Capítulo Onze - Sebastian

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"ENTÃO, COMO FOI A NOITE passada?", Isabel perguntou na manhã seguinte ao meu jantar com Penelope

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"ENTÃO, COMO FOI A NOITE passada?", Isabel perguntou na manhã seguinte ao meu jantar com Penelope. "Anda logo, me conta tudo!"

Deitado na maca, eu semicerrei os olhos para a minha fisioterapeuta.

"Como você sabe sobre isso?"

Ela abriu a boca para responder, mas a fechou em seguida, voltando os olhos para a minha perna esquerda e monitorando o exercício.

"Isabel?", pressionei, porque de jeito nenhum deixaria aquilo passar.

"Bom... Você mencionou algo assim na última sessão."

"Não mencionei, não", disse convicto.

Ela fez uma careta.

"Ah, tudo bem! Margot me contou, mas não diga a ela que te falei isso."

Soltei um gemido baixo e fechei os olhos. É claro que Margot tinha contado sobre o jantar com Isabel. Ficaria surpreso se àquela altura o castelo inteiro ainda não soubesse que eu tinha saído com Penelope Beverley na noite anterior.

Tentei dizer a mim mesmo que aquilo não tinha importância, mas a verdade é que eu não queria mesmo que aquela informação chegasse a minha fisioterapeuta. Eu sabia exatamente o que ela falaria se soubesse, e agora era só questão de tempo até que começasse a tagarelar.

"Mas, então, é muito bom que você finalmente tenha saído um pouco", ela disse cerca de cinco minutos depois, como eu já esperava que faria. "É maravilhoso!"

"Não é nada demais", tentei dizer, vendo o brilho radiante em seus olhos e desejando que já não ficasse cheia de ideias malucas a respeito daquilo. "Foi só uma aposta que eu perdi."

"Aposta, é?" Ela ergueu uma sobrancelha para mim, um meio sorriso no rosto. Desviei o olhar, tentando não parecer tão envergonhado quanto me sentia. "Bem, isso não importa. Faz um bom tempo que você não sai de casa. Posso ter o direito de ficar feliz por isso ou não?"

Dei de ombros, sem responder.

A verdade é que eu precisei de uma boa dose de coragem para cumprir com a minha parte naquela aposta. Desde que tudo tinha acontecido com Giulia, eu não tinha mais a mínima vontade de sair passeando por aí. Era como se, se me arriscasse a passar dos muros do palácio, ela surgiria de algum buraco no chão e me faria lembrar de muitas das coisas que eu tentava a todo custo esquecer.

Antes de ir até o quarto de Penelope naquela noite, as palavras de Giulia se recusavam a sair da minha mente, aquelas que ela tinha dito antes de sair do castelo e da minha vida.

"Você imagina como foi vergonhoso? Sair por aí com você? Ficar ao seu lado na frente das câmeras? É claro que não sabe. Eu fingi muito bem, não foi?"

Engoli em seco, tentando novamente afastar as lembranças daquela manhã há alguns meses.

Odiava me sentir daquele jeito, tão inseguro, tão impotente, mas simplesmente não conseguia evitar.

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now