Anti campeonato de basquete

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Em voz alta, BaekHyun disse que havia se arrependido de aceitar sair com o Park. Assim, em plenos pulmões mesmo. Mas dentro do corpo miudinho, ele estava bem feliz em se encontrar com ChanYeol no sábado.

O parque era bonito mesmo no outono. O friozinho ameno e a coloração alaranjada davam um charme para lá de especial no lugar, mas, claro que tinha coisa mais bonita a ser observada naquela tarde. Mais precisamente, a visão de BaekHyun num moletom amarelo revirando os olhos e soprando a franja pra cima enquanto tentava ensinar ChanYeol a pedalar.

Park era uma negação.

Tinha duas pernas esquerdas e zero coordenação motora. O que tinha de altura, tinha de falta de aptidão para qualquer exercício físico, porque meu deus, BaekHyun queria socar aquele rostinho bonitinho tanto, mais tanto, que arrancaria fora os dentes que ChanYeol não perdeu na sétima queda no parque.

— Minha Kim Chi amada, nem é tão difícil, ChanYeol! – bateu o pé – Eu tô te segurando, qual a dificuldade?! Aí não dá, sério.

— Não tá segurando com força o suficiente, Baek! – choramingou ao jogar-se na grama e massageando o joelho ossudo, que estava doendo devido à última queda – Não tô reclamando, mas é que seu corpo é pequeno demais pra me aguentar...

— Tá me chamando de fraco, seu rascunho do capeta? – levantou as sobrancelhas e abriu a boca indignando.

ChanYeol riu soprado, cruzando os braços e olhando o menor dos pés a cabeça. Gostava de ver Byun irritado porque era fofinho. JongDae dizia que parecia um filhote de Pinscher encapetado, mas as bochechas vermelhas, o olhar assassino e o tremelique na boca deixavam ChanYeol de corpo mole.

— Eu vou te mostrar quem é fraco, ô. – ameaçou bufando.

Não demorou nem meio segundo para BaekHyun puxar ChanYeol pela mão, o surpreendendo até que muito pela força empregada no ato, que foi tanta, que não só puxou o Park quanto também jogou a si próprio no chão, fazendo com que o corpo – enorme – de ChanYeol acabasse por cima do seu.

Byun queria dizer que o empurrou de volta para seu lugar. Queria dizer que o coração não começou a bater no compasso de uma escola de samba, ou que quando os olhos de ChanYeol caminharam dos seus até sua boca, não sentiu nenhum arrepio estranho no corpo. Queria dizer que as mãos não ficaram suadas. Queria dizer que não beijou Park ChanYeol. Mas ele o beijou.

E foi ótimo beijar ChanYeol sem pensar muito. Porque o gostinho de pasta de dente infantil na boca do Park era maravilhoso, e os lábios dele eram tão macios! Gostava também das mãos grandinhas de ChanYeol, uma perdida em seu cabelo enquanto a outra se apoiava na grama para não o amassar. Gostava do sorriso que o Park deu quando pararam de se beijar, e gostava muito da sensação quentinha no peito.

— Droga, ChanYeol. Eu gosto mesmo de você.

ChanYeol franziu o cenho encarando o moleque embaixo de si. Piscou uma, duas, três vezes. Perguntou-se em pensamento se tinha limpado o ouvido direito no dia anterior, a mãe sempre disse que com a orelha daquele tamanho, teria tanta cera que atrapalharia sua audição. Se limpou certinho, ChanYeol ouviu com todas as letras que BaekHyun gostava dele. Sem "um pouquinho" na frase. Sem "um pouquinho".

Então sorriu. Mostrando todos os 19 dentes que exibia quando rasgava os lábios. Deu um beijinho na testa do garoto e continuou sorrindo.

— É, eu acho que também gosto ­um pouquinho­ de você, Byun. – provocou.

BaekHyun revirou os olhos e levou as mãos para seu peito.

— Olha, você, sai de cima de mim, vai. Esquece o que eu falei. Sai logo, vamos.

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