Capítulo 13

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Luci despertou com o movimento repentino da cama, vendo o corpo de Hate por cima dela, como se a protegendo.

-O que houve grandão? – Ouviram um som.

-Ah, é só aquele aparelho barulhento de ontem – Luci sorriu, acariciando seu rosto e lhe dando um beijo demorado.

-Bom dia meu lindo.

-Bom dia pequena.

-Dormiu bem?

-Sim, mas sinto que há um coração em minha cabeça. Está doendo.

-Tadinho... – Lhe massageou as têmporas. Isso sempre a ajudava quando tinha enxaquecas. Isso poderia não ajudar na dor, mas o acalmava – Deixe eu atender aquele telefone para que o som pare de te incomodar – Lhe deu mais um beijo e saiu de cima dela, se sentando na beira da cama. Ela lhe acariciou o rosto mais uma vez quando saiu da cama, atendendo o telefone que ficava na cozinha.

-Casa do Hate.

-Luci?

-Papai?

-Arrume suas malas! Estou indo te buscar.

-Benção papai. Como o senhor está? A mamãe está bem? Tenho sentido muitas saudades de vocês e os amo demais, mas estou muito feliz onde estou. Então vou continuar aqui.

-Luci Armstrong, nem se atreva a...

-Desculpe papai – Desligou o telefone – Logo ele tocou novamente. Hate simplesmente o arrancou da parede – Grandão, era só tirar o fio – Arremeçou o objeto contra a parede, o partindo em vários pedaços.

-Não vão levar você de mim! – Disse com um claro tom de irritação, mas ela também notou medo – Nem mesmo seu pai!

-Não vão! Jamais! – Disse firme. Ele olhou para ela, vendo a mesma determinação que ele – Meu pai só está preocupado, lindo. Não fique bravo, só piora a sua dor – O Fez se sentar na poltrona, sentando-se no apoio da cabeça, o fazendo deitar sobre suas coxas, massageando sua cabeça – Ele não vai me tirar de você. Não pode me obrigar a voltar para casa.

-Mas os pais não mandam nos filhos?

-Mandam sim, mas, depois dos 18 anos, eu posso decidir por mim mesma onde, quando e com quem quero ficar. É verdade que levo em conta a opinião de meus pais em tudo, mas não sobre você. Eles não te conhecem. Não sabem como você é maravilhoso – Lhe beijou a testa – Não vão nos separar grandão. Isso eu lhe prometo – O beijou novamente.

-Você me deixa tão feliz Luci... – Sorriu. Seu coração sempre se derretia em milhares de borboletas até seu estômago quando Hate dizia estas palavras tão doces.

-Não tanto quanto você me deixa, lindo.

-...Quais são os outros juramentos do matrimônio? – Achou curiosa sua pergunta.

-“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe”. Uma forma resumida de dizer que, não importa qual o desafio que apareça ou quantos problemas o casal enfrente, ficarão juntos para sempre – Viu nele um olhar um tanto bobo, mas muito intenso, que a fez sorrir bastante – O que foi? – Ele riu junto a ela.

-Ontem quando você me acalmou, falou sobre isso. Quer mesmo passar o resto da sua vida comigo?

-Hate, deixe eu te contar um segredo meu: eu adoro imaginar várias possibilidades de como poderia ser o meu futuro, e gosto de incluir as pessoas que gosto, imaginar como elas vão estar daqui a alguns anos e que vamos ter algum contato, e a alguns meses tenho começado a imaginar como vocês Novas Espécies estariam. Adoraria que pudessem viajar livremente pelo país como qualquer um de nós humanos, sem medo de que fossem atacados, e que, talvez, vocês que resgatamos dos navios, pudessem nos visitar. Sempre quando nós ativistas resgatamos animais ficamos os acompanhando por muito tempo por fotos e vídeos, mas assim que voltam para vida selvagem, não sabemos muito bem o que acontece com eles. Não que eu os esteja chamando de animais, meu lindo, jamais! É só que nós também ficamos com a mesma preocupação, e queríamos muito saber como vocês estavam. E com vocês isso é mais possível. Mas com certeza, você foi em quem eu mais pensei em todos estes 8 meses. Imaginei no meu futuro você morando em algum lugar bem aberto, como em uma cabana em uma floresta, e que eu te visitaria pelo menos uma vez por ano. Admito que te imaginei um tanto rabugento – Ele riu com isso.

Hate - Novas Espécies (Livro 1)Where stories live. Discover now