Capítulo Dezesseis - Sebastian

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   SE PUDESSE ESCOLHER, NÃO TERIA me enfiado no escritório do meu pai depois do jantar e me oferecido para ajudá-lo com qualquer coisa que estivesse precisando

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   SE PUDESSE ESCOLHER, NÃO TERIA me enfiado no escritório do meu pai depois do jantar e me oferecido para ajudá-lo com qualquer coisa que estivesse precisando. Não, eu não tinha o mínimo interesse de ficar analisando toda aquela papelada a respeito de verbas e orçamentos, mas sabia que não conseguiria ficar a sós com ele em outra ocasião, então teria que ser daquele jeito.

"Desde quando você se oferece para me ajudar em alguma coisa?", ele tinha perguntado minutos mais cedo quando bati na porta de seu escritório.

"Eu só... Bom, pensei que seria uma boa ideia."

Meu pai não pareceu muito convencido. Sinceramente, eu não esperava que ele estivesse. Eu sempre reclamava quando ele me mandava ajudá-lo com assuntos referentes ao país. Steven levava bem mais jeito para aquilo do que eu.

"Você sabe que Steven e Layla estão aqui, não sabe?", ele disse. "Você geralmente gosta de passar tempo com eles quando aparecem para uma visita."

Ele não estava errado. Se eu pudesse escolher entre ficar um pouco com meu irmão e Layla ao invés de me trancafiar no escritório com ele analisando papéis, qualquer um que me conhecia minimamente saberia o que eu preferiria.

"Bom, se você não quer ajuda, eu vou indo", eu tinha dito em uma manobra arriscada, mas meu pai me impediu antes que eu me afastasse dois centímetros de sua mesa.

"Ah, não, eu não vou desperdiçar essa oportunidade." Ele abriu uma gaveta e revirou algumas pastas, me entregando uma particularmente grossa segundos depois. "Estava mesmo precisando de ajuda para organizar essa papelada. Pensei em pedir para Steven, mas achei que seria abusar demais de sua boa vontade. Aliás, ele acabou de chegar."

"Entendi", murmurei, tentando reprimir a onda de desânimo que me invadiu quando abri a tal pasta.

Pelo jeito, eu ficaria um bom tempo ali.

Eu sabia que o meu pai não era do tipo de conversar durante o trabalho, mas depois de quarenta minutos ali, só ouvindo o barulho irritante do relógio na parede, eu já estava a ponto de me matar e jogar toda a cautela no lixo.

Passei uma mão pelo cabelo e me obriguei a respirar fundo. Tinha prometido a Penelope que seria cuidadoso. Não podia estragar tudo antes mesmo de ter começado.

"Layla me disse que adorou conhecer Penelope", comentei então, me lembrando da conversa imaginária que tinha ensaiado mais cedo antes de bater na porta do escritório do meu pai. "Ela me disse que elas se deram muito bem."

"É mesmo?", meu pai murmurou, sem tirar os olhos dos papéis que preenchia.

"É", respondi. "E Penelope parece ter gostado dela também. Sabe, ela é bastante..." Hesitei por um segundo antes de continuar. "Comunicativa."

Meu pai franziu levemente as sobrancelhas, ainda sem olhar para mim. Eu trinquei os dentes, de repente sentindo muito calor. Talvez eu não tivesse mesmo muita paciência para sutileza.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now