touch.

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Noah Urrea.

  Estávamos caminhando, um do lado do outro. Às vezes ele me ajudava para não cair, e eu o ajudava, por mais que eu não precisasse de ajuda, e na verdade, ele também não. Logo chegamos à um lugar seco, ele pediu para pararmos e descansar um pouco. Ele pegou o cantil de água e tomou um grande gole.

   — posso fazer uma coisa? — hesitei em chegar perto, até vê-lo estendendo a garrafinha de água em minha direção, e eu balancei a cabeça. — não quero água..

  — pode fazer qualquer coisa, menos me matar. — ele disse, com aquele maldito sorriso torto, e encarando os meus olhos. Inferno, realmente ele era o diabo em pessoa. Respirei fundo, indo para detrás do corpo dele, ele tentou se virar mas deixei minhas mãos em seus ombros, que ombros... em seus ombros, concentre-se Noah. Fazendo-o ficar virado para frente. Tirei os vários anéis que carregava em meus dedos, os colocando nos bolsos. Logo levei minhas mãos até os olhos de Joshua, os tampando.

   — apenas me diga o que você escuta. — eu sussurrei no ouvido dele, pude sentir o corpo do mesmo se arrepiando, podia escutar os seus batimentos cardíacos ficando cada vez mais acelerados.

   — eu escuto... pássaros. Uma coruja, sapos... e a sua respiração... — a respiração dele estava pesada, a minha estava calma mas bem próximo à ele. Ele tocou o dorso da minha mão, tirando-a de seus olhos e virando-se para mim, ele parou. Seus olhos estavam atentos, foram diretamente de encotro com os meus.

  — Josh... — minha voz apenas saia em sussurro, estávamos perto demais, daria para ele escutar facilmente o que eu tinha falado.

   Ele não falou mais nada, fechei os meus olhos, e senti nossos lábios juntando-se lentamente. Ambos ainda hesitantes, mas tinha sentido um pouco dele. Nossos lábios estavam se roçando pois ele balançava a cabeça, como se a maior parte dele quisesse sair dali, mas tinha uma pequena parte que queria demais aquilo, e talvez o desejo o consumisse, e logo nossos lábios estavam selados. Ele moveu lentamente os lábios contra os meus, eu podia senti-lo, sua pele ainda estava gélida, ainda mais a pontinha de seu nariz, mas isso não importava no momento.

  Eu estava em cima de uma pedra, me encontrava um pouco mais alto que ele. Minhas mãos foram diretamente para o rosto dele, acariciando a sua pele macia com os meus polegares que estavam repousados em ambas as bochechas rosadas do mesmo, ele rodeou os seus braços em minha cintura, me aproximando ainda mais do corpo dele. Não demorou muito para que ele pedisse passagem para a língua.

   Você me surpreende cada vez mais, Joshua. Apenas cedi a passagem para a língua, deixando que ele comandasse o nosso beijo. A língua dele explorou cada canto da minha boca, e logo a falta de ar se fez presente para ele. Ele finalizou o beijo com dois selinhos em meus lábios, aquilo mostrava que ele queria mais depois, de uma certa forma sim.

   Ele me olhou, confuso. Talvez não esperasse a retribuição do beijo, dessa vez quem estava com as bochechas coradas era eu. Queria tanto ler os seus pensamentos agora, mas não podia. Respirei fundo, afastando minhas mãos do rosto dele.

   — a Any estava certa, você beija muito bem. — ele me deu uma piscadela. Tínhamos passado um tempão andando e eu até tinha me esquecido da existência da Any, mas não vinha palavras na minha cabeça para falar. Eu apenas movia a boca, tentando de alguma forma falar algo.

  — É... se bem que quem comandou o beijo foi você. — a única coisa rápida que veio em minha cabeça. — me desculpe. Não quero deixa-lo confuso.

devilish - NJ. Where stories live. Discover now