Capítulo 12

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Esta noitada com o Vanderlei está um tédio, estou ficando bêbada de tanto assunto bobo, esse cara é um saco, definitivamente.

— Ah, Morgana! Anime-se, não pode ser tão ruim assim minha companhia.

— Não é ruim, é péssima. Você não fala outra coisa a não ser do seu bordel, eu não quero saber disso e sim do segredo que você sabe sobre a minha mãe.

— Amanhã quando estiver sóbria, conversamos. Acho que você está ficando embriagada, o que precisa é disto aqui. — Vanderlei retira um papelote do bolso e rapidamente idêntico quese trata de droga.

— Cocaína? Sério isso. Não sou uma de suas meninas.

— Não se trata disso, ah qual é, o que tem a perder. Vai se sentir melhor. Vamos até meu carro, não é adequado se expôr assim.

Vanderlei é um mala mesmo, é cada uma que eu me meto, se eu preciso disso eu já não sei mais o que eu preciso na vida. Fomos até seu corolla preto de vidros fumê e então experimentei essa porcaria, e que porcaria! Meu nariz escorria sem parar, felizmente foi temporário, enquanto eu enfiava a cara na cocaína para ficar mais alerta, Vanderlei estava ao telefone com uma pessoa que pelo visto, lhe deu ótimas notícias, o imbecil não conseguia se conter de alegria.

— Você é uma praga, Morgana. Por isso a adoro tanto. — Vanderlei para em minha frente com um sorriso debochado, fumando seu charuto.

— Do que está falando?

— Débora me ligou e disse que o amor da sua vida já sabe sobre sua dupla personalidade e que a mandou para o inferno. Você é maquiavélica! Não agiu diretamente, mas providenciou uma maneira do tal motorista descobrir tudo.

— Se ele já sabe de tudo, deve estar sofrendo. Eu vou nessa e não se atreva a abrir o bico sobre essa porcaria que eu usei, foi a primeira e ultima vez. Eu te vejo muito em breve, temos assuntos pendentes.

— Com certeza nos veremos, até logo querida.

Detesto essa homem, sempre me torra a paciência e sempre sabe demais. Lorena deve ter mostrado ao Gabriel o conteúdo do cd, pobrezinho, deve estar arrasado. Eu gostaria muito de ir até sua casa, mas o momento não é propício, tudk que eu faria é iniciar outra confusão. Vou para casa e depois de um bom banho decido o que fazer.

Cheguei em casa por volta de onze da noite, minha mãe e Sabrina estavam plantadas no sofá.

— Bonita hora, irmãzinha. — Sabrina não perde a chance de me aborrecer, sempre que pode, mete o nariz onde não lhe diz respeito.

— Não mais bonita que a sua barriga, afinal, já disse ao seu namorado que ele não passa de um marmiteiro? Presumo que não, então me deixe em paz ou eu abro o bico antes da hora.  — Subo para o meu quarto sem olhar para  trás.

Eu realmente estou de saco cheio desta familia, um mais aborrecido e inútil que o outro, menos meu paizde repente, criei uma feição por ele. Minha familia nunca foi normal, não tínhamos e não temos o afeto que famílias normais tem, ninguém nunca teve tempo um para o outro, por toda vida, os empregados foram as companhias mais leais que Sabrina e eu tivemos, minha mãe sempre ocupada com a Knight Models e meu pai, semore afogado no trabalho evitando os desgastes diários. As vezes precisamos mais de amor do que dinheiro, uma palavra de carinho possui mais valor do que qualquer riqueza nesse mundo.

Enquanto me perco em meus devaneios do que não aconteceu, lembro de Gabriel e seu rosto alegre que neste momento, deve estar lacrimejando e sentindo enganado. De repente, me pego chorando por pensar em seu sofrimento. Fico por alguns minutos dentro de minha banheira e pego no sono, sorte ela não estar cheia, caso contrário poderia acontecer um desastre.

Me pego em um pesadelo que não parecia ter fim, até meu pai aparecer em meu quarto assustados com meus gritos.

— Filha! Você está bem? Venha comigo. — Meu pai pega um grande roupão cor de vinho e me envolve dentro dele me levando até minha cama.

— Tive um sonho ruim pai, poderia pegar meu celular, por favor.  — Ele acena com a cabeça em um gesto de confirmação, pegando o aparelho na minha bolsa, me entregando em seguida.

Ao checar meu celular, vejo várias mensagens e ligações perdidas de Lorena, neste momento, meu coração dispara e uma energia ruim toma conta de mim, imediatamente, recordo o pesadelo em minha banheira : Algo ruim aconteceu ao Gabriel. Retorno a ligação temerosa do que possa escutar.

— Lorena, sou eu Morgana. Desculpe a demora, só agora vi suas ligações.

— Gabriel está com você?

— Não o veio desde aquele dia, aconteceu alguma coisa?

— É que eu mostrei aquela gravação para todos na igreja verem, Gabriel ficou furioso e saiu com o carro do papai em alta velocidade, não temos notícia alguma.

— Você o que? Tudo bem, vou tentar localiza-lo e entro em contato.

Sério isso, Lorena? Poderia ter sido mais discreta. Não tenho um bom pressentimento, alguma coisa ruim aconteceu. Imediatamente, meu pai e eu começamos a telefonar para todos os hospitais do Rio, sem esperanças, um hospital nos informou que ele estava lá em estado crítico devido a uma batida.

Não sei descrever o misto de tristeza que sinto nesse momento, tudo que eu desejo, é estar perto dele. Saímos rumo a UPA onde ele está internado e não demoramos muito a chegar.  Haviam pessoas por toda parte, nos corredores, nos consultórios, um verdadeiro amontoado.  Me dirigi a recepção e pedi para ve-lo, me apresentei como sua namorada, foi a única coisa que pense para me deixarem entrar. Percebendo minha angústia, a enfermeira humilde, me levou até ele.

Gabriel estava muito ferido, havia ferimentos por todo seu corpo sua calça estava rasgada, devido ser arremessado para fora do carro por não usar cinto de segurança, ele rolou por um barranco e deu sorte de alguém passar e encontra-lo. Telefonei para Lorena e avisei onde ele estava, enquanto seus pais não chegavam, fiquei todo instante ao seu lado, não conseguia conter as lagrimas que insistiram cair por todo meu rosto.

“ Eu sinto tanto, Gabriel. Talvez se eu tivesse lhe dito a verdade em um lugar mais reservado, só nós dois, você não estaria assim, me perdoa. Você tem que ficar bem meu amor, se lhe acontecer alguma coisa, qual terá sido o sentido de tudo isso? Te perder justo quando a vida me dá uma nova oportunidade de lutar por nós, eu não aceito isso! Farei o que for possível para que fique bem novamente. "

Desabafar essas palavras me deu um certo ânimo, mesmo ele não podendo me ouvir agora. Segurei sua mão a todo momento até seus pais chegarem, me retirei do quarto para Dagmar entrar e não trocamos uma palavra, eu não quis. Pedi ao meu paí para leva-lo a um hospital particular onde teria mais recursos, mas o médico disse que não seria conveniente remove-lo por agora, tudo que temos a fazer é esperar.

Fui para casa, já estava tarde e não queria me tornar incômoda, além do mais, estou cansada e preciso dormir também, amanhã terei um longo dia e preciso saber qual é o segredo que o Vanderlei esconde a sete chaves.


Morgana Where stories live. Discover now