BROKEN | sem revisão

Capítulo 1

HampellVille, 2006.

Eu tenho novos vizinhos.

Se mudaram no começo da semana.

Eles parecem ser legais e eles têm um filho. Talvez ele queira ser meu amigo.
Minha mãe disse que, depois do almoço, eu posso convidá-lo para vir brincar comigo.

Estou sentada na sala de casa, assistindo televisão. Está passando Barbie e a princesa da ilha, esse é o meu filme favorito. A Barbie está no barco do príncipe, cantando com os amigos bichinhos dela.
Agora é a melhor parte, me levanto para cantar e..

- Medeleine! Venha comer, a comida está na mesa. - Mamãe me chamou. Bufei e fiz biquinho. Logo na melhor parte.

- Oi papai. - Disse e dei um beijo na bochecha do meu pai, sentado do lado dele.

- Olá, querida. Não vai para a escola hoje? - Ele perguntou, olhando para mim e voltando a olhar para o tablet dele em seguida.

- Não, papai. Hoje é reunião de professores, não se lembra? - Levantei as sobrancelhas. Eu o disse ontem e ele me prometeu que iríamos passear. Vou ficar magoada se ele se esquecer.

- Oh, querida! - Exclamou e deu um tapa na própria testa. - Esqueci-me completamente, infelizmente não sairemos hoje. Tenho uma reunião importantíssima. - Ele disse e eu fiz bico.

- Mas papai, você prometeu!! - Elevei a voz e ele me olhou com cara feia.

- Medeleine Bleveins, fale direito comigo, eu ainda sou seu pai. Eu não posso sair com você hoje. Alguém nesta casa precisa trabalhar para te dar o que comer. Sua mamãe cuida de nós e da casa. Eu cuido da comida e de todas as contas. Não me encha mais o saco com as suas manhas e má criação. - Ele disse, me olhando no fundo dos olhos. Desviei o olhar, sentindo as lágrimas embaçarem minha visão.

- Não fale assim com ela, Caleb. Ela é só uma criança. Você deveria trata-la melhor, você mal para em casa e nem a dá atenção. Está sendo um péssimo pai! - Mamãe disse e meu pai suspirou.

- O que eu posso fazer, querida? Precisamos nos alimentar, pagar as contas e pagar a escola de Medeleine. Ela já é grande o suficiente para entender isso.

- Tudo bem, você tem razão. - Olhei para mamãe espantada. Traidora. Continuei comendo minha comida em silêncio até que papai suspirou.

- Você está chateada comigo, não está? - Ele perguntou e eu fiz bico.

- Sim, estou. Muito chateada, papai. - Ele soltou uma risadinha.

- Me desculpe, querida. Podemos sair amanhã, tudo bem? Estarei livre amanhã.

- Eu te..nho aula ama..nhã. - Falei de boca cheia.

- Tudo bem, amanhã você falta do colégio, não lhe fará mal faltar apenas um dia. - Sorri e concordei, colocando uma garfada de espaguete na boca e puxando, fazendo voar um pouco de molho pelo meu rosto.

- Pelo amor de deus, Medeleine, isso lá é jeito de comer? - Mamãe disse e eu dei de ombros.

- Esse macarrão é uma delícia, mas é muito ruim pra comer, faz tanta sujeira. - Fiz careta e empurrei o prato, como se dissesse que não quero mais comer. - Agora posso ir conversar com o garoto que se mudou ali na frente?