Capítulo Oito - Penelope

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No dia seguinte me esgueirei até a biblioteca do palácio me sentindo um tanto quanto fracassada

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No dia seguinte me esgueirei até a biblioteca do palácio me sentindo um tanto quanto fracassada.

Por mais que não quisesse admitir para mim mesma, a verdade era que estava terrivelmente entediada.

Argh! Tédio era uma coisa que eu abominava. Simplesmente não combinava comigo.

Depois de ter feito uma ligação demorada para casa e ter conversado com Sam por quase uma hora, ele pareceu finalmente reunir coragem suficiente para me dizer que tinha coisas melhores para fazer do que bater papo com a irmã mais nova. Quando fui dispensada, não tive outra escolha senão sair do quarto e tentar encontrar algo para fazer.

Entretanto, me ver naqueles corredores sozinha, mesmo à luz do dia, era algo que ainda me incomodava. Acabei me convencendo de que ainda não era hora de sair perambulando por aquele lugar enorme, a procura de salas secretas e cômodos que eu não conhecia. O melhor a fazer era me limitar aos caminhos que já conhecia, pelo menos por enquanto.

A ideia de estar entediada no palácio era ruim demais para mim. Eu pensava que durante cada segundo do meu tempo em Arthenia eu teria algo para fazer, mas talvez a realidade não fosse bem do jeito que eu tinha imaginado. É claro que eu poderia procurar Margot, pois até então a princesa tinha se mostrado alguém muito gentil e uma amiga divertida, mas não queria abusar demais de sua hospitalidade. Com certeza ela tinha coisas melhores para fazer do que me entreter o dia todo, assim como o rei, que apesar de se preocupar muito com o meu bem-estar, não tirava férias do trabalho e eu já percebera que era dificilmente visto no castelo.

Enquanto a tia Matilde... Bom, eu não tinha ideia do que ela fazia o dia todo, mas também não fazia muita questão de descobrir. O mais certo seria que ela me arrastasse para um clube de bordado ou de boas maneiras composto só por nós duas.

E ambas as possibilidades me faziam querer pular da torre mais alta do palácio.

Silenciosamente, abri a porta de onde pensei ser a biblioteca do castelo. Um guarda tinha me informado segundos mais cedo o caminho exato até ali, mas mesmo assim estava morrendo de medo de acidentalmente me meter em algum lugar inadequado como... Sei lá, o banheiro favorito do rei? Quando se trata de monarcas, nunca dá para ter certeza.

Porém, assim que estreitei os olhos para a pequena abertura da porta, percebi estar no lugar certo. Havia livros ali. Muitos livros.

Entrei no cômodo e fechei a porta atrás de mim, em seguida olhando fascinada para todas aquelas estantes que se erguiam como gigantes por toda a sala. O teto abobadado era muito alto e janelas em forma de arco iam quase do chão ao teto. Em um canto havia a maior lareira que eu já tinha colocado os olhos, com poltronas e divãs aparentemente muito confortáveis soterrados por almofadas fofinhas de frente a ela, assim como uma mesa de centro baixa.

Com um sorriso, me virei para os corredores de estantes. Definitivamente havia muita coisa para ver ali, e podia apostar que a tarefa de observar todos aqueles livros em busca de algum que me interessasse me manteria ocupada por bastante tempo.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now