Capítulo 7

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Sem Revisão

Erika

Depois de sete horas de vôo, finalmente estávamos em Nova York. A cidade que nunca dorme, a última vez que fiquei aqui, eu não dormi um dia sequer. Esta cidade não me traz boas lembranças, coisas horríveis aconteceram. Só que isso faz anos, tento superar a  cada novo dia.

— Escutou o que eu disse?

Aceno para Lukas, toda minha atenção nos prédios que passam pelo vidro do carro. Uma sensação de nostalgia me invade quando passamos em frente a um restaurante italiano, o preferido de mamãe sempre que passávamos uns dias em Nova York, era tão poucos os momentos bons que tínhamos.

 Olhei pelo retrovisor, a sensação de estar sendo seguida crescia a cada segundo. Acho que minhas olhadas atraíram a atenção de Lukas. Ele olhou algumas vezes para mim, até parar o carro em frente a um prédio.

— Seguranças que contratei. — ele diz. Faço um gesto de desdém. — São como fantasmas, pagos para não serem vistos, descrição máxima. Então, a menos que a SWAT esteja nos seguindo, qual seria a razão para tantos olhares para trás?

Essa é a parte ao qual Natasha falhou durante meu treinamento. Não consigo disfarçar quando percebo que tem alguém me olhando ou seguindo. Sinto minhas costas e rosto suarem, meu coração bate forte. Sou treinada para sair de situações assim.

— Eu não sei, perdi meus pais em um acidente de carro. Talvez seja por isso, a mania de ficar olhando é desde pequena.

Por alguns segundos Lukas me olha, mascaro qualquer tipo de brecha, ele não terá a oportunidade de me ver falhar. No banco de trás Victor começa a balbuciar, quebrando o contato entre seu maldito pai e eu.

— O jantar será às oito, vista algo casual e trate de fazer meu filho dormir um pouco.

Ele ainda ordena para que eu saia do carro, ditando as instruções sobre o apartamento em que ficarei. Um funcionário me ajudou com as duas pequena malas, o senhor "mandão" dissera que só ficaríamos por três dias. Dei um banho no pequeno menino irritado, os dentes detrás começaram a nascer. Em certos momentos fico desesperada, vê-lo é algo que me entristece bastante.

Enquanto Victor tirava seu cochilo, eu peguei o aparelho que alguém deixou na minha porta ontem de noite. Natasha disse que ali tinha as informações que eu precisaria sobre meu cliente aqui. Fora da minha jurisdição, como Natasha me tem em suas mãos, foi difícil negar. Era o preço por confrontá-la dias atrás. 

James Crowford, um coroa dono de refinarias petrolíferas. Fama nada boa, e pelo jeito a minha noite de amanhã será tensa.

Ao som de Adele, arriscando nos agudos eu tomava meu banho, depois eu iria acordar Victor e vesti-lo. Enquanto ensaboava meu corpo, deixei meus pensamentos correrem para o dia da pomposa festa de Carter. Meu corpo formiga ao lembrar do homem que me fodeu com tanta intensidade.

Desfaço de todos os pensamentos, termino o banho e o mais depressa possível me visto, um short jeans não muito curto, uma camisa social feminina na cor azul, puxo as mangas na altura dos cotovelos e amarro a barra, nos pés uma simples sapatilha vermelha. Mal tenho tempo para passar o perfume, Victor praticamente grita lá do quarto em que o deixei. Corro feito o papaléguas.

— Já estou aqui gatinho, não chora.

Pego ele, sentindo o odor nada agradável. Abraço-o até que se sinta mais calmo. Aproveito que sujou a fralda e dou outro banho nele.

No horário combinado Lukas chegou, vestia uma calça jeans de lavagem escura e camisa polo vermelha. Minha parte louca palpitou ao vê-lo tão casual e absurdamente comestível. Não trocamos nenhuma palavra durante o percurso até a Greenwich Village, onde Ansel e Danielle moram, a comemoração seria lá.

Lukas - Trilogia Sombras da Noite #2✔Where stories live. Discover now