Capítulo 24

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Olha da janela do apartamento para baixo e vejo Jason parado de braços cruzados encostado em um carro todo preto.  Pego meu celular e lhe mando uma mensagem

"Não precisa subir, já estamos descendo."

Ele com o celular em mãos logo lê e responde

"Na verdade não está descendo, está me observando pela sua janela"

Ele envia, eu leio e volto o olhar para ele pela alta janela, ele olha para cima e da um tchauzinho.

Sorrio e agarro a mão de Alice para descermos a seu encontro.

Eu não tinha idéia exatamente de onde nós três iríamos, mas sei que iríamos ter uma parada para almoçar em algum restaurante. Se tem algo que percebi, é que se tem uma coisa que não falta no Brasil, é restaurante. Tem restaurante a todo canto que você vai, e quando não tem, tem sempre muitas lanchonetes. Eles sabem onde investir dinheiro bem, afinal, todos precisam e gostam de comer. É uma necessidade. Então tá aí, um bom investimento para ganhar dinheiro... Abrir locais com comida. Seja qual for, doces, sobremesas ou jantares.

Essa semana meu humor estava louco, mudando do nada  - eu já sabia o porque; meu ciclo se aproximava.- e hoje eu acordei com um ótimo humor, tenho que aproveitar isso então.

-Princesa! -Jason exclama se abaixando a altura de Alice quando nós nos aproximamos.

-Onde nós vamos? - ela o abraça.

-Pensei que sua mãe saberia. -Eles me encaram e eu logo nego com a cabeça.

-Sem problemas! Nós vamos achar um bom lugar juntos. -Diz Jason e se levanta num pulo rápido abrindo a porta do longo carro preto e moderno.

-Onde conseguiu esse carro ? -disse sabendo que ele não contrataria um avião particular para automóveis para trazer seu carro de NYC aqui para o Brasil. Ele não faria, não é?

-Ah! Bacana não? Eu aluguei ele. Enquanto estiver por aqui irei precisar de um.

Sorrio e entro na frente do carro após ele fazer um gesto com a mão para que eu entre. Alice já havia entrado atrás e eu tento ajudar ela a por o cinto por cima da cadeirinha.

-Pode deixar comigo. Já pedi todas as informações possíveis sobre transportar uma criança nesse veículo antes de pôr a cadeirinha. - Jason entra no carro atrás para prender corretamente o cinto na cadeirinha. -O locatário disse que tenho que .... fazer isso. Prontinho, resolvido.

-Uau. Fez mesmo seu dever de casa antes de vir nos encontrar. - Digo relacionado a ele ter se preocupado em por a cadeirinha para a Ali e ainda perguntado sobre que segurança ter com a minha menina.

-Também estou surpreso por isso. - Ele sai e entra na frente sentando no banco do motorista. - Mas se for pra ser pai, que seja de verdade.

Jason Da uma piscadinha para Ali que da uma risadinha e volta o olhar para mim sorrindo, logo depois começa a dirigir.

Eu estava realmente surpresa com todo o seu esforço pela Ali naquele dia.
Me pergunto como vai ficar as coisas depois que ele se casar e voltar para seu país.

Andando pelas ruas Ali quis parar no shopping por causa de uma máquina de brinquedo, aquelas que só comem dinheiro e ninguém nunca pega nada dela. Mas ainda assim fomos, o que não fazemos pelos filhos não é mesmo?! Eu joguei umas três vezes e não ganhei nada obviamente, Alice foi jogar e apertou o botão antes da hora o que claramente foi decepcionante para ela mesma mas na segunda tentativa ela se saiu melhor, apesar de que não ganhou também. Jason foi tentar e fiquei boba extremamente chocada quando ele conseguiu tirar um ursinho de pelúcia de lá. Isso contrariou a minha ideia de "máquina que só rouba dinheiro" e reforçou o quanto eu era ruim naquilo. Mas tudo bem, eu relevei. Ele deu o bichinho de pelúcia nas mãos de Ali que ficou super feliz.
Passamos por outros brinquedos do tipo também até que resolvemos ir almoçar de uma vez porque ainda íamos procurar qual restaurante ir.
Jason escolheu um restaurante que era muito bonito por sinal, e era um dos restaurantes mais chiques. Mas eu o contrariei e disse que eu iria escolher e ninguém iria se arrepender. E lá vai eu, levei eles ao restaurante que costumo almoçar às vezes por que é perto do meu trabalho.

