Capítulo Seis - Sebastian

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"MUITO BEM, SEBASTIAN, TERMINAMOS POR HOJE", Isabel disse depois da última sessão de exercícios, dando um tapinha na minha perna e se levantando da maca

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"MUITO BEM, SEBASTIAN, TERMINAMOS POR HOJE", Isabel disse depois da última sessão de exercícios, dando um tapinha na minha perna e se levantando da maca. Fiquei mais alguns segundos deitado, tentando acalmar minha respiração ofegante. Isabel me olhou por cima do ombro e abriu um sorrisinho. "Você estava mole hoje. Pelas suas olheiras, suponho que ficou acordado até tarde de novo. Quantas vezes preciso te dizer que um corpo bem descansado precisa de pelo menos sete horas de sono?"

"Continue tentando", disse, passando uma mão pelos cabelos para afastá-los da testa. "Talvez uma hora eu acabe te ouvindo."

Isabel revirou os olhos, mas ainda estava sorrindo. Ela trouxe minha cadeira para mais perto da maca e foi pegar sua bolsa enquanto eu fazia a transferência.

"O pessoal da clínica mandou dizer que está com saudades", ela disse casualmente. "Quando você pretende voltar?"

Me impedi de soltar um resmungo. Não tinha um só dia em que ela não insistia naquele assunto.

"Não sei", me obriguei a responder. "Não tem nada que eu faça lá que não possamos fazer aqui."

"Ah, isso não é verdade", ela disse, virando os olhos castanhos para mim. "Não estou reclamando do equipamento que temos aqui, mas na clínica podemos fazer uma maior variedade de exercícios. E, como eu disse, todos estão com saudades."

Não respondi. Nada que eu dissesse faria Isabel mudar de ideia, porque ela era a pessoa mais insistente que eu conhecia.

Desde tudo o que tinha acontecido com Giulia, eu tinha me limitado a ir até à cidade só para comparecer as últimas semanas de aula no colégio, mas depois da formatura parei de ir até lá de vez. Era melhor daquele jeito. Estar em casa já não me incomodava tanto quanto como eu era criança.

"Sabe, amores da adolescência vem e vão", Isabel disse naquele instante, se aproximando de mim de novo. "Não pode deixar que isso tome conta de você desse jeito."

"Isabel", falei, obrigando-me a olhá-la nos olhos. "Não quero falar sobre isso, ok?"

Pela cara que ela fez, eu sabia que não estava nem um pouco ok, mas pelo menos não disse mais nada sobre o assunto.

Assim como todo mundo, Isabel não sabia o que realmente havia acontecido entre mim e Giulia. Para todos não tinha passado de uma briga boba que acarretou num término de namoro da adolescência, nada demais. Eu não me importava que continuassem pensado daquele jeito, aliás, era mais fácil e menos doloroso do que explicar o que tinha levado minha relação com ela a acabar.

Por mim as coisas continuariam daquele jeito.

"Soube que vocês têm visita por aqui", Isabel comentou quando saímos da sala de fisioterapia do castelo. "Estão todos comentando desde ontem. Elas são legais?"

"Bom..." Eu pigarreei, as lembranças da noite anterior voltando à minha mente com força. "Parece que sim."

"Isso é ótimo, Sebastian! Você precisa mesmo interagir com outras pessoas..."

Um Príncipe para Penelope, livro 2 - Casa ArtheniaWhere stories live. Discover now