Hate - Novas Espécies (Livro 1)

Capítulo 8

-O que está fazendo Hate? – Ouviu a voz de Tiger, mas não olhou para ele, olhando para a porta, alguns passos afastado, esperando sua Luci sair.

-Esperando a Luci.

-Então a deixou sair?! – Na verdade já sabia disso. Mais cedo tinha juntado uma equipe e invadido o território dele para a resgatar, mas não encontrou ninguém lá.

-Eu nunca a prendi.

-Mas não queria que ela saísse.

-Eu não queria. E eu disse a ela. Ela não saiu porque não queria me deixar sozinho.

-Então ela quis ficar com você lá?!

-Sim. Ela disse que nunca mais vai me abandonar.

-Então ela é sua fêmea agora?!

-Sim. Ela mesma disse – Ainda mantinha seu olhar fixo na porta.

-Fácil assim?

-Era pra ser difícil?

-Normalmente é, na verdade. Fêmeas humanas não costumam simplesmente abrir mão de tudo para viver conosco.

-A Luci não é qualquer fêmea humana – O olhou de rabo de olho - Ela é diferente. É especial. E ela não abriu mão de tudo. Ela trabalha aqui.

-Realmente. Mas ainda assim... Não é comum. É até suspeito...

-O que quer dizer com isso? – Se virou para ele - Ela arriscou a vida para salvar a mim, Snow e mais de outras 30 de nosso povo.

-Sei o que ela fez, mas humanos mudam de ideia muito rápido. E se ela mudou de ideia sobre nós e está fingindo?

Hate o atacou sem um aviso prévio, arrancando a arma de sua mão como viu Luci fazer a mais de 8 meses, o derrubando no chão e rosnando para ele. Tiger rosnou de volta, mas não se atreveu a se mexer, tentando apenas manter os dentes de Hate longe o suficiente de seu pescoço. Outros Espécies vieram, mas nenhum se atreveu a se aproximar quando o ouviram rugir. Tinham medo dele.

-A Luci me ama, e não me importa se não acredita nisso.

-Depois não diga que não avisei... – Rugiram ainda mais, e agora Tiger o atacou, com medo.

Os demais Espécies também se juntaram em cima dele, querendo o tirar de cima de Tiger, e conseguiram, mas agora eles estavam sendo atacados.

Hate era grande e muito forte, mas isso não o impedia se ser ágil, e logo derrubou um deles, lhe mordendo o ombro e o arremessando com os dentes para cima de outro, enquanto dois o mordiam e tentavam o imobilizar. Ele parecia não sentir a dor, se focando em mais um ataque, dessa vez com um soco. Sentiu um chute atrás do joelho que o fez se desequilibrar, batendo aquele joelho no chão, o que deu a chance para ser mordido com força no ombro enquanto recebia uma chave de braço. Se jogou no chão para se livrar dos que o seguravam, mas acabou batendo as próprias costas, pois os homens pensaram mais rápido. Logo 8 deles se juntaram em cima de Hate, que se debateu com socos e chutes, os afastando apenas o suficiente para que Luci se enfiasse na frente de seus ataques, rosnando como uma legítima fêmea Espécie, mostrando suas presas minúsculas. Imitava bem um rugido, mas ainda assim era pequena, e não representava ameaça. Os homens se afastaram por surpresa, e não por se sentirem ameaçados. Hate logo se colocou de pé, e rugiu para eles, os afastando realmente.

-Você está bem Hate? – Viu que as mordidas lhe perfuraram fundo, e tentou parar um dos sangramentos, o que o fez gemer por estar dolorido – Me desculpe.

-Eu estou bem Luci.

-Não está! Está sangrando! – Usou um lenço que tinha no bolso para tapar pelo menos uma das mordidas – Vamos para casa. Eu vou cuidar de você – Esfregou sua cabeça nele, como ele mesmo fazia para marcar seu cheiro. Até agora tinha pensado que era uma carícia, e ainda pensava, mas Hate via de outra forma, mas para ambos significava algo importante.