-Tem certeza que é aqui? - Jason questiona analisando o lugar, simples porém arrumado e limpo.

-É um restaurante antigo e eles fazem comidas típicas do país, geralmente os turistas costumas vir aqui porque é bem recomendado pela boa comida cultural. Um casal de senhores cuida do restaurante junto com seus três filhos. É bom estar aqui, todo mundo se sente em casa. Vai gostar. - agarro a mão de Ali e caminho na frente. - Meu trabalho é aqui perto e eu almoço aqui quando não da tempo de ir em casa. Não gosto de trazer marmitas. -eu rio.

-Então você trabalha por essa área? -Jason pergunto e paramos na frente da entrada do restaurante onde havia um jovem rapaz para nos receber.

-Sejam bem-vindos! Me sigam por favor irei mostrar uma mesa. - O rapaz diz e agradeço, o acompanhando.

-Sim, depois posso mostrar a você se quiser. -Respondo a Jason.

-Eu iria adorar. -Sorri e eu retribuo.

-Aqui está o cardápio das comidas que estão sendo feitas hoje. - Ele me entrega o cardápio. - O que vão querer?

-O prato 1 por favor, com o purê incluído do 2. - Eu havia escolhido um prato muito típico, que todo brasileiro gosta... pelo menos a maioria deles. Arroz, feijão preto temperado, bife de boi e batatas fritas. Mas ai quis acrescentar o bom e perfeito purê de batata daqui. Pensei em pedir strogonoff, mas vai ficar para a próxima. Espero que tenha uma próxima vez.

O almoço foi maravilhoso. Aquela comida, mesmo sendo típica e a maioria já tenha comido,  naquele restaurante algo era diferente, algo fazia parecer ser a melhor comida do mundo. Talvez seja o gosto dos temperos únicos, mas talvez também seja o amor que eles passavam aos clientes que tudo parecia ficar melhor.
Alice comia cada parte com vontade e sua comida preferida daquele prato com certeza é a batata frita. Jason não parava de elogiar e perguntar como ele nunca havia comido aquilo antes.
Foi um almoço delicioso e cheio de conversas e risadas, à maioria das risadas de Alice, causadas por Jason. E de certa forma ver aquele momento enchia meu coração de amor e me dava um certo conforto.

Eu poderia dizer estava louca porque jurava ter sentido reflexos de  flashes em nossa direção, mas quando olhei não havia ninguém tirando nenhuma foto então só pode ser coisa da minha cabeça.

-Onde vamos depois daqui? - Alice pergunta olhando fixamente para Jason.

-Essa tarefa vou deixar para que você escolha, pequena. - Ele sorri e eu já estava fazendo o mesmo sem perceber enquanto o encarava.

Ele é tão lindo, simpático e leva jeito com crianças... não me surpreendo que ele não tenha ficado solteiro. Agora ele tem um destino fora da minha realidade. A qualquer momento ele pode se casar, afinal está em um noivado. Espero que ele seja feliz. De verdade... nunca desejaria o contrário. Me lembro bem da conversa que tivemos e ele disse ser um noivado arranjado, mas isso não tira o fato de ainda ser um noivado.

-Vamos terminar de comer então. -Sorrindo eu digo antes de elevar uma colher de comida a minha boca, e eles repetem o ato concordando.

Dear, DaddyWhere stories live. Discover now