Anti Halloween

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As coisas não foram se normalizando aos poucos.

Todo o colégio ainda olhava para a mesa perto da lixeira, ainda haviam pedidos e mais pedidos para entrada no clube, e olhares raivosos na direção principalmente da garota. Se a internet estivesse certa, BaekHyun sabia que o motivo da queda repentina de muitos fios do seu cabelo era por culpa do estresse que estava submetido.

Byun BaekHyun nunca foi ­ de olhar feio. Afinal, seu irmão mais velho sempre dizia que "cara feia pra mim é fome", então o jovem Byun preferia falar algumas verdades e partir para a confusão. Mas estava se controlando muito na última semana para não pular no pescoço de alguém para não piorar a situação de MinHee. Então, se limitava a lançar um raio através dos olhos castanhos e veneno pela boca rosada sempre que passava perto de alguma pessoa ruim.

— Baek. – ouviu a voz de ChanYeol soar mais perto do que achava seguro, e então sentiu um familiar tremelique por todo o corpo antes de levantar o olhar.

— Que é?

— Me passa essa peça. – apontou para o desenho no manual de instrução.

O garoto estava deitado no chão de seu quarto deus sabe há quanto tempo. BaekHyun havia prometido que montariam o Lego juntos, e só por isso, aceitou o auto-convite que ChanYeol fez durante a aula mais cedo. A porta do quarto estava aberta, a pedido de BaekBeom, que queria preservar acima de tudo a inocência do irmão, e tinham alguns pacotes de lanches espalhados pelo chão, junto com as peças da escultura. Byun bufou alcançando a peça pedida por ChanYeol.

— Baek... – ChanYeol se arrastou até ele, deitando a cabeça no colo do menino. – Eu sei que tudo tá parecendo horrível agora.

— Sim, você é muito lerdo pra montar brinquedos. – rolou os olhos, mas as mãos foram parar involuntariamente nas madeixas castanhas do outro.

— Não tô falando disso – riu soprado.

— Eu sei...

— É só que eu acho que a gente tem que ser forte por ela, sabe? Se o colégio não vai fazer nada sobre o assunto, a gente tem que sempre apoiar a Min.

— Eu sei disso também... – suspirou olhando para o outro – Eu vou arrumar uma forma de ajudar a Min. Você vai ver só.

ChanYeol abriu um sorriso levantando-se de súbito e depositando um beijo na testa do garoto.

— É por isso que você é o melhor. – sorriu.

Segurando a nuca de BaekHyun, ChanYeol o puxou para perto selando seus lábios. BaekHyun poderia usar muitas palavras para descrever o beijo mais tarde, mas no momento ele só deixou a mente viajar e sentir como a boca de ChanYeol era macia e carnudinha, como se fosse feita para se encaixar na dele. E que as mãos do Park, apesar de serem do tamanho do seu rosto todinho, passavam uma sensação gostosa e engraçada, quase como correntes elétricas correndo do seu pescoço até todo o resto do corpo. Pensou que gostava um bocadinho de ChanYeol.

ChanYeol, que entre sorrisos colou a testa na do menor, sentia o coração sair pela boca ao ver um tímido e quase inexistente sorriso surgir nos lábios de BaekHyun. Mas não demorou muito para que BaekBeom surgisse na porta e arregala-se os olhos com aquela aproximação toda.

— Ei, ei, ei, pra quê tudo isso? – berrou entrando no quarto e afastando a cabeça dos dois.

BaekHyun ficou mais vermelho que um pimentão enquanto ChanYeol coçava a nuca sem graça e a mãe gritava da sala "Deixa os meninos em paz, BaekBeom!".

***

O som do chiclete sendo mascado pela recepcionista na coordenação era alto demais. Mas talvez fosse só porque todo o resto estava em completo silêncio. Dentro do aquário onde ficava o escritório do diretor, Kim JongIn encontrava-se sentado. Por isso a coordenação estava cheia, mas estranhamente quieta. Nada estava seguindo normalmente desde a entrada do jogador no clube antissocial.

Anti Social Social ClubWhere stories live. Discover now