Cap - 19.

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          Era ele lá, era ele sumindo em meio aos alunos. Ele parecia triste. Durante a aula mau conseguia me concentrar nas lições, a cena de vê-lo desaparecer se passava sem parar na minha cabeça, como um loop eterno.
          Quando finalmente a aula do dia acabou fui almoçar nos Yamaso como não fazia a dias, depois do almoço vou para a sessão com a Clark. O sol já estava alto no céu. Não demorei a chegar é logo ser recebida com um sorriso gentil da secretaria do consultório psiquiátrico.

      — Oi Holly, boa tarde.

      — Oi Jiwon, boa tarde. Só um minuto vou avisa a Doutora que chegou.— pediu a secretária.

      — Claro.

      — A Jiwon veio. Ok.— falou ao telefone.— Pode entrar.

      — Obrigada.

            Bato na porta três vezes como de costume e está logo me é aberta pela Clark, a mesma tinha no rosto um grande sorriso. Um pouco exagerado pensei é sorri pra ela.

      — Oi Clark, como está?.

      — Oi estou bem, mas é vc?. Já faz tempo que... não conversamos.

      — estou bem. É, não estava bem pra volta.— falo ao me sentar no sofá de frente com a mesma na sua poltrona.

      — Está bem agora?.— perguntou tomando em mãos a prancheta marrom claro.

      — Não sei.
     
      — Você escreveu alguma carta?.— Perguntou enquanto se ajeitava na poltrona, Clark parecia muito inquieta.

      — Carta?

      — A sua avó lhe deixou a máquina de escrever.

      — Sim, como sabe?.

      — Eu e a minha omma somos testemunhas no testamento da sua avó.— explicou.

      — Ok. Não, eu não escrevi nem uma.— menti, ela pareceu acreditar.— Não sei o que escrever. Tenho pensado bastante.

      — Não pense, apenas deixe suas emoções fluírem. Depois leia o que escreveu. Você se sentirá melhor.

          Já fiz isso, porém não me senti melhor. Nem um pouquinho melhor.

      — Talvez eu tente quando chegar em casa.

          O resto da sessão Clark me fizera muitas perguntas como: "Você teve algum surto?", "Você tem tomado o remédio que lhe indiquei?", "Você tem dormido?", "Tem tido algum tipo de pensamento negativos?", "pesadelos?". Em algumas perguntas respondi com "sim" outras "não". Clark me pediu até pra ver meus pulsos, eu ri e lhe mostrei. Lhe disse o mesmo que em outra sessão nossa "É fraco, é patético."
          No trabalho estava tudo normal, a tia Mey me fez comer vários cook's com chocolate quente. Comi tudo sem reclamar, até porque né amo Cook com chocolate quente. Tia Mey fica dizendo que eu tô muito magra. O que não é mentira, eu perdi peso desde a morte do Tae. Não posso evitar, muitas vezes não sinto fome e acabo esquecendo.
         
          Ao chegar em casa vejo a omma e o appa sentados no sofá folheando vários papéis, que acredito ser o do divórcio.
          E estranho vê-los assim, eu nunca tinha visto eles sentados no sofá tão perto um do outro.

      — Você fica com a casa, pode fazer o que bem entender com ela. Mas o carro é meu.

      — Está bem.

      — O que vocês estão fazendo?— Pergunto assim que notam a minha presença.

      — A separação dos bens.

      — Precisamos decidir tudo até quinta.

      — Ok, não quero atrapalhar. Vou para o quarto. Boa noite.

          Vou para o quarto e o mesmo estava escuro as persianas continuam fechadas, a cama ainda bagunçada, varias coisas ainda estão no chão menos os meus livros que já voltaram para a estante agora estão em ordem alfabética os nomes dos autores.
          O banheiro eu já estava perfeitamente arrumado, tudo em seu lugar, a não ser um pequeno espelho que se quebrou quando o joguei no chão. Depois do longo banho quente e de me vestir me atiro na cama pensando se devo escrever mais uma carta.
           Já era tarde quando minha barriga roncou brutalmente de fome.
          A casa está um silêncio só.
          Na geladeira tinha torta de maçã, alguns potes com o resto do que acredito ser o jantar. Não tem o que eu quero então resolvo pegar um pedaço da torta, que por sinal estava ótima, quando termino de comer volto pro quarto.

           Resolvo escrever a carta.
           Talvez essa me faça bem.
           Talvez ela me faça mudar de ideia.
           Em frente a máquina já com o papel no rolo respiro fundo algumas vezes para limpar minha mente.

Vi você no corredor da escola.
Você me disse: desculpa.
Você estava lá, eu vi.
Mas ao mesmo tempo não estava.

Não de verdade.
Sinto a sua falta.
E quando sinto a sua falta,
Sinto mais dor.
Doe muito saber que não poderei te abraçar.

A omma e o appa não ligam.
Não se importam,
Com nada.

Estou com medo.
Não quero mais,
Sentir nada.

Quero poder ter paz,
Ficar em paz.
Ficar com você, maninho.

Meu Anjo Protetor. - Park Jimin (BTS).Where stories live. Discover now