Epílogo

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Outubro, 2018 - London, UK

We'll be alright.

Summer

Era noite da pizza. Havíamos iniciado uma tradição de que todas as quartas-feiras nos juntariamos na casa de algum de nós e comeriamos pizza, assistiriamos a um filme e jogaríamos qualquer coisa possível juntos. Aquela noite seria no apartamento de Kevin. Estávamos eu, Kevin, Liz, Tim, Josie e Klaus que havia viajado de Leeds até ali para passar aquela semana comigo.

Depois do ocorrido no bar com Anthony eu não havia tido notícias e nem queria ter. Vi Louis no dia seguinte já que saímos para almoçar junto a Eleanor, mas ele não disse nada sobre minha repentina saída, apenas nos contou sobre a surra que havia dado em alguém no bar.

A mais de um mês eu e o resto do mundo - exceto provavelmente pelos amigos e família - não tínhamos notícias de Harry. Seu último sinal de vida havia sido a tal foto de esclarecimento que tinha como localização Holmes Chapel. Então ele deveria estar por lá na época, porém agora eu não fazia idéia e Kevin havia deixado de comentar sobre ele, mesmo que sem querer.

Anne havia me ligado a dois dias para saber como as coisas estavam. Harry havia deixado algumas de minhas coisas na casa dela e eu havia passado lá no dia anterior junto a Klaus para pegar. Algumas coisas não estavam lá, entre elas a boina que Harry adorava pegar de mim para usar, mas eu apenas deixei isso de lado.

Anne havia sido muito gentil e não havia citado nada que fosse desconfortável. Convidou a mim e a Klaus - que me acompanhava - para um chá, porém eu acabei não demorando muito por lá. Gemma também chegou a me enviar uma mensagem dizendo que ela não queria perder contato.

Meu pai havia ligado no fim de semana. Ele e minha mãe estavam no interior junto ao resto da família para a comemoração no aniversário de Mateus que havia me chamado de desnaturada por ter me esquecido. Acabei participando do churrasco por meio de uma chamada de vídeo e meu avô novamente achou mágico ele conseguir me ver através de uma caixinha, e nós dois acabamos dormindo juntos pelo celular -apesar de em Londres ser a hora em que eu deveria estar acordando.

Estávamos brincando daquele jogo onde alguém faz um desenho e os outros tinham de adivinhar. Quem desenhava era Tim e o resto de nós tentava adivinhar o que aquele monte de rabiscos queria dizer. Quero dizer, eles, por que eu apenas tinha uma caixa de pizza e um copo de coca-cola a minha frente concentrando toda a minha atenção naquilo.

Eu amava meus amigos, realmente os amava, mas naquele dia por algum motivo eu havia acordado com uma estranha agonia no peito e não conseguia participar das brincadeiras deles.

Estava dando um gole em meu refrigerante quando vi Kev vir em minha direção com meu celular, que se encontrava na estante, estendido para mim. Vi que na tela o contato de Mateus piscava junto a uma foto nossa. Franzi o cenho estranhando e peguei o aparelho me levantando e seguindo para a varanda de Kevin. Fechei a porta atrás de mim sentindo a brisa fria me atingir.

- Oi vacilão. - cumprimentei após apertar o botão verde do aparelho.

- Sun. - o tom de meu primo ao me chamar fez minhas pernas bambearem. Era cuidadoso, preocupado e eu não gostava nada daquilo - Como você está? - ele perguntou em um clara tentativa de me enrolar.

- Bem. O que houve? - questionei e o ouvi suspirar, para se manter em silêncio em seguida - Mateus, diz logo eu estou ficando preocupada. O que aconteceu? - questionei e o ouvi fungar. Ah não, ele estava chorando.

- É o vovô. - o choro estava explícito em seu tom e meus olhos marejaram imediatamente - Ele não está bem. - novamente meus joelhos bambearam e eu senti que podia cair a qualquer momento - É hora de se despedir, Sunnie. - e aquilo foi todo o necessário para que eu sentisse o chão ser retirado debaixo dos meus pés.

Can I be the one? [ Harry Styles ]Onde histórias criam vida. Descubra agora