NEGOCIANDO com o DIABO

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Liz

-Liz, minha filha, o que está havendo?

Escuto mamãe perguntar preocupada atrás da porta

-Está passando mal?

Merda, merda, merda.

Dominic sai de cima de mim e olha para todos os lados procurando uma saída. Ele está um belo caos com alguns fios de cabelo grudados no rosto enquanto analisa as alternativas. um perfeito homem de negócios!

-Não há nada de errado comigo, mãe, só estou escutando música.

Ele parece notar a sacada

-Você vai quebrar alguns ossos caso salte dessa altura. - Sussurro somente para ele escutar

-Eu não pretendo pular nada, diaba. Essa porta é a do banheiro? - Ele aponta para a porta de mogno no canto esquerdo do quarto.

-Sim - Falo colocando minha blusa que estava jogada no chão.

-Filha precisamos conversar, estou entrando.

Dominic corre em direção a porta do banheiro e eu vou atrás. Quando ele está totalmente dentro eu fecho a porta com força.

-Querendo quebrar a porta?

-Não mãe, iria usar o banheiro, mas vamos conversar primeiro. O que é tão urgente?

Meu coração está pulando no peito, quase fomos pegos. Estou corada, descabelada e não sei se há marcas em mim. Puxo os cabelos para frente para me prevenir.

-Quero conversar sobre seu noivo, não tivemos tempo de falar desde o dia do evento.

Ah, Brad sem vergonha. - Não que eu possa dizer algo nessa situação em que estou.

- O que tem ele? - Digo desanimada

-Você gostou dele? Se deram bem? Ele é muito bonito, reparei.

-São muitas perguntas para se fazer a alguém sem escolhas, não é mesmo? - Agora me sinto triste. Não acho que Brad poderá me deixar excitada ou curiosa e sempre busquei essas coisas, agora deveria desistir?

O semblante de dona Luiza parece decair.

Lembro de Dominic no banheiro, ele deve estar escutando tudo! Garota sortuda.

-Olha mãe, não quero conversar sobre coisas que não posso mudar.

- Minha pequena Liz - Ela fala vindo até mim e me abraçando - Você deve isso a sua família, meu bem.

Ela tira uma mecha de cabelo dos meus olhos.

-Você tem de tudo. Casa, estudo, roupas, sapatos, comida, dinheiro e amigos, tudo isso porque nós pensamos no seu bem e lhe preparamos para ser uma mulher excepcional. O que seria de você sem seus pais?

Esse papinho de "você morreria sem a gente" novamente. É sempre assim, eu quero fazer algo que eles não gostam e lá vem as chantagens emocionais. Típico.

-Tudo bem, mãe. olhe - mostro o anel de noivado no dedo anular da minha mão esquerda. - Já aceitei meu destino, não venha com essa conversa novamente que já estou cansada.

Não quero que minha visita indesejada - não tanto - escute essa conversa.

-Você será feliz, minha filha, além do mais...

-Tá bom, já sei, agora saia que quero ir ao banheiro. - Corto antes que ela comece a se empolgar.

-Não é assim que se fala com sua mãe, mocinha.

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