Capitulo 26

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Capitulo 26

Giovanna

Acordo com um barulho estranho, parece que alguém ta arranhando o pé da cama, abro os olhos e olho no relógio 6h31min, logo me lembro dos cachorrinhos e me sento na cama em um pulo. Olho para o chão e as duas estão me olhando, me levanto, abro a porta do meu quarto, desço as escadas e abro a porta que dá para o quintal, deixo elas lá e subo novamente para o meu quarto. Entro no banheiro, faço minhas necessidades, todo um banho, depois coloco um vestidinho florido da altura dos joelhos e faço um coque meio bagunçado no cabelo.

Desço novamente, Lola e Nina estão no chão perto do sofá cheirando a cesta que elas estavam ontem, fui ate lá e peguei a cesta e percebi que tinha um envelope branco com meu nome escrito. Peguei o papel e abri. Comecei a ler.

Filha, sei que não tenho nenhum direito de te mandar esses filhotes de Berneses, ou o direito de te ver novamente. Mas, eu estou sentindo sua falta, sei que errei em apoiar seu namoro com o Marcos, sei que falhei como mãe e como esposa. Depois que seu pai pediu divorcio me toquei da burrada que eu tinha feito. Não só perdi o homem da minha vida, mas perdi também a minha filha, a única menina.

Decidi mandar essa carta e esses cachorros, porque sei o quando você gosta de animais, mas tem outro propósito. Você tem um irmão, mais é com outro homem, eu traia seu pai, e quando vocês foram embora descobri que estava grávida de um mês, hoje ele esta com 16  anos, mas eu não posso continuar com ele aqui, estou desempregada e com uma doença. Ele tem que continuar os estudos, e comigo desse jeito não vai dar. Estou morrendo, não posso morrer e deixá-lo sem alguém para ajudá-lo, tenho só algumas semanas ou até dias. Então, queria que você ajuda-se ele, pelo menos até ele se estabilizar ai em São Paulo. Não é um favor para mim, mas sim para ele, que não tem ninguém além de mim, pois não posso te pedir nada depois do que fiz. Mais, por favor, ajude-o, não deixe-o  sozinho nesse mundo cruel. Se você ajudá-lo vou poder partir mais tranqüila. Pense com carinho, por favor. Se aceitar ligue para o numero que esta no outro lado da folha, agradeço desde já. Nome do seu irmão: Rafael Adams.

Eliza Adams, sua mãe. Te amo.

Termino de ler já chorando, como ela teve coragem de fazer isso com meu pai, traí-lo e ainda ter outro filho. Não sinto pena dela por estar com essa doença, mas pena do menino que não tem culpa de nada, lógico que vou aceitar cuidar do menino, não vou ser igual ela, não ter um pingo de consideração com o próximo.

Não sei como ela descobriu meu endereço, mas vou deixar isso pra lá. Decido que depois que eu comprar as coisas para a Nina e a Lola eu ligo para o meu “irmão”, cujo nome Rafael.

Todo um café rápido e vou para uma clinica veterinária com a Nina e a Lola, no meu carro.

...

Chego em casa muito cansada, comprei um monte de coisa para elas. Caminha, ração, pote de água e comida, coleiras, escova para penteá-las e varias outras coisas. A veterinária disse que elas já estão vacinadas e esta tudo em ordem.

Pego o pode de água e comida, que eu comprei um para cada um, coloco o tanto que a veterinária falou, que são duas canecas cheias de ração por dias, mas para dividir, por uma de manha e a outra de tarde ou a noite.

Termino de por a comida e coloco para eles comerem. Começo a lavar a louça do café da manha quando meu celular toca, seco minhas mãos e vou atender.

- Alô?

- Filha? – Uma voz grave do outro lado fala, logo reconheço.

- Pai, que saudades do senhor. – Digo, já que faz alguns meses que eu não o vejo.

- Oi filha, também estou com saudades. – Silencio. – Liguei para saber se você vai vir aqui sábado que vem. Queria te mostrar uma pessoa. – Ele continua, parece que ele esta feliz.

- Claro pai, vou sim. – Digo animada.

- Que ótimo, vou ter que desligar agora. Tchau filha, se cuida. – Ele diz.

- Tchau pai, o senhor também se cuida. – digo e desligo.

Quem será que ele quer que eu conheça? Será que é uma mulher?. Penso.

Termino de lavar a louça, pego o envelope, olho o numero atrás e penso: A hora é agora!

Disco o numero e  uma voz grossa atende.

- Alô?

- Rafael Adams? – Pergunto.

- É ele, quem fala?

- Giovanna Carter, sua irmã.

- Hã? Não tenho irmã.

- Sua mãe, quer dizer, nossa mãe me mandou uma carta falando sobre a doença dela e sobre você. Ela quer que eu ajude você.

- Minha mãe fez isso, ela nunca me falou sobre você! – Ele pausou e pensou. – Calma ai. Você é a filha do cara que ela traiu?

- Sim, sou eu mesma. Você vai querer minha ajuda ou não? – Digo já irritada.

- Vou, mas quando ela te mandou essa carta? – Pergunta.

- Ontem a noite, porque?

- Por que ela morreu faz um dia.

Que? Como assim? Como a carta chega depois que ela morreu, não faz sentido isso. Tem mais alguém envolvida nisso. Tenho certeza.

- Depois a gente fala sobre isso, você vai ter que vir para São Paulo. – Digo.

- Hã? Não quero sair de Pernambuco!

- Se você quiser minha ajuda, vai ter que sair. Não tem como eu ir ate ai. Arruma suas coisas. Irei ligar amanha para você novamente.

- Ta, tenho que desligar, tchau. – Desligou sem deixar eu me despedir.

Não sei como vai ser, mas vou esperar para ver o que vai dar. Mas antes de tudo, terei que falar sobre isso para meu pai e para o Gustavo.

Você é o meu limiteWhere stories live. Discover now