Capítulo 13 - Antes

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HampellVille - janeiro de 2018.

Peter e eu estamos indo pra uma corrida clandestina de carro.

Isso mesmo, uma corrida de carro e estou ansiosa pra caralho.

Peter sabe que eu amo adrenalina. Amo sentir o sangue esquentar e o coração pulsar com força no peito.

- Calma, Leine. - Ele me chamou pelo apelido fofo que ele inventou.

Parei de roer as unhas e sequei as palmas da mão no moletom grosso.

- Pet, eu tô muito ansiosa, mal consigo respirar. - Respirei fundo e expirei, tentando me acalmar.

- Meu bem, relaxa. Respira fundo e não surta. Se você ficar ansiosa demais, vai perder a corrida. - Arregalei os olhos e o encarei.

- QUÊ? - Berrei. - Eu vou pilotar o seu carro? O seu xodó? - Perguntei com a voz esganiçada pela surpresa.

Qual é esse carro é a vida do Peter. Um Chrysler 300c que custaram cerca de cinquenta e sete mil e quinhentos dólares.

- Tá falando sério, Peter? Meu deus, você vai mesmo me deixar dirigir seu carro? - Perguntei e ele riu da minha surpresa.

- Vou, Med. Mas cuida bem dele, tá? - Ele me olhou com um sorrisinho que significava que ele estava nervoso. Ele está, aparentemente, com medo de eu errar as curvas da pista e acabar batendo o carro.

- Relaxa, Peter. Você sabe que eu sou uma ótima corredora. Você mesmo já perdeu algumas vezes pra mim. - O provoquei.

- Eu te deixei ganhar, Leine, é diferente. - Rebateu e eu revirei os olhos.

Entramos em uma pista escura e logo alguns minutos depois em um caminho de terra. Nada iluminava o lugar além dos faróis do carro caríssimo.

Eu nunca participei de uma corrida antes. Eu e Peter já disputamos algumas vezes, em ruas sem movimento, mas num lugar onde tem todo o negócio das apostas e adversários de verdade, nunca. Nunca mesmo. E é exatamente isso que me deixa nervosa.

Chegamos em um lugar com muros altos e um grande portão cinza, todo fechado. Depois de se identificar, Peter dirigiu para dentro do lugar.
Acredito que ele já tenha vindo pra cá, já que não teve muita enrolação para conseguimos entrar.
Ele apenas cumprimentou o cara e nós entramos.

- Vou resolver umas coisas e já volto, ok? - Peter disse, enquanto saíamos do carro. Assenti lentamente, sentindo a ansiedade aumentar em meu peito. - Vou conversar com um cara e já volto. Sua corrida começa às nove e meia. - Assenti outra vez e observei a costa dele, enquanto ele andava até um lugar afastado com um homem que ele encontrou no meio do caminho.

Fiquei me sentindo um peixe fora d'água aqui, não conheço ninguém além do Peter, que me deixou sozinha.

Me encostei na lataria do carro e fiquei observando, de longe, a corrida que acontecia a bons metros de distância daqui. As duas pessoas que pilotavam eram boas, faziam as curvas da pista sem muita dificuldade.

Respirei fundo e chequei meu relógio no pulso. Já se passaram meia hora.

Nove e quinze.

BROKEN | sem revisãoWhere stories live. Discover now