KALEIDOSCOPE • Jikook [abo]

[9] In the middle of the night, in my dreams

O corpo de Jimin tremia da cabeça aos pés, e seus soluços ainda estavam presentes devido ao choro intenso que tivera por minutos inteiros, mas assim que abraçou Jungkook e ficou um tempo nos braços dele... o pavor passou na mesma hora.

O alfa lúpus tentou saber o que estava acontecendo, mas Jimin chorava muito para falar qualquer coisa e mesmo quando o choro passou ele se recusou a dizer com todas as forças.

Mesmo muito aflito para ser o que tanto afligia o ômega, Jungkook resolveu que era melhor ele se acalmar para depois ele conseguiu extrair a informação dele. Levou o menor até uma das várias poltronas do quarto e fez ele se sentar ali, ia sair para buscar um copo de água com açúcar para ele mas teve seu pulso firmemente segurado pela mão pequenina.

—N-Não vai, senhor Jeon. —Pediu com a voz embargada e os olhos brilhando de lágrimas. —Não me deixe sozinho... p-por favor.

Seu coração batia com uma força assustadora, e a forma como aquele ômega o estava afetando deixava sua cabeça a mil por hora. Eram muitas emoções, muitos sentimentos misturados naquele momento.

Olhou para aquela mão pequena envolvendo seu pulso, seguindo pelo braço fino até encontrar seus olhos violetas, marejados. Levou a mão direita até a mão dele, segurando-a por cima para fazer uma afirmação silenciosa de que ele não sairia dali por nada no mundo.

O alfa se ajoelhou em sua frente, ainda segurando suas mãos e olhando em seus olhos. O peito ardendo com aquele sentimento estranho e poderoso que só existia quando estava perto dele, falando com ele e tocando-o mesmo que minimamente.

—Diz para mim o que aconteceu. —Ele pediu, ou praticamente implorou enquanto seus olhos estavam grudados aos do ômega.

Jimin somente negou com a cabeça, sentindo mais lágrimas molhando seu rosto. Estava morrendo de medo de falar alguma coisa, porque além de assustador era vergonhoso demais. O que Jeon pensaria dele?

—Por favor, gatinho.

O ômega desviou os olhos dos dele, não suportando olhar para tanta intensidade e tanta beleza.

—E-Eu n-não posso... —Sussurrou, com o coração batendo rápido tanto pelo medo, quanto pela presença do lúpus.

—Por que não pode? —Jungkook perguntou, carinhoso.

Jimin não tinha resposta para aquela pergunta, porque se respondesse ele entregaria tudo o que aconteceu, então preferiu ficar em silêncio.

—Olha para mim, meu bem. —Pediu, tão delicadamente que o ômega olhou-o na mesma hora, ajoelhado a sua frente e segurando sua mão. —Você não precisa ter medo de me contar se te fizeram algum mal, tudo bem?

—Por que? —Jimin perguntou, verdadeiramente confuso, seu coração disparado. —Por que o senhor é assim comigo?

Jungkook olhou-o por um tempo, sabia do que ele estava falando mas não conseguia lhe dar nenhuma resposta sobre aquilo, porque nem mesmo ele sabia o porque de ser assim com Park Jimin.

—"Assim" como, meu bem?

—Desse jeito. —Jimin disse, fazendo um beicinho. —Eu não entendo!

Os olhos firmes um ao outro, os corações disparados na mesma velocidade.

—Eu também não entendo, gatinho.

Para o lúpus era difícil não entender seus próprios sentimentos, e não saber controlá-los era ainda mais. Porém... não conseguia evitar sentir aquilo, e mesmo sabendo que podia até estar cavando a própria cova, ali estava ele.

Jungkook tinha medo. Medo de não saber qual seria sua reação caso alguém o machucasse, medo de não saber se estar com ele ali naquele quarto era seguro, porque o desejava como um louco, nunca sentira nada assim antes.