Destinos Cruzados || Henry Cavill

Capítulo 37 - Helena

Hoje o dia tinha amanhecido estranhamente bonito.

Era isso, ou a sensação boa que me invadia deturpava completamente o que meus olhos enxergavam. Não perdi muito tempo pensando a respeito disso, sinceramente.

Segui normalmente minha rotina matinal. Duas semanas se passaram desde que plantei a sementinha da discórdia, na cabeça e no coraçãozinho inocente de Ian. Eu só precisava dar tempo para que ela começasse a germinar.

E ela iria, eu tinha certeza disso.

Como uma erva daninha, não demoraria até se espalhar e eu finalmente teria exatamente o que eu quero. Aquela doceira dos infernos, junto com aquela catarrentinha, bem longe do meu marido.

Desde o meu último encontro com Ian, eu não tinha deixado Nova Iorque. O Arizona já tinha me oferecido o que eu precisava, agora era hora de pressioná-lo de bem perto. Muito antes do que eu esperei, naquela manhã, recebi uma mensagem dele.

[07:59 am]: Ian: Helena, preciso que venha aqui em casa, se possível.

Aquele dia acabara de ficar melhor. Duas semanas e Ian já estava de volta. Aquela garota seria o segredo do meu sucesso, quem diria...

Mesmo sendo exatamente o que eu queria, eu não podia deixar de fazer um drama, não é mesmo? Ri sozinha com o meu pensamento.

[08:05 am] Eu: Se for pra você me humilhar e me escorraçar do prédio outra vez, serei obrigada a, educadamente, recusar o seu convite, querido marido.

Eu não perderia a chance de relembrá-lo o quão injusto ele foi comigo, enquanto eu, inocentemente, tentava abrir seus olhos a respeito de sua nova amada. Eu mal podia esperar para tê-lo arrastando-se aos meus pés.

[08:09 am]: Ian: Helena, eu não estou de bom humor o suficiente pra perder tempo com essa discussão estúpida. É importante, espero você aqui.

Ele continuava a me tratar friamente. Não era exatamente isso que eu esperava. Certo, eu não podia me dar ao luxo de deixá-lo plantado, mas também não me agradava o fato de que sua forma de agir comigo ainda era a mesma.

Esse homem poderia ser menos cabeça dura, não?

[08:09 am]: Eu: Estou indo, querido."

Eu teria feito mais drama, mas ele não me deu muitas oportunidades para isso, então fiz como ele me pediu. Terminei meu café da manhã, me arrumei e fui até o Upper East Side, em direção à cobertura de Ian. Quando cheguei, Nora me atendeu, com o seu jeitinho "caloroso" de sempre, dizendo simplesmente que ele estava à minha espera no escritório.

Outro bom sinal, ela estava de péssimo humor. Aquele dia só melhorava.

Quando cheguei no escritório, Ian estava com os cotovelos apoiados na mesa, dedos entrelaçados e o queixo apoiado sobre eles, olhando pro nada. Não havia sequer notado que eu tinha acabado de entrar.

Tinha o mesmo olhar de quando a herdeira tinha desaparecido.

E exatamente como naquela época, eu ainda não tinha paciência para esse estado de espírito depressivo de Ian. Esperava que aquilo não durasse muito.

— Ian? – chamei delicadamente, fazendo com que ele me olhasse com um leve sobressalto – Desculpe, você estava meio aéreo.

— Tudo bem... – ele se limitou a dizer, levantando-se e passando a mão pelos cabelos.

Fui até ele e o segurei pelos ombros, me inclinando para beijá-lo, mas ele desviou no último instante, fazendo com que o beijo fosse plantado em sua bochecha.