Capítulo 30 - Olívia

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Eu estava terminando os meus trabalhos de casa, quando vi a minha mãe e o tio Ian descerem as escadas, rindo de alguma coisa que eles estavam conversando. Era a primeira vez que eu via a minha mãe daquele jeito com qualquer pessoa. Eu sempre achei minha mãe super legal, especialmente quando estávamos eu, ela e tia Kate. Parecia que ninguém fazia a minha mãe ficar tão confortável quanto nós duas e era super especial saber que nós duas éramos as pessoas que fazíamos ela se sentir assim.

E foi assim, até o tio Ian chegar.

Tudo bem, teve o tio Nick antes e eu sei que ela também o adora, assim como o Odin, mas desde que o tio Ian chegou, eu percebo que é diferente. É engraçado, porque ela nem queria que ele se aproximasse muito. Lembro do jeito dela no hospital. Talvez a maior parte das pessoas achasse que minha mãe era antipática ou até mesmo mal educada por não querer muito contato com uma pessoa que só estava tentando ajudar, mas a minha mãe era assim, fechada. Tio Ian foi vencendo isso aos poucos e eu achava o máximo, porque eu também o adorava! Ele é tão legal que nem faz tanto tempo assim que a gente se conhece, mas ele já é como se fosse parte da família.

Pelo menos pra mim, né!

Eu não lembro de ver minha mãe também com alguém, do jeito que ela fica com o tio Ian. Antes dele chegar Kate sempre brincava que ela deveria arrumar um namorado, porque minha mãe ainda estava nova e, como ela dizia, muito viva, mas a minha mãe nunca pareceu se importar com isso. Eu nunca achei que veria minha mãe namorando e até achava que não ia gostar, se ela começasse a namorar alguém, mas está aí o tio Ian pra provar que pode ser super legal quando a nossa mãe começa a namorar um cara maneiro!

O ponto é que estávamos bem, não importava se ela tinha um namorado ou não, era o que ela sempre dizia. Não posso dizer que isso fazia muita diferença, pra mim. Tudo bem que eu era a única menina, na minha escola, que não tinha um pai. Não era como as outras crianças, que tinham um pai e uma mãe, mesmo que eles morassem em casas diferentes, e nem como as crianças que conheceram o pai, mas eles morreram.

Ou como as outras crianças que têm um pai, mas eles não moram mais na casa delas.

Mas isso realmente não me incomodava, porque cada um tinha uma família de um jeito. Algumas tinham duas mães, outras tinham dois pais e, alguns outros, moravam com os avós! Acho que eu nunca me senti deslocada, justamente porque cada família era de um jeito.

No meu caso, a minha família era a minha mãe e a tia Kate.

E, tudo bem, eu estava bem assim. Eu era feliz com minha mãe e minha tia, tanto que nunca pensei em lamentar a falta de um pai, porque a minha mãe é incrível e a minha tia é a melhor de todas!

Só que o tio Ian era legal demais! Era muito bom quando ele estava por perto!

Ele sempre brincava comigo e sempre gostava de ver os desenhos que eu pedia para assistirmos juntos. Eu sabia que ele vivia lá em casa por causa da minha mãe, mas ele também parecia gostar de passar tempo comigo. O que era bom, porque eu gostava de passar tempo com ele também!

A minha mãe ri o tempo todo quando ele está com a gente. Quando está comigo e com a tia Kate também, mas ela sempre foi muito mais séria com quase todas as outras pessoas, mas com o tio Ian ela parecia mais alegre o tempo inteiro e era muito bom ver minha mãe assim.

E eu sei que ele não é o meu pai. É, eu sei disso!

Mas às vezes fico pensando se seria essa a sensação de ter um... Não sei, parece uma ideia boba, e talvez seja mesmo, mas, se ter um pai é assim, eu tô achando o máximo!

— O que está fazendo? – tio Ian perguntou ao me ver na cozinha, com os cadernos e livros abertos – Achei que estava fazendo o dever de casa no seu quarto. – comentou, se aproximando de mim e beijando o topo da minha cabeça.

Destinos Cruzados || Henry CavillWhere stories live. Discover now