Capítulo 03.

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Suspiro com medo ao notar como aquela praça e a rua estavam desertas, me sentei em um banco sem parar de olhar para os lados por um segundo sequer.

É estranho estar tão sozinha aqui.

— Me desculpa a demora. — Viro meu rosto ao ouvir sua voz rouca e sua respiração acelerada.

— Finalmente, May! — Eu digo ao me levantar e o abraçar.

— Vim o mais rápido que pude. — Ele responde ao retribuir ao abraço, o olho.

— O que foi? — Pergunto ficando tímida quando seu olhar encontra o meu e ele nem faz questão de desvia-lo.

— Você está muito bonita, Paliwal. — Noto um sorriso se formar em seus lábios quando nos sentamos um ao lado do outro.

— Ah, para. — Corto o ar com um aceno ao soltar uma risada breve e baixa. — Eu estou normal. — Encolho os ombros.

— Até "normal" você é muito, muito bonita. — Bailey faz aspas com os dedos sem parar de sorrir para mim.

Eu adoro vê-lo sorrir assim.

— O que tem feito durante essa semana? — Tento disfarçar a timidez que já estava começando a tomar conta de mim, então de alguma forma eu tento mudar o assunto.

— Trabalhos da escola e claro, fiquei aguentando meus pais me encherem o saco a todo momento. — May solta uma risada baixa, aquela risada que eu gosto tanto. — Mas e você? — Ele questiona com certa curiosidade.

— Ah, você sabe. — Solto um suspiro baixo e suave ao colocar meu cabelo para trás. — Só aguentando meus pais discutirem e discutirem mais por conta da empresa.

— Nossa vidas estão bem... agitadas ultimamente, não é? — Eu assinto em concordância com sua fala.

— Uma pena que não tem como fugir dessa situação e esquecer tudo o que está acontecendo agora. — Falo ao encostar minha cabeça em seu ombro. — Eu sinto falta de conversar e sair com você sem ter medo das pessoas que possam estar nos observando. — Confesso em um sussurro por estarmos mais próximos fisicamente.

— Eu também sinto falta disso. — Meu coração palpita ainda mais rápido quando sinto sua mão tocar a minha. — Mas um dia tudo vai voltar ao seu lugar e vamos conseguir viver nossa vida normalmente. — Ele fala enquanto seu polegar desliza carinhosamente pelo dorso de minha mão.

Eu fecho meus olhos ficando em silêncio, aproveitando mais de sua companhia.

Ter esses momentos com o Bailey me traz as melhores sensações, ele me compreende em todos os sentidos e sempre tenta propor uma solução para tudo, provavelmente isso é o que eu mais gosto em sua personalidade.

Levanto minha cabeça quando sinto seu olhar sob mim novamente.

— Por que me olha assim? — Questiono curiosa em um sussurro.

— Eu gostaria muito de fazer uma coisa. — Bailey sussurra de volta ao colocar uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

Fecho meus olhos por breve segundos quando sinto seu toque novamente, dessa vez em meu rosto, no momento em que os abro, Bailey me observa com intensidade.

— Bailey... — Eu mantenho minha voz em sussurros percebendo sua aproximação.

Sinto meu corpo inteiro se arrepiar quando seus lábios tocam os meus de forma calma e suave em um beijo lento, o qual eu não recuso retribuir nem por meio segundo.

Nossas línguas estão em uma sincronia perfeita e agora sinto que nesse mundo inteiro só há nós dois, sinto que não preciso me preocupar com mais nada além de mantê-lo próximo à mim como agora pelo resto da minha vida.

Eu suspiro quando nosso beijo fica ainda mais lento e assim é encerrado quando Bailey deposita um selinho breve em meus lábios antes de se afastar com calma.

Eu mantenho meus olhos fechados por mais tempo que posso imaginar enquanto assimilo o que acabou de acontecer.

Bailey Thomas Cabello May acabou de me beijar e isso me parece um sonho!

Meu Deus, Bailey acabou de me beijar e isso não deveria ter acontecido!

Abro meus olhos me afastando dele rapidamente ao me levantar do banco.

— Bailey, isso... isso não deveria ter acontecido. — Digo negando suavemente com minha cabeça ao pegar minha bolsa.

— O quê? — Ele diz confuso quando se levanta. — Como assim? Por que não, Shiv? — Questiona ao se aproximar.

— Não, por favor. — Peço ao dar um passo para trás e lhe fazer sinal para que não se aproxime mais.

Eu não consigo mais olhar em seus olhos porque sinto que está chateado e odeio vê-lo assim.

— É melhor eu ir embora. — Seu tom de voz é praticamente inaudível.

Bailey se aproxima e eu não recuo como imaginei que faria, sinto seus lábios macios tocarem minha testa com um beijo carinhoso de proteção e logo em seguida ele segue em direção à sua casa em pequenos passos.

Eu sei que de certa forma o magoei, mas não soube como reagir.

Estamos vivendo uma confusão e não podemos piorar as coisas para ambos.

Eu não posso fazer isso agora.

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Why Impossible? || Shivley/MaliwalWhere stories live. Discover now