II

15K 1.3K 205
                                    

Eu iria me arriscar por todos, caso me pegassem Baltazar não seria tão cruel a mim como provavelmente seria com os outros. Eles correrão na frente e eu gritei correndo na direção contrária e pude ouvir os trotes de cavalos vindo em minha direção. Eu corri muito, corri como se a minha vida dependesse daquilo, mas do nada eu senti uma tontura e comecei a ver tudo girando.

Baltazar - Anastácio! Onde pensa que vai seu escravo!

Foi o que eu ouvi Baltazar me dizer enquanto me olhava furioso em cima de um cavalo antes que eu desmaiasse.

Eu acordei no meu quartinho de sempre, eu ainda estava meio tonto, tentei levantar da cama, mas não consegui, eu estava bastante enjoado. Então o Baltazar encontrou no quarto furioso.

Baltazar - Sua puta maldita. Ajudou aqueles negros a fugir! Berrou dando um tapa na minha cara.

Anastácio - Ajudei sim. Vosmicê acha que gostamos de sermos escravos?

Baltazar - Vosmicê vai me pagar caro pela sua ousadia, vou te vender pra outra fazenda.

Anastácio - Ótimo! Melhor do que continuar me deitando contigo.

Baltazar - Tu vais trabalhar de sol a sol na lavoura pra deixar de ser besta. Com essas mãozinhas delicadas não há de durar uma semana!

Anastácio - Que assim seja então.

Baltazar - Mas antes irei lhe possuir mais uma vez. Disse tirando as minhas vestes e me invadindo pela terceira vez naquele dia.

3 Dias Depois

Hoje é o dia do meu leilão, mais da metade dos escravos conseguiram fugir e os poucos que foram capturados sofreram no tronco sendo açoitados. Eu não estava me sentindo bem esses dias, sempre acordava enjoado e tonto, mas não comentei nada com ninguém. Graças a Deus, Baltazar não tem me tocado nesses dias que se passaram, ouvi dizer que os boatos de que Baltazar tinha um escravo como amante saíram da fazenda e agora circulavam entre os amigos dele também e Felícia não estava nada satisfeita com isso é finalmente estava se posicionando em relação ao marido, então me leiloar era a solução.

Baltazar - Vista isso pro leilão. Disse jogando um pequeno short branco em cima de mim.

Anastácio - Agora?

Baltazar - Sim, vista agora os compradores já estão esperando! Gritou sem paciência.

Eu tirei a minha calça e vesti o short que ele mandou.

Baltazar - Tire a camisa e solte os cabelos também. Ficará mais atraente para os compradores.

Eu o obedeci e tirei a camisa e soltei os cabelos, ficando apenas com o pequeno short branco que não cobria nem metade das minhas coxas e era bem justo, eu estava envergonhado de ficar sem camisa, pois meus mamilos tem crescido nós últimos dias.

Baltazar - Vosmicê engordou.

Eu fui com Baltazar até a sala de visitas onde os compradores estavam, eram cerca de dez homens.

- É esse o escravo que quer leiloar Baltazar? Mais parece uma moça. Disse um coroa gordo com desdém.

Baltazar - Ele não serve pro trabalho pesado, mas ele é um daqueles homens com útero, pode ser um ótimo escravo reprodutor e amo de leite também futuramente, sabe fazer serviços domésticos. Quem quiser analisá-lo mais de perto fique avontade.

Alguns homens vieram me olhar de perto, eu não os ví, pois permaneci de cabeça baixa me sentindo humilhado, nunca me senti tão escravo quanto naquele momento, eu era mesmo uma mercadoria que poderia ser vendida, não tinha controle sobre a minha própria vida.

Baltazar - Não vai vir dar uma olhada senhor Hanz?

Hanz? Pelo o que eu sei parece ser nome de alemão. Ouvi passos vindo em minha direção no piso de madeira e logo o homem estava de frente pra mim, eu sentia um leve cheiro de charuto vindo dele, mas não era um cheiro ruim e eu me atrevi a olha-lo. Fiquei impressionado com a altura dele, pois ele devia ter quase dois metros, era bem branco, cabelos loiros cortado baixinho, uma barba baixinha, uma expressão bem séria no rosto e olhos azuis profundos que se encontraram com os meus olhos castanhos e me olhou profundamente como se enxergasse dentro de mim. Ele era muito lindo e aparentava ter uns 30 anos.

Baltazar - O que achou do escravo?

O homem não respondeu e continuou a me analisar, seus olhos desceram pros meus mamilos o que me deixou bem envergonhado, em seguida pras minhas coxas e então ele deu a volta me olhando por trás também e então foi se sentar.

Baltazar - Então iremos começar o leilão. O lance inicial será 5 contos de réis.

Pra minha surpresa o primeiro a dar o lance foi o mesmo homem que me desdenhou no início.

Baltazar - Alguém dá dez?

Então o loiro alto levantou a mão e não sei por qual razão senti meu coração acelerar com isso.

Baltazar - 10 contos de réis pro cavalheiro ali. Alguém da mais?

Então um terceiro homem ofereceu 15 e um quarto ofereceu 20.

Baltazar - Bem 20, vinte conto de réis creio eu que esse será o lance mais alto, dou lhe uma, dou lhe duas..

- Quarenta conto de réis. Disse o loiro alto.

Baltazar - Incrível! 40 conto de réis, dou lhe uma, dou lhe duas, vendido ao senhor Humberto Hanz.

Então esse era o nome do meu novo senhor, Humberto Hanz. O nome era de português, mas o sobrenome alemão.

Baltazar - Vá pegar suas coisas.

Anastácio - Eu as perdi na floresta.

Baltazar - Então vá do jeito que está! Disse grosseiramente.

Eu fui até a charrete do senhor Humberto ao seu lado, eu me sentia nervoso ao lado daquele homem, ainda mais estando vestido daquela forma, eu não sabia qual destino me esperava.

Foram quase duas horas dentro da charrete até que eu avistei as porteiras de uma enorme fazenda e de longe ví as plantações de café. É aqui onde irei viver, só espero sofrer menos do que eu sofri na fazenda Vernice ao lado do Baltazar.









CONTINUA...

Olá amores, espero que tenham gostado desse segundo capítulo. Conto com o voto e a opinião de vocês nos comentários. Essa história é um presente aos meus leitores que gostaram de "Memórias De Família" que também foi uma história de época minha. Beijão a todos e até o próximo capítulo.


😘😘🌸




AnastácioWhere stories live. Discover now