho. - Vou impor apenas uma regrinha antes de prosseguimos com essa conversa: não diga a ele sobre ela.

- C-certo. - Eu não tinha muito o que fazer, de qualquer forma.

- Quais são as suas intenções com o meu filho, Will Solace?

Aquela pergunta me acalmou, mesmo que quase nada. Hades não derrubaria a ira dos Deuses sobre mim. Aparentemente era só um pai preocupado, e aquela pergunta era algo que eu respondia toda vez que via o meu Lorde das Trevas.

- Pode até parecer leviano, mas meu maior desejo é fazê-lo feliz. Nico já passou por muitas coisas, ao mesmo tempo que não passou por várias delas, quero mostrar o quanto ele é especial e amado.

Meu coração disparou e perdi um pouco das forças é estranho colocar o que eu sinto em palavras, ainda mais quando elas são ditas em frente ao pai da pessoa que você gosta, e ainda mais quando ele é o responsável por seu destino pós morte.

The BeginningWhere stories live. Discover now