Capítulo Trinta - Penelope

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ACHO QUE EXISTE UM LIMITE de tensão e nervosismo que uma pessoa pode acumular sem entrar em colapso

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ACHO QUE EXISTE UM LIMITE de tensão e nervosismo que uma pessoa pode acumular sem entrar em colapso.

Com minhas mãos tremendo descontroladamente e meu coração prestes a sair pela boca, eu me sentia bem próxima de atingir aquele limite.

"Você tem certeza?", Sebastian me perguntou naquela manhã, quando nos encontramos nos pátios do castelo.

Eu olhei para ele, que estava vestido com suas roupas de sempre, brancas e pretas. Não havia óculos escuros dessa vez, nem camisa havaiana ou peruca da minha parte. Estávamos indo para a cidade como nós mesmos, prestes a encontrar minha mãe.

"Tenho", respondi em um fiapo de voz. Limpei a garganta e sequei as palmas das mãos na calça jeans. Tinha ficado a noite inteira acordada, pensando no que aconteceria naquele dia, mas mesmo assim não me sentia nem um pouco cansada. Só nervosa. Muito nervosa. "Vamos lá."

Sebastian assentiu e começou a me conduzir até o estacionamento do castelo, mas antes que eu desse dois passos ouvi um gritinho abafado e um baque surdo atrás de mim.

Me virei sentindo como se minha alma tivesse se desprendido do corpo. Ali, debaixo de uma das árvores do jardim, vi a princesa de Steinorth caída com galhos e folhas embaraçados no cabelo castanho.

"Margot!", ouvi Sebastian exclamar, ao mesmo tempo em que a princesa se sentava sem jeito, massageando o ombro com uma careta. "Ficou maluca?!"

"Talvez", ela respondeu com tranquilidade, se apoiando no tronco da árvore para conseguir levantar do chão. "Mas não tão maluca quanto vocês, aparentemente." Então ela olhou para cima, parecendo analisar o galho de onde tinha caído. "Eu devia saber que não seria uma boa ideia me inclinar tanto para frente para tentar ouvir melhor. Vou me lembrar disso da próxima vez."

Chocada, eu olhei para Sebastian, que parecia prestes a esganar a irmã gêmea.

"O que você estava fazendo em cima dessa árvore?", perguntei, tentando me manter neutra, mas Sebastian foi logo dizendo:

"O que mais seria? Espionando, é claro. Pelo amor de Deus, Margot, quantos anos você tem?!"

"O mesmo tanto que você", ela replicou, se aproximando de nós enquanto tentava tirar as folhas do cabelo. "Quer saber de uma coisa? Eu não estou nem aí. Já que me pegaram, exijo uma resposta."

"Resposta?"

"É." Ela cruzou os braços e olhou de Sebastian para mim. "Quero saber por que você e meu irmão saem do castelo escondidos, com ele vestindo uma camisa ridícula, boné e óculos escuros e você uma peruca que esconde os cabelos que eu mataria alguém para ter."

"Você estava nos espiando esse tempo todo?", perguntei, sentindo meu coração palpitar de ansiedade.

"É claro que estava. Sério, você não achou que eu engoliria todas as suas desculpas, né? Da primeira vez que me disse estar passando por uma cólica menstrual terrível, eu apareci no seu quarto com uma bandeja de doces que faria uma criança escalar paredes por três horas. Quando vi que você não estava lá, te procurei pelo castelo inteiro." E ela se virou para Sebastian com os olhos semicerrados. "Também não te encontrei em lugar nenhum naquele dia. Não foi difícil somar um mais um. Penelope continuou dando desculpas e eu segui vocês. Da primeira vez em que os vi, pensei que estavam planejando largar essa vida e se mudar para o circo."

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now