beautiful eyes.

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   Noah Urrea
 

    A noite foi tensa, passou a noite caindo raios e vários trovões, a chuva era intensa e Joshua não desgrudava do meu corpo. Não preguei os olhos; não precisava dormir. A chuva foi parar por meio das cinco ou seis da manhã. O acampamento estava alagado e provalmente não teríamos atividades hoje. O café da manhã era servido às oito e meia, e eu não iria sair dali até o Joshua acordar. O garoto começou a se mexer um pouco, sua pele ainda estava gélida, eu queria toca-lo mais do que aquilo, mas tudo bem, agora eu precisava ser mais cauteloso que o normal.

   Ele abriu os olhos, aqueles belos olhos azuis, que me encantavam e me deixavam todo bobo. Mas ninguém precisava saber disso.

  — bom dia. — a voz dele era sonolenta, eu o joguei um sorriso torto, ele sorriu de volta. Ficamos nos encarando por segundos, vários segundos que me levaram ao inferno e me fizeram voltar. Suspirei.

  — bom dia, Beauchamp. — ele estava com a mão sobre meu peitoral, seus dedos estavam se mexendo um pouco, como se ele quisesse dedilhar a minha pele quente que ainda estava coberta.

  — você... você sabe que horas são? — Spencer estava errada. Ele não pensava em coisas ruins o tempo todo, ele parecia tão tranquilo e tão... normal.

   — São sete e quarenta. — o informei, ele diminuiu o sorriso mas ainda estava em seus lábios, ele se sentou. Parecia que seus muros estavam sendo derrubados aos poucos, isso era tão bom. Ele se virou, tirou a camisa que estava usando, e eu apenas observei o seu tronco exposto, mantendo os meus olhos focados nele. Mas logo ele tinha vestido uma camisa, talvez uma mais grossa e mais quente.

  — eu dormi assim à noite toda..? — ele perguntou, um pouco hesitando, eu não tinha entendido à sua pergunta, por isso arqueei uma das minhas sobrancelhas. — digo... abraçado em você..

   eu apenas assenti brevemente com a cabeça em concordância, ainda com o sorriso torto em meus lábios, ele tossiu um pouco, talvez ficasse muito fraco como humano, seu corpo ainda estava gelado e eu me sentia na obrigação de cuidar dele. 

   — o que acha de irmos tomar café da manhã? — sugeri, como algo que fôssemos fazer os dois. — acho que as atividades de hoje serão cancelas, teremos o dia livre.

  — ya, podemos fazer algo juntos. — eu sabia que eu estava certo, eu sabia que desprezo e desgosto não era tudo que ele sentia por mim, ele até gosta um pouco de mim para querer minha companhia. Mas ainda tinha a Any.

  — acho melhor você se agasalhar mais... eu vou te esperar mais fora. — abri o zíper da barraca, ainda do mesma e depois o fechando de novo, para dar privacidade ao Joshua. Enquanto isso percebi que nenhuma das outras pessoas tinham acordado ainda. Seria apenas eu e ele por algumas horas, e é claro, os monitores.

   Em alguns minutos, Joshua saiu da barraca, ele estava com uma calça de moletom, uma touca preta deixando apenas as pontas espetadas do seu cabelo loiro para fora. Ele usava luvas, ele estava tão fofo. Seus lábios estavam mais vermelhos que o normal, apenas o deixavam mais atraentes, e suas bochechas e a ponta do seu nariz estavam corados, por causa do frio, ele era muito branco, algo que me dava medo.

   — vamos? — abri um sorrisinho, ele começou a andar na frente, e eu o acompanhei. Nossa barraca era a penúltima, então tínhamos que passar por todas as outras em silêncio, mas estávamos ouvindo algumas pessoas roncando, o que nos fazia rir um pouco.

   — silêncio. — ele fez o sinal de silêncio, enquanto ainda dava algumas risadinhas baixas. Aquele momento estava sendo mágico, estava deixando todas as minhas preocupações dele ser um demônio de lado. Nem eu me lembrava que eu mesmo era um demônio.

