Capítulo 09.

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[Uma semana depois]

Depois de deixar Shivani em casa me direciono a minha em passos calmos enquanto penso sobre o que meus pais querem tanto me falar hoje.

Estou com receio do que posso chegar à ouvir deles, quando eles estão muito animados desse jeito eu tenho medo do que pode acontecer.

No momento em que chego em casa subo para o meu quarto, tomo um banho demorado e relaxante para tentar me deixar menos tenso.

Assim que termino de me trocar e me ajeitar desço para a cozinha notando a presença de alguém que nunca vi antes.

Analiso bem a garota loira que está sentada à mesa junto com meus pais.

Só tenho duas perguntas agora.

Quem é ela?

O que veio fazer aqui na minha casa?

— Boa tarde, querido. — Minha mãe diz sorrindo.

É errado estar desconfiando de que ela está aprontando algo?

— Me permita apresentar vocês. — Continua à falar ao se levantar da cadeira e ficar ao lado da garota desconhecida que levanta e se mantém em silêncio com um sorriso suave em seus lábios. — Bailey, essa é Joalin Loukamaa.

— É um prazer conhecê-lo. — Falo com o tom de voz simpático ao estender minha mão à ela.

— É um prazer em finalmente te conhecer Bailey May! — Responde empolgada.

— Hã, finalmente? — Questiono confuso.

— Depois podemos conversar seriamente sobre isso, filho. Vamos almoçar. — Dessa vez é meu pai quem fala.

* * *

Assim que termino de almoçar espero meus pais começarem a falar sobre esse tal assunto tão importante para eles.

O qual eu realmente espero que não me comprometa.

— Bom, Joalin está aqui porque assinamos um contrato que envolve vocês dois. — Meu pai começa a falar e confesso que ele parece bem animado.

— Que contrato seria esse? — Questiono confuso.

— Um namoro por contrato. — Responde de forma tão simples que parece não significar muito para ele. — É um forma de fazer com que nossa empresa se reerga.

— Namoro por contrato? — Pergunto ao me levantar um tanto quanto alterado. — Ficaram loucos? — Questiono nervoso. — Estão querendo usar o próprio filho de vocês para conseguir reerguer aquela empresa? — Nego com a minha cabeça desacreditado. — Me poupem de tanta falta de noção. — Falo antes de me retirar da mesa.

— Bailey! — Ouço a voz de minha mãe. — Tenha mais respeito conosco! — Ordena e assim percebo que ela está acompanhando meus passos. — Somos seus pais e não tem o direito algum de nos tratar dessa forma. — Seu tom de voz é alto e sua expressão não nega de que está irritada.

Solto uma risada baixa e irônica com suas falas.

— Vocês querem me usar, mãe! — Acompanho seu tom de voz. — E não tenho dúvidas de que irão me colocar como culpado de toda essa história, afinal tudo que vocês pensam é no dinheiro que irão conseguir com essa besteira! — Eu falo sem hesitar e quando termino noto que meu pai ergue a mão ameaçando me bater, mas minha mãe o impede disso.

Suspeitei que isso estava demorando demais para acontecer novamente.

[6 anos atrás...]

{Bailey - 11 anos}

Meus pais já estão brigando de novo pela terceira vez hoje.

Eu já deveria estar acostumado com essa rotina, afinal, isso acontece todos os dias em todos esses 11 anos.

Eles apenas discutem, algumas decorações acabam sendo quebradas dentro de casa e como sempre, o resto da raiva que eles não conseguem descontar acaba sobrando para mim.

Eu passei horas ouvindo gritos, vidro sendo quebrado na sala e eu apenas tentei me distrair de toda aquela situação enquanto jogava videogame, mas travei quando ouço o ranger da porta do meu quarto.

Engoli em seco ao olhar para trás e ver meu pai, Carlos.

Ele me parece furioso, seus olhos estão vermelhos e seus punhos cerrados.

Isso parece um filme de terror.

O semblante de meu pai é de fúria, suas bochechas vermelhas de raiva e punhos fechados.

Me encolho não cama jogando o controle do videogame em uma direção qualquer quando o mesmo vem até mim e sem demora eu sinto meu corpo doer.

* * *

Aquela tortura durou minutos, mas parecia que aquele momento nunca acabaria.

Parecia que ia durar uma eternidade.

Mas por sorte minha mãe chegou e o afastou de mim, ainda com meu corpo doendo eu me mantive encolhido, no chão dessa vez.

Tento entender o porquê de tudo isso.

Por que eu tenho que sofrer as consequências das confusões que eles não sabem resolver sozinhos?

Por que eu tenho que sair machucado?

[Momento atual...]

Eu caminho em passos calmos pela rua na intenção de esfriar meus pensamentos e me deixar um pouco mais tranquilo.

Me sinto culpado.

Talvez eu tenha sido muito ignorante e arrogante com ele.

Foi impossível me manter no controle naquele momento.

Como eles são capazes de pensar em uma coisa dessas?

Como foram capaz de colocar dinheiro e popularidade no topo de suas prioridades?

Não estou preparado para sofrer sozinho novamente.

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Why Impossible? || Shivley/MaliwalWhere stories live. Discover now