Cap - 20.

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Logo após escrever a carta me deito ainda com lágrimas nós olhos, então simplesmente durmo. Já faz muito tempo que não durmo mais de uma hora seguida, tenho que admitir que foi bom poder dormir mais de uma hora. Tirando a parte do sonho que tive.
No sonho eu estava correndo pela rua, as lojas abertas mas não tinham ninguém -nem no caixa- a rua totalmente deserta, nem ao menos tinha os carros. Por algum motivo eu corria, estava cansada mas eu sentia que precisa chegar em algum lugar e rápido, e de repente uma luz muito forte apareceu no meio da rua e dela surgiu uma silhueta de um homem alto vestindo branco. Corro ainda mais rápido, mas a luz foi ficando mais distante e tudo ficou preto. Breu total, nem um ruído apenas o som da minha respiração descompensada. E depois como se alguém tivesse ligado um interruptor a luz voltou, eu ainda estava no meio da rua, a minha frente aquela luz tinha ido embora. Ainda não tinha ninguém nas lojas, nem carros na rua mas um barulho de carro ecoa pela rua me causando arrepios me viro rápido mas não tinha carro apenas alguém no chão, estava coberto por um pano branco só dava de ver um pé que não foi coberto, era um sapato de homem.
Me aproximei do rosto desejando não ser o Tae, e tirei o pano de cima do rosto, era o Tae. Sua pele estava cinza, os lábios que sempre eram bem rosados estavam roxos. Fecho os olhos me negando a vê-lo naquele estado, quando volto a abri-los já não estava na rua, estava na minha cama. Na janela dava de ver os feches de luz entrando pela persianas.

A caminho da escola não me encontrei com o Jimin, mas eu o vi pelos os corredores com os amigos. Na aula tentei me foca nas lições, tentei presta atenção nos assuntos que os professores estavam ensinando mas nada que diziam ficava na minha cabeça, nada que eu resolvi e escrevi fez sentido.
No telhado eu observava os alunos conversando, brincando. Dava de ouvir os risos e vários murmúrios.

- Jiwon, você tá bem?.- perguntou a loira sentada a minha frente.

- Sim, estou.

- Você escreveu a carta?.- perguntou ansiosa.

- Escrevi, você tinha razão. Escrever me ajudaria a entender, e a ver.

E eu vi, e agora tenho certeza no que eu quero fazer.

- Isso é maravilhoso. O que escreveu?.

- A carta é particular Clark. Só o Tae sabe o que escrevi.- Clark me olhou estranho, talvez pensando que eu esteja enlouquecendo.

- Ok. O que sentiu depois de escrever?- Perguntou ainda ansiosa, provavelmente tentando saber sobre o que eu escrevi.

- Não sei dizer. Era um turbilhão de sentimentos e pensamentos.

- E como está seus pensamentos agora?.

E mais perguntas.

- bagunçados.

- Isso pode ser bom. Deveria escrever sempre que sentir que precisa, e depois leia. As emoções nas suas cartas podem ser poderosas.

- É talvez. Eu vou tentar de novo hoje.

- Sim, com as cartas poderá ter mais progresso na sua superação.

- É, pode ser.

Depois de conversas por mais meia hora com a Clark vou para o trabalho, no trabalho a tia Mey já estava a minha espera com cooks e um copo de chocolate quente.

- O Jimin esteve aqui.

- Ele veio compra o livro que encomendou?.- pergunto.

- Também, mas ele veio saber como vc tava.

- Sério? Estudamos na mesma escola, ele poderia ter perguntado pra mim. Mas, o que a senhora disse a ele?.

- falei que estava melhor. Disse que logo vc chegaria mas ele falou que tinha compromisso.

- Tudo bem.

- vocês brigaram?- perguntou a mais velha cruzando os braços.

- Não, nem nos falamos essa semana.

- Ele pareceu chateado com algo.

Ele está chateado comigo?
Nem ontem a caminho da escola não o vi na parada de ônibus como era de costume. Será que eu disse alguma coisa que ele não gostou?

Em casa a mesma cena de ontem se repetia, omma e appa sentados no sofá resolvendo os bens para o divórcio, não falo nada apenas sigo rumo ao meu quarto.
Eu odeio todo esse silêncio na casa, sinto muita falta das risadas, das brincadeiras, do barulho que fazíamos quando jogávamos vídeo game. As nossas conversas sem sentido, as guerras que travamos na cozinha sempre que a gente cozinhava.
Sinto falta de vc maninho.

Logo depois do banho quente me sento em frente a máquina de escrever. Respiro fundo várias vezes e então deixo as letras formarem palavras e logo frases no papel.

As noites em que fico acordada.
As infinitas noites.
Durante as noites penso:

"Então, lâminas?"
"Oh não."

Não quero morrer,
Mas com tanta dor, não posso continuar.

Nós éramos os irmãos Kim.
E agora?.

Não tenho mais você...

Depois do quê aconteceu...
Só penso em poder lhe abraçar.
Me sentir bem novamente.

Oh eu não sei.
E se eu chegar ao céu.
Ficaremos juntos, maninho.

Você se foi, mas poderemos nos ver.
Farei isso enfrentando os olhares negativos.

Está ficando cada vez mais difícil sorrir.
A frase "eu estou bem" não engana mais ninguém mas isso não faz diferença, nem eu mesma não estou mais ligando.

Não tínhamos nada além de sonhos.
Nada além de manhãs nubladas,
Quando abrimos nossos olhos.

Nossas lembranças, tantas provações.

É um sonho?
No meu sonho...

Sou como a música tentando ser ouvida em meio ao caos e a tormenta.

Mas deixe, já estou acostumada.
Logo a música não incomodará mais ninguém, porque não existirá mais música.

Logo nós veremos, maninho.

Meu Anjo Protetor. - Park Jimin (BTS).Donde viven las historias. Descúbrelo ahora