O Brutamonte do Apê 210. II

2.6K 272 59
                                    


Eu abri meus olhos lentamente notando que a luz do sol entrava por entre as cortinas e ia iluminando o quarto. Procurei meu celular e logo abri meu WhatsApp, estava conferindo as mensagens quando uma em especial me surpreendeu, era de um número desconhecido que logo vi se tratar de Hugo, ele dizia:

"Cadê você que não me liga?"

Olhei para o relógio e já eram 10:30h.

-Ai que merda!

Me levantei aos pulos da cama me odiando por não ter posto o celular pra despertar, mandei minha localização e corri pro chuveiro, deixei a água quente me limpar e tirar de mim o resto do sono que sentia.

Me vesti e me olhava no espelho, queria estar bonito mas afastei aquilo do pensamento rindo "que idiota você está sendo Rafael, para de alimentar essa loucura ". Ajeitei minhas malas e assim que Hugo me mandou uma mensagem dizendo que já tinha chegado eu desci e dei check-out na recepção do hotel.

-Demorou, heim. Ele veio até mim e pegou algumas malas minha e levou pro seu carro. -Caramba quanta mala, tudo isso é roupa?- Ele me olhava meio irritado e confuso.

-Bom dia para você também Hugo? Tudo bem? Disse irônico.

Ele deu um sorriso quando o respondi, ele com certeza não esperava essa resposta, eu tinha o desafiado.

-Não dou bom dia para atrasados, meu tempo é precioso.

Seu sorriso ainda estava ali me desafiando também, peguei minha outra mala e ajeitei em seu carro. Ele fechou o porta malas e seguiu para frente abrindo a porta dele, fiz o mesmo e me sentei ao seu lado ele apertou o botão de ignição do carro e logo saímos dali.

-Nossa você tem muita roupa. Disse ele quebrando o gelo daquela viagem.

-Você acha? É que eu não tô a passeio né, eu vim morar aqui.

-Eu sei, mas o meu guarda roupas dá no máximo umas duas malas, e você tem três grandes.

-Eu gosto de roupas! Disse o olhando enquanto ele dirigia seriamente naquele trânsito já caótico de São Paulo.

-Nossa que trânsito. Disse me apoiando na janela do carro.

-Se acostuma baianinho. Ele riu e por um segundo ele tirou sua atenção da direção e me olhou ainda sorrindo. Nossa, e que sorriso.

Sorri de volta e até tinha gostado de como "baianinho" sai bonitinho em sua voz rouca.

-Você é sempre assim? Perguntei de lata.

Seu cenho se franziu e ele logo perguntou: -Assim como?".

-Tão grosso, seila.. As vezes você me dá medo.

-Te dou medo é? Que bom!

Não respondi nada, apenas continuei olhando pra frente e desejando logo chegar em minha nova casa.

-Tu vai fazer faculdade de quê? Ele novamente retomava nossos diálogos.

-Psicologia. Respondi.

-Hum, legal. Minha irmã faz Psicologia.

Sorri em resposta.

-Eu faço Direito, estou no 6 semestre. Não vejo a hora de me formar.

-Já passou da metade né, daqui a pouco tu termina.

O clima parecia ter mudado, era bom, estávamos nos conhecendo.

-Você trabalha em quê? Perguntei.

O Brutamonte do ApêWhere stories live. Discover now