Capítulo Cinco - Penelope

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"ESTÁ TUDO BEM", O GAROTO a minha frente disse, enquanto eu tentava organizar meus pensamentos confusos e entender o que estava acontecendo

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"ESTÁ TUDO BEM", O GAROTO a minha frente disse, enquanto eu tentava organizar meus pensamentos confusos e entender o que estava acontecendo. "Só respire, devagar."

Eu sentia meu peito arder e minhas mãos suarem, meu coração batia como se eu estivesse em uma maratona. Tentei seguir as instruções dele sem questionar e puxar o ar para os pulmões, mas era difícil demais e estar enclausurada naquele corredor fechado não ajudava muito.

"Preciso ir lá para fora", consegui dizer entre arfadas, tremendo da cabeça aos pés. "Aqui está abafado demais..."

"Certo", o rapaz disse, os olhos castanhos me fitando ansiosos através das lentes dos óculos que usava. "Preciso que você se levante, ok? Pode fazer isso?"

Eu fiz que sim com a cabeça, tentando dizer a mim mesma que estava tudo bem, que logo, logo eu estaria fora daquele cubículo, respirando normalmente de novo.

Me apoiei na parede com dificuldade, o rapaz desconhecido estendeu a mão para mim e eu aceitei sem pestanejar, me levantando do chão com as pernas bambas. Eu estava tão confusa e desesperada que só naquele momento realmente me dei conta de que ele estava em uma cadeira de rodas. Por um microssegundo, minha curiosidade despertou e eu me perguntei o que devia ter acontecido com ele, mas aquele pensamento logo foi embora quando me lembrei da situação em que me encontrava.

"Por aqui", ele disse baixinho, em um tom de voz calmo que contrastava com o meu desespero. "Venha comigo."

Ele não soltou minha mão, ao invés disso me levou para fora do corredor, conduzindo a cadeira de rodas o mais rápido que podia.

"Respire fundo."

Eu tentava fazer o que ele dizia, mas não estava adiantando muito. Tentei me consolar, pensando que pelo menos não estava sozinha, mas mesmo assim eu suava frio, sentindo uma pressão avassaladora no peito. Minha situação só piorou quando de repente paramos em frente a um dos elevadores do palácio.

"Não", choraminguei, soltando a mão dele e me encolhendo no lugar. Me sentia pequena, ridícula, mas a verdade era que a simples ideia de ficar presa em um elevador naquele instante, mesmo que por poucos segundos, me fazia preferir a morte. "Não posso entrar nessa coisa, por favor..."

"Ei, está tudo bem", ele disse então, se virando para mim. "Sem elevadores."

Percebi que os olhos dele iam de um lado para o outro, como se tentasse achar uma solução. Sem os elevadores, o único jeito de chegar aos jardins seria pelas escadas, e ele obviamente não podia me acompanhar por aquele caminho. Na situação em que me encontrava, eu também sabia que jamais conseguiria sair daquele palácio sozinha sem entrar no mais completo desespero.

Eu estava tão desnorteada que apenas o segui quando ele voltou a segurar minha mão. Os corredores novamente se transformaram em um borrão, mas tudo entrou em foco quando segundos mais tarde paramos em frente a portas duplas feitas de vidro, que se abriram com facilidade.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now