Capítulo 6

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   Liv

Quando passamos pela porta dos fundos, respiro pela primeira vez  em 5 anos um pouco de ar puro. Aquilo era um tanto diferente. Controlo as lágrimas que querem descer sem permissão, e faço uma cara séria enquanto me dirijo ao carro cuja chave estava no envelope. O que eu estou fazendo da minha vida?!?  Cinco anos atrás eu dançava ballet, agora, eu saio de uma agência de espiões depois de cinco anos?
  Não sei qual cara eu estava fazendo, mas devia estar algo bem depressivo, porque Peter me tirou dos pensamentos perguntando se eu estava bem. Apenas assenti com a cabeça e entrei no carro. Fiz ele ficar bem do meu lado. Ele não ia sair do meu alcance. Nem da minha visão. Aranhas são sorrateiras, mas eu sou o inseticida. Se ele tentar algo, não sou eu quem sofre as consequências.

   Mesmo não tendo carteira, e nem sabendo dirigir, direciono a minha energia ao carro, e ele começa  a ir em direção ao apartamento alugado pela SHIELD. Quando chegamos, minha cabeça dói um pouco. Pego a chave do apartamento e subo em silencio com Peter. Ninguém deveria nos ver chegar, apenas depois que eu realmente parecesse britânica.  Quando chegamos no apartamento eu destranco a porta e nós entramos.

- Seu quarto fica no fim do corredor. Daqui a um tempo, quero conversar com você.

Ele anda nornalmente até o quarto e fecha a porta. Eu vou ao meu quarto e faço o mesmo. Não é muito pequeno, mas não é um hotel cinco estrelas. Vejo que tem um pequeno closet e quando adentro o local vejo que está cheio de roupas. Roupas britânicas. É, a SHIELD é rápida, e, pelo jeito querem que eu fique um pouco mais do que algumas semanas. Apenas pego uma muda de roupa e tomo um banho no banheiro de tamanho médio. Assim que saio, noto que no criado mudo ao lado da cama tem um celular,  e percebo que não é tão diferente de cinco anos atrás, até que eu me lembro que metade do mundo sumiu por cinco anos, e os enrolados só voltam agora. É, talvez isso não esteja tão diferente.saio do quarto com a calça legging preta e uma busa cor de vinho, com uma trança lateral  no meu cabelo ruivo. Chamo Peter, e ele aparece do fim do corredor, com uma jeans azul escuro e uma camisa verde, com os cabelos molhados.
   Quando ele senta e olha pra mim, apenas encaro aqueles olhos castanhos, e parece que ele faz o mesmo com meus olhos azuis. Decido ir direto ao ponto.

- Eu sei que você é inocente. - ele pareceu dar um suspiro de alívio- Mas não é por isso que a SHIELD vai largar do seu pé. Não largaram do meu até hoje, e isso foi a cinco anos.

- E agora? Vou viver cinco anos com agentes me olhando do outro lado da rua?

Dou de ombros.

- Tem uma solução... mas não faria isso sem sua autorização.

- E qual é?

- Eu entraria nas suas memórias, e veria se você é inocente. Mas isso é perigoso. Pra você e pra mim. Mas especialmente pra você. Você pode passar anos, ou a vida toda sem lembrar do que realmente aconteceu, ou enlouquecer, perdido nas próprias memórias, sem saber distinguir memória e realidade.

- Sei bem como é... E por mim, faça isso. Talvez se sinta melhor sabendo que não tem um assassino dormindo no quarto ao lado.

Aquilo foi como uma flechada em mim. Não podia negar aquilo a ele. A sensação da culpa ser tirada de você.

-Tudo bem. Eu só peço uma coisa, não se prenda as memórias, nem deixe que eu faça o mesmo. Por favor.

Ele me olha nos olhos e assente.

- Ok. Me dê as mãos. Só mais um aviso, se eu desmaiar, liga pra esse número, é o celular particular do Fury, só ele sabe lidar com esse problema. -ele assentiu novamente- fecha os olhos. Pensa bem no dia que rudo aconteceu, lembre da cena como um filme, e no momento em que ele começar, ele não pode  parar. Eu vou entrar em 3, 2... 1.

Eu fecho os olhos, e sei que quando abri-los, não estarei nessa sala, estarei nas memórias de Peter Parker, o Homem Aranha.

Crazed~Homem Aranha Where stories live. Discover now