Capítulo 8

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Maratona 1/3

HampellVille - julho de 2018.

- Me deixa em paz, por favor. - Pedi e ele simplesmente ignorou meu pedido, sentando ao meu lado.

- Qual é, Medeleine. Me diz o que foi. O que aconteceu?

O olhei de canto, desencostando a testa dos joelhos.
Estiquei as pernas, deixando-as retas, assim como a coluna e limpei as lágrimas.

- Já disse pra me deixar em paz, porra. - Levantei depois de me esticar.

Puxei o lençol do chão, o enrolei de qualquer jeito de arrumei na cesta.

- Own, que álbum fofo, foi ele que te deu? - Olhei para ele, que ainda estava sentado no chão, com meu álbum de fotos numa mão e o maço de cigarros na outra. - Winston? Sério? Você fuma? Se fuma, por que ficou estérica aquele dia na... - O cortei levantando a mão e a abanando negativamente.

- Primeiro, devolve minhas coisas, - Puxei minhas coisas da mão dele e joguei na cesta de qualquer jeito. - E segundo, você não tem nada a ver com a minha vida e com o que eu faço dela. Então por favor, pare de me perguntar. - Ele assentiu e se levantou.

- Você é estranha. Aquele dia você foi legal comigo e agora só falta me matar com o olhar. - Apontou e umideceu os lábios. - Qual é a sua? - Arqueou uma sobrancelha.

- Qual é a sua? - Perguntei, soltando uma risada seca. - Não aja como se fôssemos amigos só porque fui educada com você, Heynes. Não somos amigos, então me deixa em paz. - Ele me olhou ofendido.

- Eu só queria conversar, entender porque você tá assim e tentar te ajudar. - Ele disse e deu de ombros.

- Eu não quero conversar com você. - Ajeitei o cabelo que estava caindo no meu rosto, pondo-o atrás a orelha.

- Quer se distrair então? Eu vim pra cá com alguns amigos, numa cachoeira aqui perto, quer vim? - Eu disse que conheço esse lugar perfeitamente bem, sabia que estavam na cachoeira!

- Tá, tá bom, talvez seja uma boa ideia. Eu só preciso guardar essas coisas no carro e já vou. Pode me espera lá. - Abaixei um pouco a guarda.

Vim aqui pra aproveitar minha folga e ele não tem nada a ver com a minha merda, não posso culpar ninguém, senão eu mesma.

- Acho que você vai se perder, o lugar é muito grande. - Ele disse e eu soltei uma gargalhada seca.

Que ótimo humor, Medeleine!

- Eu conheço esse lugar aqui, - Girei o dedo no ar, pra demonstrar o lago e a floresta que tinha ao redor. - como a palma da minha mão. Venho pra cá desde que tenho meus dez anos. - Dei de ombros. - Me espera na cachoeira, eu já vou. Espere dez minutos.

Dei as costas pra ele, sem esperar uma resposta e saí andando em direção ao meu carro. Leva uns cinco minutos pra chegar até ele. Prefiro deixar em um lugar seguro, onde eu não corro risco de ser roubada na pista, nem de sofrer na hora de sair da mata por causa de galhos de árvore.
O lugar onde deixo meu carro é tipo uma trilha, que fica perto daqui, é um lugar quase escondido.

Fui em passos rápidos até lá e destranquei o porta malas, deixando a cesta lá. Logo em seguida, voltei em passos rápidos para a cachoeira.

Eu definitivamente não sei porque estou indo até lá. Provavelmente não conheço ninguém além do Davies, eu se quer o conheço direito. Talvez eu me sinta deslocada e fique perdida no meio de pessoas que eu nunca vi na vida.
Mas, se isso realmente acontecer, finjo que tive um imprevisto e vou embora o mais rápido possível.

BROKEN | sem revisãoWhere stories live. Discover now