   Chegamos até à MegaCozinha, era algo do acampamento, um ambiente enorme com varias comidas distribuídas em grandes quantidades. Joshua e eu pegamos um prato, e um copo. Começamos a passar, Joshua pegou muitas frutas, enquanto eu peguei cereal e um copo de leite. Ele pegou suco, melancia, melão, banana e um pão.

   — você só come frutas e pão? — arqueei uma das sobrancelhas, ele deu uma olhada no meu prato e me jogou um "Cereal com leite vai te sustentar até às 11:00?"

  Nós nos encaramos e começamos a rir, indo até uma das várias mesas. Puxei uma cadeira, sentando-me na mesma. Tudo ali era feito de madeira, as mesas, as cadeiras, era tudo rústico e muito belo. Enquanto comíamos, outras pessoas iam chegando, sentando mas mesas ao redor, enquanto jogavamos conversa fora. Os olhos dele pareciam estar presos aos meus, uma de suas mãos estava em cima da mesa, repousada enquanto a outra se encontrava ocupada levando o pão até a sua boca.

  Eu apenas queria colocar minha mão por cima da dele e toca-lo, por mais que não fosse senti-lo já que ele estava de luvas.

   — ficou satisfeito com o seu cereal? — ele perguntou, um tanto irônico. Se ele soubesse que eu não precisava comer não iria falar desta maneira, mas apenas assenti com a cabeça.

  — claro que sim. Eu não costumo comer muito... — proferi, para que ele entendesse a quantidade pouca de comida que eu ingeria, ainda mais no dia do shopping que eu não comi abslutamente nada.

  — por isso é desnutrido. — ele rebateu, me fazendo soltar uma risada baixa. Eu me levantei, indo deixar o prato onde ficavam os demais, só que no lugar que indicava onde deixará os pratos sujos. Voltei para mesa, ele tinha terminado de comer e fez o mesmo.

  — o que acha de irmos cortar algumas lenhas para fazer uma fogueira? — sugeri, mesmo sabendo que já tinham fogueiras prontas, e que as lenhas na floresta estavam todas molhadas por causa da maldita tempestade.

  — não precisa inventar desculpa pra sair comigo, eu sei que quer conversar, podemos fazer isso. Mas antes eu vou na barraca pegar uma mochila com coisas necessárias. —  ele me jogou uma piscadela, enquanto levanta-se da cadeira. Eu assenti, e ele logo saiu, indo para direção das barracas.

  Íamos ficar sozinhos na floresta imensa que havia ao lado do acampamento. Mesmo que fosse proibido para campistas eu iria dar o meu jeitinho. É claro que iria hipnotizar alguns monitores. Mas eu estava preocupado, Heyoon não dava sinal de vida à dias, ou semanas. Não atendia minhas ligações, e Pepe também tinha sumido, desde o dia que ele deixou aquele anel em meu carro, e até hoje eu não tive a chance de devolvê-lo. Ou talvez não devesse devolver.

   Depois de ter feito o meu trabalho "sujo", andei até o final do acampamento, à espera de Joshua, e lá vinha ele. Com uma mochila nas costas, não estava mais de luvas, apenas a touca, ele ficava extremamente fofo daquele jeito, e além da mochila, ele trazia outro moletom, ele estava com tanto frio assim?

  Quando ele finalmente se aproximou o bastante, me jogou o moletom que tinha um cheiro gostoso, um cheiro um pouco doce, talvez de seu perfume, com certeza de seu perfume, um cheirinho parecido com o cheiro de seus cabelos.

  — pra você não morrer de frio. — ele avisou, caminhando ainda, dessa vez dentre as grandes árvores com as folhas ainda pingando algumas gotículas de água, que escorriam pelas folhas verde escuro.

   Ele tinha se preocupado, mas mal ele sabia que eu não passava frio. E assim, começamos a caminhar para dentro da floresta.










olá meus amores lindos do meu coração

tô sendo carinhosa pq sim, ñ pode?

enfim, Joshua longe da Spencer é um amorzinho neah 🤧

esse passeio de nosh vai dar o que hein???? 😣

enfim, até o próximo! ♡

devilish - NJ. Where stories live. Discover now