Capítulo 3

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 -Quatro anos se passaram e eu ainda penso nele, ainda lembro de sua voz, seu sorriso

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-Quatro anos se passaram e eu ainda penso nele, ainda lembro de sua voz, seu sorriso...- lamento por isso, é um sofrimento para mim. - Pam, eu realmente não sei o que fazer quanto a isso. Será que um dia esse amor irá passar? Ele não deve pensar em mim, e talvez, nem se lembrar do meu rosto... Mas, eu lembro perfeitamente de cada traço seu.

-Ai, menina. - Pam pega minhas mãos. -Eu realmente queria que você fosse minha nora, mas aquele danado do meu filho não seria presente na sua vida, então infelizmente ele não serve para você. Mas eu acho que você já pode arrumar alguém, vai ser bom pra você. Ainda existem caras bons como esse que você conheceu e tanto ama. Quatro anos anos se passaram, não acha que deve recomeçar?

-Do que você está falando ? Arrumar alguém? - solto uma risada. - Eu tenho uma filha agora, não é tão fácil assim.

-Do que VOCÊ está falando é a pergunta. - ela da ênfase no 'você'.  - Soph, minha querida.. Eu te amo muito como se fosse minha filha, então escute o que eu, uma pessoa que já viveu por muito mais tempo que você tem a dizer... Você tem uma linda filha, sim. Você trabalha duro para dar o melhor a ela, sim sou a prova. Mas não venha me dizer que porque agora tem uma filha, que a sua vida para. Em falar nisso, não acha que a Alice também não iria gostar de uma pessoa a mais parar assistir desenhos animados e brincar no parque ?

-Eu sei... - penso em cada palavra que ela disse e eu sei que ela tem razão. - Mas como eu iria arrumar alguém se minha cabeça pensa todos os dias em um único homem ? Eu sei que isso é idiota, mas eu realmente não escolho sentir isso.

-Não é idiota sua boba. - Ela tira uma mecha do meu cabelo do rosto botando atrás da orelha. - Não queria perguntar isso mas, depois que voltou ao Brasil já chegou a procurar saber dele por acaso?

- Não...- abaixo a cabeça. - Eu queria, mas eu estava com medo. Na minha última noite em Dubai, nós fomos a uma praia. Bebemos, conversamos a noite inteira e ele me disse umas coisas que me tocaram. Depois que voltei ao Brasil e descobri que estava grávida um tempo depois, aquelas palavras não paravam de vir a minha cabeça e me fizeram andar pra trás e não contar.

-Mas porque? - ela perguntava preocupada com a situação.

-Eu tive medo. - Algumas lágrimas começaram a descer teimosamente. - Eu sei que eu fiz errado, eu apenas decidi por mim que seria melhor assim, eu não pensei nele e nem no bebê... apenas em mim. Eu fui egoísta, eu sei, mas eu estava realmente com muito medo de tudo, eu fui rejeitada e expulsa pelos meus próprios pais, porque eu não seria também rejeitada por um homem ? Foi isso o que eu pensava sem parar.

-Oh minha querida...- ela  me abraça. - Eu entendo, não te julgo por ter agido assim e também, você era mais nova. As pessoas fazem coisas quando estão sob alguma pressão e se arrependem depois. 

-Eu não fiz o certo, mas já foi. O que eu posso fazer agora não é mesmo? - eu sorrio mesmo ainda com lágrimas escorrendo.

-Se vocês se encontrarem de novo, sabe o que vai fazer? - ela me questiona, e eu nego com a cabeça.

- Não posso deixar ele saber que eu escondi a nossa filha... Como seria para ele descobrir isso depois de tanto tempo? Ele me odiaria com certeza.

-Uma criança não é um brinquedo. Crescer sem um pai geralmente não é uma escolha, mas você, escolheu isso para a Alice. - ela suspira pesadamente. - Não acha que você deva isso a ela? Na primeira chance que houver, concertar um pouquinho as coisas. Nenhum segredo é para sempre, Sophia.

-Isso não importa, já que nem sei mais nada dele ou por onde anda. - digo cabisbaixa. -Provavelmente ele tenha se casado e arrumado filhos e esteja feliz.

-Ok! Por hoje chega. - ela diz batendo as mãos em suas pernas em um estalo único enquanto se levanta do sofá num pulo. Talvez, ela pense igual a mim e também ache que ele tenha se casado e arrumado filhos, é a única explicação por ter cortado o assunto. Deve estar cansada do meu sofrimento, eu não a julgo, eu entendo. -Agora, você só precisa ser feliz, e fazer aquela menininha feliz. - ela aponta para o quarto que Alice dormia. - Quando esse dia chegar, você saberá o que tem que fazer.

-Obrigada por ser tão boa para mim, Pam.

-Eu vou estar sempre aqui para você, querida.  - Pam da um passo à frente para me abraçar.

Meu celular toca e eu vou até a mesa de centro para pegar antes que o toque alto acorde Alice.

-Alô? -Atendo sem saber quem é por ser um número não salvo nos meus contatos.

-Sophia, oi, sou eu. - reconheço a voz.

-Camilla ?

-Bingo.

-Esse não é o seu número...

-Ah, eu to sem crédito ai peguei o celular de um amigo.

-Tinha que ser você... O que devo a sua ligação a esta hora?

-Sabe o que é? Eu sai agora de uma festa, com meu amigo, e sabe, ele disse que te conhece. Será que amanhã você tem um tempo para um café com a gente?

-Me conhece? Quem?

-Amanhã, café?  Você decide a hora?

- Mas amanhã... -ela me corta.

-É sábado de divulgação dos novos livros, ou seja, nada de trabalho para a Camilinha aqui e nem para a dona Sophia ai.

Penso em recusar, mas a curiosidade me mata por dentro. Eu posso levar a Alice não é mesmo?

-Ta certo! pode ser. Te mando a hora por mensagem depois. Você escolhe o lugar.

-Fechado. Tchauuu. - ela desliga.

Olho para Pam, confusa e ela está com a mesma expressão, doida que eu fale algo.

-Quem era? - ela pergunta finalmente o que segurou por um tempo.

-Uma amiga do trabalho, ela quer que eu vá amanhã a um café dizendo que o amigo dela me conhece. Eu realmente não sei quem é, e ela não me falou.

-E Alice?

-Eu vou levá-la comigo. - respondo tão rápido que as minhas falas quase se sobrepõem as delas.

-Por que? Pode deixar comigo. Vá e veja esse homem... quero detalhes depois. Tanto mistério... estou me sentindo envolvida.

-Você não existe, Pam. - digo rindo.

-Então quem está na sua frente ? Misericórdia de Deus. Eu vou para a minha casa, até amanhã. - A sábia e esperta senhora Pam com um ânimo muito maior que o meu, sai rindo e dizendo um baixo "aiaii" em meio a risada.

-Até amanhã. - Eu digo em resposta, mesmo achando que ela não ouviu.

 - Eu digo em resposta, mesmo achando que ela não ouviu

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Até em breve

Dear, DaddyWhere stories live. Discover now